Lula e sua comunicação política: sobre picanhas e ovos
Por Rodrigo Augusto Prando*
O presidente Lula sempre foi um habilidoso comunicador e isso lhe favoreceu na condição de ator político. Sabidamente, Lula possui carisma, no sentido weberiano, vale ressaltar. Suas falas para multidões ou até para pequenos grupos ou com apenas um indivíduo costumam, como é característico, despertar e mobilizar sentimentos, afetos, paixões e desejos.
Nos dias que correm, Lula III apresenta o pior momento em termos de avaliação de seus mandatos. Há, inclusive, dados indicativos que segmentos do eleitorado, antes fiéis a Lula e ao PT (Partido dos Trabalhadores), como, por exemplo, eleitores do Nordeste e eleitores de baixa renda, avaliam mal o governo. Muitos jornalistas e analistas políticos afirmam – e boa parte com razão – que a esquerda tem sido atropelada pela comunicação política da direita e, não raro, dos discursos da extrema direita, seja nas redes sociais ou nas ruas. Vejamos.
O político, ao discursar, como nos ensina Patrick Chauraudeau, encontra três públicos distintos: os que concordam com ele e sua mensagem; os que não concordam; e os que estão em dúvida e podem ou não concordar. É perder tempo, energia e recursos dedicar-se aos que já concordam e com os que jamais concordarão, assim, costuma-se, racionalmente, buscar o convencimento daquela parcela que está em dúvida.
Hoje, com as redes sociais esse, por assim dizer, clássico tripé do discurso político ainda pode ser observado, todavia, o meio no qual a mensagem é divulgada é bastante distinto. Rememoremos que Lula, em sua trajetória, aprendeu a fazer política no sindicato, nas assembleias e, depois, nos discursos para trabalhadores no momento das greves e lutas sociais do país ainda sob a ditadura militar.
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