Liquidação do Banco Master: FGC enfrenta maior desafio com ressarcimento de até R$ 50 bilhões a 1,6 milhão de credores
Em meio a uma grave crise de liquidez, o BC decreta o fim de operações do grupo Master, acionando o fundo garantidor para proteger investidores – mas com limites e prazos que demandam atenção imediata
Na tarde desta terça-feira, 18 de novembro de 2025, o Banco Central do Brasil (BC) decretou a liquidação extrajudicial de quatro instituições financeiras ligadas ao grupo Master: o Banco Master, o Banco Master de Investimentos, o Banco Letsbank e a Master Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários. A medida, motivada por uma “grave crise de liquidez”, como afirmou o BC em comunicado oficial, interrompe imediatamente as operações das entidades e marca uma das maiores intervenções regulatórias no sistema financeiro brasileiro das últimas décadas. O BC ainda anunciou o Regime Especial de Administração Temporária (RAET) do Banco Master Múltiplo S/A, instituições integrantes do Conglomerado Master.
De acordo com dados divulgados pelo próprio BC, o grupo Master apresentava um porte relativamente pequeno no mercado, mas com uma exposição significativa em depósitos e investimentos. A liquidação visa preservar a estabilidade do sistema financeiro, evitando contágios maiores. No entanto, o impacto recai diretamente sobre cerca de 1,6 milhão de credores, incluindo correntistas, poupadores e investidores em produtos como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Financeiras (LFs).
O papel do FGC: Garantia de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade privada sem fins lucrativos mantida por contribuições mensais das instituições financeiras associadas, foi acionado para cobrir os depósitos e investimentos elegíveis. Em comunicado divulgado na tarde de hoje, o FGC informou que os valores garantidos somam aproximadamente R$ 41 bilhões, podendo chegar a R$ 50 bilhões ao final do processo. “O pagamento da garantia pelo FGC será realizado após o envio da base (de clientes) pelo Liquidante (responsável legal indicado pelo Banco Central)”, destacou o fundo em nota oficial.
No primeiro semestre de 2025, o FGC dispunha de cerca de R$ 120 bilhões em caixa, recursos acumulados a partir de contribuições proporcionais ao tamanho de cada banco – quanto maior a base de clientes, maior a participação no fundo. Para equilibrar as contas após o desembolso, as instituições financeiras terão de antecipar contribuições futuras, que também serão elevadas em relação ao percentual atual. Essa é a 41ª intervenção do FGC em três décadas de existência, superando em escala o caso do Bamerindus em 1997, quando R$ 3,7 bilhões foram ressarcidos a mais de 3 milhões de clientes.
O FGC funciona como um seguro coletivo, cobrindo até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ por instituição financeira, com um teto global de R$ 1 milhão em um período de quatro anos, caso haja liquidações em múltiplas entidades. Produtos como CDBs, RDBs (Recibos de Depósito Bancário), LCIs e LCAs estão protegidos, mas ações, fundos de investimento não cobertos e LFs acima do limite não entram na garantia, tornando o credor quirografário na massa liquidanda.
No caso do Banco Master, os depósitos elegíveis somam pelo menos R$ 62,2 bilhões, representando quase metade da liquidez total do FGC em balanços recentes. Para valores acima de R$ 250 mil, o excedente entra na fila de credores, definida por lei, onde o liquidante – nomeado pelo BC – venderá ativos da instituição para pagamentos prioritários.
Como funciona o ressarcimento: Passo a passo e exemplos práticos
O processo de ressarcimento não é imediato. O liquidante tem até 30 dias úteis para enviar a lista de credores ao FGC. Após isso, os clientes têm 10 dias úteis para solicitar o pagamento via aplicativo oficial do fundo ou site (https://www.fgc.org.br), informando dados bancários para transferência.
