Manifestantes jogam pedras e garrafas em Javier Milei, que deixa caravana sob escolta; veja o momento
Incidentes violentos interrompem ato de campanha de La Libertad Avanza, com pedras e agressões contra o presidente e militantes
Na tarde desta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, a caravana eleitoral do presidente da Argentina, Javier Milei, do partido La Libertad Avanza (LLA), foi abruptamente interrompida em Lomas de Zamora, na região metropolitana de Buenos Aires, devido a um ataque promovido por opositores.
O incidente, que envolveu arremesso de pedras e garrafas contra a comitiva presidencial, expôs a crescente tensão política no país às vésperas das eleições legislativas de 7 de setembro. Acompanhado de sua irmã, Karina Milei, secretária geral da Presidência, do deputado José Luis Espert, do dirigente Sebastián Pareja e do candidato provincial Maximiliano Bondarenko, o presidente foi evacuado por motivos de segurança, enquanto militantes de ambos os lados se envolveram em confrontos físicos.
Contexto da caravana e o início dos incidentes
A caravana, parte da campanha de La Libertad Avanza para as eleições provinciais, teve início às 14h na avenida Hipólito Yrigoyen, em Temperley, e estava programada para percorrer até a rua Portela, no centro de Lomas de Zamora. O evento, anunciado com antecedência nas redes sociais do partido, pedia que os militantes levassem bandeiras argentinas e reforçava o lema “kirchnerismo nunca mais”, em clara oposição ao peronismo, representado localmente pelo prefeito Federico Otermín, do Partido Justicialista (PJ).
A mobilização visava fortalecer os candidatos locais, como Maximiliano Bondarenko, ex-comisário que lidera a chapa libertária na Terceira Seção Eleitoral. No entanto, o clima de tensão já era perceptível antes do início do ato. Segundo relatos, uma convocação opositora circulava nas redes sociais, chamando cidadãos a protestar contra Milei na Praça Grigera, ponto final do trajeto.
Por volta do meio-dia, militantes do La Libertad Avanza que tentavam instalar bandeiras na praça foram confrontados por opositores, resultando em empurrões e gritos antes mesmo da chegada do presidente. “Os de La Libertad Avanza vieram de frente à praça para pôr suas bandeiras. Quando os viram, os vizinhos começaram a cantar e se moveram. Como se aproximaram, eles acabaram indo embora”, relatou uma moradora ao jornal La Nación.
O ataque à comitiva presidencial
O incidente mais grave ocorreu quando a caminhonete branca que transportava Javier Milei, Karina Milei, José Luis Espert, Sebastián Pareja e Maximiliano Bondarenko passava pelo centro de Lomas de Zamora. Segundo o jornal Clarín, pelo menos dois homens arremessaram pedras e garrafas plásticas contra o veículo, forçando a suspensão imediata da caravana. Um caminhão com entulho estacionado na esquina das ruas Laprida e Hipólito Yrigoyen teria sido usado como fonte de projéteis pelos agressores, conforme constatado pelo La Nación.
Maximiliano Bondarenko foi atingido por uma pedrada, mas não houve feridos graves, conforme confirmado pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni. A segurança presidencial agiu rapidamente, transferindo Milei e sua comitiva para um veículo blindado preto. José Luis Espert, por sua vez, deixou o local em uma motocicleta conduzida por um militante. “Em um momento, caíram pedras muito perto do presidente, da presidenta do partido e de mim. A umas meninas que fazem fotos jogaram pedras na cintura. Ficou muito violento e, por questão de segurança, decidimos terminar o evento”, relatou Espert ao canal TN.
A polícia municipal, sob comando das forças federais, tentou conter os confrontos, mas a situação escalou com trocas de insultos e agressões físicas entre militantes.
Agressões a militantes e reações
Além do ataque à comitiva presidencial, militantes do La Libertad Avanza relataram agressões. Verónica, uma apoiadora que acompanhava a caravana, foi arranhada no rosto por uma mulher opositora, sofrendo um corte de quase 10 centímetros abaixo do olho esquerdo e outro no lábio. “Eu estava com spray de pimenta e usei para me defender, mas só consegui me livrar dela quando a polícia interveio”, contou ao La Nación. Outra militante, Gisela, de 34 anos, relatou: “Eu estava indo com a menina no colo e havia uma mulher loira xingando e cuspindo”. Ela testemunhou o início das brigas após a evasão do veículo presidencial.
