Lula mantém liderança para 2026, mas vantagem diminui; Gusttavo Lima surge como adversário mais competitivo
Pesquisa Genial/Quaest revela fenômeno inédito na política brasileira: popularidade de Gusttavo Lima rivaliza com presidente, enquanto nomes tradicionais da direita perdem força
Em meio a um cenário político cada vez mais fragmentado, uma nova pesquisa da Genial/Quaest apresenta dados que sinalizam mudanças significativas no panorama eleitoral brasileiro.
O levantamento, divulgado pelo cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, revela não apenas a manutenção da liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também expõe uma erosão considerável em sua vantagem e o surgimento de um fenômeno político-cultural inédito.
O fenômeno Gusttavo Lima
O dado mais impactante da pesquisa é o desempenho surpreendente do cantor Gusttavo Lima, que se apresenta como o adversário mais competitivo contra Lula em um eventual segundo turno. Com 35% das intenções de voto contra 41% do atual presidente, o artista sertanejo demonstra um potencial eleitoral que supera políticos tradicionais do campo conservador.
A explicação para este fenômeno, segundo a análise de Felipe Nunes, está no expressivo índice de conhecimento nacional do cantor, que se aproxima dos 80% - número significativamente superior ao de políticos estabelecidos. Este reconhecimento público, aliado a uma imagem positiva junto ao eleitorado, confere a Lima uma vantagem competitiva única no campo da oposição.
Cenário político em transformação
A pesquisa desenha um quadro detalhado dos diferentes cenários de segundo turno:
Queda expressiva na vantagem
Um dos aspectos mais relevantes do levantamento é a redução significativa da vantagem de Lula em comparação com dezembro de 2024. O caso mais emblemático é o confronto com Tarcísio de Freitas, onde a diferença despencou de 26 para 9 pontos em apenas um mês. Similar deterioração ocorreu no cenário envolvendo Ronaldo Caiado, com a vantagem do presidente caindo de 34 para 19 pontos.
Análise técnica
A pesquisa revela um padrão consistente nas intenções de voto da oposição, que oscilam entre 26% e 35%, sugerindo uma base consolidada de eleitores anti-Lula. Este dado indica que, embora fragmentada, a oposição mantém um núcleo duro significativo de apoiadores.
Para uma compreensão mais precisa do potencial eleitoral de cada nome, a Quaest desenvolveu uma metodologia que relaciona as intenções de voto ao grau de conhecimento dos possíveis candidatos pelo eleitorado. Esta análise mais refinada permite uma avaliação mais realista do potencial de crescimento de cada figura política.
Implicações políticas
O levantamento sugere uma reconfiguração significativa no cenário político brasileiro, onde figuras tradicionais da direita parecem perder espaço para personalidades do meio artístico. Este fenômeno pode indicar uma tendência de "despolitização" da disputa eleitoral ou uma busca do eleitorado por outsiders políticos.
Fonte: Pesquisa Genial/Quaest, análise completa apresentada pelo cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, em thread publicado na plataforma X (antigo Twitter). Dados coletados em janeiro de 2025, em comparação com levantamento de dezembro de 2024.