Manifestantes ocupam sede do Itaú BBA na Faria Lima para exigir taxação dos 'super-ricos'; veja vídeo
Ato organizado pela Frente Povo Sem Medo reúne centenas de pessoas exigindo taxação de grandes fortunas e reforma no imposto de renda
Na manhã desta quinta-feira (3), militantes da Frente Povo Sem Medo realizaram uma ocupação simbólica no edifício Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, em São Paulo. O protesto, que reuniu aproximadamente 300 pessoas segundo organizadores – a Polícia Militar estimou cerca de 50 participantes –, teve como principal reivindicação a taxação de grandes fortunas e mudanças no sistema tributário brasileiro.
Os manifestantes adentraram o saguão do imponente prédio por volta das 10h, exibindo faixas com mensagens diretas: "O povo não vai pagar a conta", "Chega de mamata" e "Taxação dos super ricos já!". A ocupação foi encerrada por volta das 11h15, conforme informou Felipe Vono, coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), um dos grupos que compõem a Frente Povo Sem Medo.
Escolha simbólica do local
A escolha do edifício Faria Lima 3500 não foi aleatória. O imóvel, adquirido pelo Itaú por aproximadamente R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024, representa para os manifestantes um símbolo da desigualdade tributária no país. Em nota divulgada durante o ato, a Frente Povo Sem Medo declarou: "Não é somente uma ação simbólica, é uma denúncia clara: os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer."
O movimento defende a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e, em contrapartida, uma maior tributação sobre grandes fortunas. "Já passou da hora de taxar os super ricos e isentar quem ganha até R$ 5 mil de imposto de renda. O povo vai cobrar nas ruas", afirmou a organização.
Sem vínculo com o governo
Questionado pelo Poder360 sobre a natureza do protesto, Felipe Vono foi enfático ao afirmar que "o ato não tem vinculação com o governo". A manifestação representa uma pressão da sociedade civil organizada por mudanças no sistema tributário brasileiro, considerado por especialistas como um dos mais regressivos do mundo, onde proporcionalmente os mais pobres pagam mais impostos que os mais ricos.
Novo ato marcado para 10 de julho
A mobilização desta quinta-feira é apenas o começo de uma série de ações planejadas pela Frente Povo Sem Medo. Para o dia 10 de julho, o movimento convocou uma grande manifestação na Avenida Paulista, descrita como um protesto "contra esse Congresso inimigo do povo".
O ato também conta com o apoio do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que já havia feito convocação pública para a manifestação. A expectativa dos organizadores é reunir um número expressivo de pessoas para pressionar por avanços na agenda de justiça tributária.
Debate sobre reforma tributária
A ocupação ocorre em um momento de intensos debates sobre a reforma tributária no país. Movimentos sociais e partidos de esquerda têm defendido uma tributação mais progressiva, enquanto setores do mercado financeiro e do empresariado manifestam preocupação com possíveis aumentos de impostos para as camadas mais ricas da população.
A Frente Povo Sem Medo, que reúne diversas organizações como o MTST, sindicatos e coletivos de luta por moradia, tem sido uma das principais articuladoras de mobilizações populares em torno desta pauta nos últimos anos.
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