Do lado opositor, militantes do Partido Justicialista e simpatizantes do kirchnerismo entoavam cânticos como “Pátria, sim, colônia não”, enquanto acusavam Milei de envolvimento em escândalos de corrupção, em referência aos áudios do ex-titular da Agência Nacional de Discapacidad (Andis), Diego Spagnuolo, que sugerem supostas coimas envolvendo Karina Milei e Eduardo “Lule” Menem.
Durante a caravana, Milei respondeu às acusações ao canal C5N: “Tudo o que diz Spagnuolo é mentira. Vamos levá-lo à Justiça e provar que mentiu”.
Reações políticas e acusações mútuas
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, usou a rede social X para condenar o ataque, atribuindo-o ao kirchnerismo: “Militantes da velha política, kirchnerismo em estado puro e um modelo de violência que só querem os cavernícolas do passado: atacaram com pedras a caravana onde estava o presidente da nação. Não há feridos. O único que há são muitos que vão para o mais absoluto dos olvidos: kirchnerismo nunca mais”.
José Luis Espert reforçou a acusação, apontando para o kirchnerismo e criticando o prefeito Federico Otermín: “Esta é a segunda vez que nos acontece em território kirchnerista. A violência em plena campanha é realmente chamativa”.
Por outro lado, Federico Otermín, prefeito de Lomas de Zamora, criticou a presença de Milei antes do incidente, chamando-a de oportunista: “Nada mais casta que aparecer para uma foto uns dias antes das eleições”. Ele pediu que as manifestações contra o presidente fossem pacíficas e realizadas nas urnas, destacando: “Lomas de Zamora é povo de paz. Que hoje tudo esteja em paz”. Otermín também negou qualquer responsabilidade municipal no incidente, afirmando que a segurança era de competência federal.
Contexto político e social
O ataque ocorre em um momento delicado para o governo de Milei, marcado pela crise política desencadeada pelos áudios de Diego Spagnuolo, que alegam esquemas de corrupção na Andis. Segundo a consultoria Management & Fit, 94,5% dos bonaerenses estão cientes do escândalo, com 73% considerando-o grave. Apesar disso, Milei manteve sua agenda de campanha, buscando reforçar a base do La Libertad Avanza em regiões historicamente peronistas, como Lomas de Zamora, onde enfrenta forte resistência devido às reformas econômicas que geraram inflação e desemprego.
A polarização política na Argentina, intensificada desde a eleição de Milei em 2023, tem sido um fator constante em protestos e incidentes. Em 2024, greves gerais e manifestações contra cortes de subsídios e políticas de desregulação paralisaram Buenos Aires, conforme relatado pela Reuters.
O ataque em Lomas de Zamora reforça o desafio de Milei em consolidar apoio em áreas urbanas dominadas pelo peronismo, enquanto sua estratégia de campanha aposta na confrontação direta com o kirchnerismo.
Impacto e perspectivas
O incidente levanta preocupações sobre a segurança de figuras públicas em eventos abertos, especialmente em um contexto de alta polarização. Especialistas em segurança citados pela mídia argentina apontam que caravanas expõem líderes a riscos, sugerindo a adoção de veículos blindados ou eventos fechados. O governo anunciou que revisará os protocolos de segurança, enquanto a investigação sobre os responsáveis pelo ataque está em curso, com dois detidos, segundo o jornal Ámbito.
A campanha de La Libertad Avanza seguirá com atos em outros municípios, com o encerramento previsto para Moreno, na Primeira Seção Eleitoral, em 3 de setembro. Apesar do ocorrido, José Luis Espert afirmou: “Não nos vão amedrontar”, sinalizando a continuidade das atividades. No entanto, o episódio pode impactar a imagem de Milei, já desafiada por dificuldades econômicas e escândalos, em um momento crucial para as eleições legislativas.
O que você acha desse incidente?
A polarização política na Argentina pode escalar ainda mais? Deixe seu comentário e compartilhe este artigo para ampliar o debate!
Palavras-chave: Javier Milei, Lomas de Zamora, La Libertad Avanza, Karina Milei, José Luis Espert, Federico Otermín, kirchnerismo, eleições 2025, polarização política, violência política, Argentina.
Hashtags: #PainelPolitico #JavierMilei #LomasDeZamora #LaLibertadAvanza #Eleições2025 #Argentina #PolíticaArgentina #Kirchnerismo
Siga-nos nas redes sociais:
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
Participe dos nossos canais:
WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Va4SW5a9sBI8pNwfpk2Q
Telegram: https://t.me/PainelP