Lula destaca abertura de 398 novos mercados para produtos brasileiros em dois anos e meio
Com diálogo e parcerias globais, governo Lula impulsiona agronegócio e fortalece comércio internacional, desafiando tarifas dos EUA
Nos últimos dois anos e meio, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou a marca de 398 novos mercados internacionais abertos para produtos brasileiros, especialmente do agronegócio. A conquista, destacada por Lula em entrevista à Reuters, reflete a retomada de laços com parceiros comerciais e a criação de novas relações diplomáticas, com foco no diálogo e na ampliação do comércio exterior.
A estratégia tem colocado o Brasil como um dos principais players globais no setor de alimentos, mesmo diante de desafios como as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, anunciadas pelo presidente Donald Trump."Nos últimos 2 anos e meio, já abrimos 398 novos mercados pelo mundo para os produtos brasileiros. Retomamos laços com antigos parceiros, criamos novas relações, e abrimos as portas do comércio internacional para nossos produtores. Pois é assim que construímos nossas relações: com muito diálogo com todos os nossos parceiros. Com quem quiser comprar e quem quiser vender", afirmou Lula à Reuters.
Uma nova era para o agronegócio brasileiro
Desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, Lula priorizou a reinserção do Brasil no cenário geopolítico global. Em apenas 20 meses, o governo superou a abertura de mercados alcançada nos três primeiros anos da gestão de Jair Bolsonaro (PL), que registrou 186 novos mercados entre 2019 e 2021. Até setembro de 2024, o Brasil já havia conquistado 200 novos destinos para produtos da agropecuária, com destaque para 122 aberturas somente em 2024, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O ministro em exercício da Agricultura, Roberto Perosa, destacou em entrevista à CNN que a Ásia é um dos principais destinos da demanda atual, com mercados como Singapura (carne bovina) e Austrália (camarões) entre os novos parceiros. A abertura do mercado mexicano para carne bovina brasileira, após mais de 20 anos de negociações, também foi celebrada como um marco, quebrando a hegemonia dos Estados Unidos nesse setor. "Conseguimos abrir o México para a carne bovina, um mercado antes dominado pelos EUA", disse Perosa.
Outros produtos, como algodão para o Egito, óleo de cozinha para biocombustíveis nos EUA, hemoderivados para o Peru, soja, pescados, sementes, gelatina, colágeno, noz-pecã, erva-mate, arroz, açaí em pó, café verde, embriões e sêmen, também ganharam espaço em novos mercados, reforçando a diversidade das exportações brasileiras.
Diplomacia e diálogo como pilares
A estratégia do governo Lula para abrir esses mercados combina esforços do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), sob a liderança do chanceler Mauro Vieira. Desde 2023, Lula realizou diversas viagens internacionais, incluindo reuniões com líderes de mais de 110 países em eventos como o G20, o BRICS e o Caricom. "É muita conversa, muito telefonema, muita carta. Se tem uma coisa que ninguém me pega, é com preguiça de conversar", brincou Lula, comparando a conquista dos 400 mercados à marca de mil gols de Pelé.
O presidente também destacou a importância de equilibrar exportações e importações para evitar déficits comerciais em outros países. "Em política internacional, é bom a gente vender, mas a gente também tem que comprar, porque a gente não pode permitir que um país tenha muito déficit na balança comercial", afirmou em Campo Grande (MS), durante visita a uma planta frigorífica da JBS habilitada para exportar carne à China.
Desafios com os Estados Unidos
Apesar dos avanços, o Brasil enfrenta desafios com as tarifas de 50% impostas pelos EUA, anunciadas por Trump em 9 de julho de 2025, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida, justificada pelo presidente norte-americano como resposta a supostas barreiras comerciais brasileiras e ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), gerou tensões. Trump classificou o processo contra Bolsonaro como uma "caça às bruxas" e acusou o Brasil de práticas comerciais injustas.
Lula, no entanto, mantém uma postura firme, priorizando a soberania nacional e o diálogo. "O Brasil não aceita imposição. O Brasil aceita negociação", declarou à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional. Ele também afirmou que o STF é independente e que não negociará sob pressão. "Eu não liguei porque ele [Trump] não quer telefonema. Não tenho por que ligar, porque nas cartas que ele mandou e nas suas decisões ele não fala em nenhum momento em negociação, o que ele fala é em novas ameaças", disse Lula à Reuters.
Para mitigar os impactos das tarifas, o governo brasileiro planeja buscar novos mercados e apoiar empresas afetadas. "Nós temos a obrigação de ajudar essas empresas a procurar novos mercados para os produtos delas", reforçou Lula, destacando iniciativas como o programa Acredita Exportação, que oferece devolução de 3% de crédito tributário para pequenas empresas exportadoras.
Perspectivas para 2025
O governo Lula projeta superar a marca de 400 novos mercados ainda em 2025, com viagens planejadas ao Japão e ao Vietnã para ampliar exportações de carne, frutas, soja, milho e café. "Todo mundo quer comprar coisas do Brasil. De ovo de galinha a pena de pavão, carne, soja, milho, etanol", destacou Lula em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá.
Além disso, o Brasil se prepara para eventos globais como a COP30, em Belém (PA), e a presidência do BRICS, que reforçarão sua posição como líder em discussões sobre segurança alimentar e transição energética. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, enfatizou a qualidade sanitária dos produtos brasileiros como fator chave para os avanços. "A qualidade sanitária dos nossos produtos permitiu alcançar mais locais para exportação", afirmou.
Impactos econômicos e sociais
A abertura de novos mercados tem impulsionado a economia brasileira. Em 2024, o Banco Central revisou a estimativa de crescimento do PIB para 3,2%, com inflação controlada em 4,3%, dentro da meta. O setor de turismo também registrou recordes, com R$ 26,2 bilhões gastos por estrangeiros no Brasil, o melhor resultado em 29 anos.
Lula também destacou o compromisso com a segurança alimentar interna, garantindo que a exportação não comprometa o abastecimento doméstico. "O Brasil virou quase que um supermercado do mundo. E nós queremos discutir com os empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro", afirmou à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro.
A abertura de 398 novos mercados em dois anos e meio reflete o sucesso da política externa do governo Lula, que combina diplomacia ativa com estratégias comerciais. Apesar das tensões com os EUA, o Brasil segue fortalecendo sua posição como celeiro do mundo, com foco na diversificação de parceiros e na proteção de empregos e empresas nacionais. A meta agora é consolidar esses avanços e superar desafios externos com diálogo e soberania.
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