"Infeliz a nação que precisa de heróis.”, de Bertolt Brecht, resume parte do drama político que o Brasil tem enfrentado nos últimos anos. Desde o julgamento do Mensalão, quando Joaquim Barbosa foi aclamado e teve a sua toga comparada à capa do personagem Batman, o país passou a enxergar algumas figuras judiciais como heróis salvadores da pátria. Esse fenômeno se consolidou com a operação Lava Jato, onde o ex-juiz Sergio Moro ocupou o centro do palco.
E à medida que essas figuras do Judiciário se tornaram protagonistas, um fenômeno peculiar emergiu: admiradores e críticos começaram a se comportar como torcidas organizadas de futebol.
De um lado, os fãs fervorosos que exaltam seus "heróis" como salvadores da nação, aplaudindo cada decisão como se fosse um gol decisivo. Do outro, estão os opositores que não hesitam em criticar duramente cada movimento, os equivalendo à manipulação do jogo.
Essa dinâmica de torcida, alimentada pela polarização, transformou os juízes em personagens midiáticos, elevando-os ao status de celebridades políticas. Essa postura apaixonada, típica das rivalidades esportivas, criou uma narrativa em que o direito e a justiça parecem secundários frente ao espetáculo das opiniões divergentes e inflamadas, dividindo a sociedade em lados opostos e irreconciliáveis.
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a Painel Político para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.