Histórico mostra agilidade: em 2021, na liquidação da Companhia Hipotecária Brasileira (CHB), R$ 120 milhões foram pagos em apenas dois dias a todos os credores. O valor ressarcido inclui o principal investido mais os rendimentos acumulados até a data base da liquidação (18 de novembro de 2025). Há retenção de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos tributáveis, conforme tabela regressiva: 22,5% para prazos até 180 dias; 20% de 181 a 360 dias; 17,5% de 361 a 720 dias; e 15% acima de 720 dias. IOF incide se o resgate ocorrer em menos de 30 dias da aplicação. Para aplicações que ultrapassam o limite de R$ 250 mil, o IR é proporcional. O FGC fornece exemplos claros em seu documento oficial de orientação:
Caso 1: Aplicação única de R$ 250 mil, com saldo total na data base de R$ 277.777,78 (rendimento de R$ 27.777,78). Proporção: R$ 250 mil / R$ 277.777,78 = 90%. Alíquota IR de 15% sobre rendimento total = R$ 4.166,67; 90% retido = R$ 3.750. Valor líquido: R$ 246.250. Remanescente (R$ 27.777,78) habilita como crédito na liquidação.
Caso 2: Aplicação de R$ 240 mil, saldo total de R$ 285.381,23 (rendimento de R$ 45.381,23). Limite: R$ 250 mil. Proporção: 87,6%. IR de 17,5% sobre rendimento = R$ 7.971,71; 87,6% retido = R$ 6.956,94. Valor líquido: R$ 243.043,06. Remanescente: R$ 35.381,23.
Dívidas com o banco, como cartões de crédito, devem ser honradas normalmente. Chaves PIX do Master deixam de funcionar, exigindo recadastramento em outra instituição.
Reações nas redes e impactos setoriais
Nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), o tema explodiu em buscas sobre “Banco Master”, “FGC” e “Vorcaro” (referência ao presidente do grupo, Daniel Vorcaro, preso em operação paralela). Usuários como @prof_phpeixoto esclareceram: “Caso Master: Para quem está com dúvidas, o FGC garante o principal investido e os rendimentos acumulados até a data da liquidação (18/11/25)”. Preocupações surgiram com o Rioprevidência, fundo de previdência dos servidores do Rio de Janeiro, que detinha quase R$ 1 bilhão em LFs do Master – não cobertas pelo FGC, conforme alerta do TCE-RJ em outubro. @Conservadora191 postou: “RISCO MÁXIMO: O Rioprevidencia tinha quase R$ 1 bilhão em Letras Financeiras (LFs) do Master. Por serem LFs, o FGC não oferece nenhuma garantia”. Analistas, como em post de @infoeconomics4, enfatizam: o FGC confirma pagamento de CDBs, mas recomendam diversificação.
O mercado vê o caso como teste de estresse para o fundo, com potencial pressão sobre contribuições bancárias futuras. Jornais como O Globo e Folha de S.Paulo destacam que, apesar da escala, a autonomia do BC evitou uso de recursos públicos, como no veto à compra pelo BRB.
O que é o FGC e lições para investidores
Criado em 1995, o FGC é um mecanismo de proteção coletiva, financiado pelos bancos para mitigar riscos sistêmicos. Sua liquidez atual, de R$ 121 bilhões no primeiro semestre, cobre 2,32% dos depósitos elegíveis – dentro da meta regulatória de 2,3% a 2,7%.
Especialistas alertam: diversifique investimentos além do limite de R$ 250 mil e evite golpes prometendo resgates rápidos sem taxas.
Palavras-chave: FGC, Banco Master, liquidação extrajudicial, ressarcimento investimentos, CDB, Banco Central, crise liquidez, garantidor crédito.
O que você acha dessa liquidação? Já tem aplicações no Master ou em outros bancos? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe este artigo com amigos e familiares que precisam se informar sobre seus direitos. Sua opinião ajuda a debater o futuro do sistema financeiro brasileiro!
Siga o Painel Político nas redes sociais:
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
LinkedIn: Painel Político
Junte-se à conversa em tempo real!
Canal no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Va4SW5a9sBI8pNwfpk2Q
Telegram: https://t.me/PainelP
Hashtags: #PainelPolitico #FGCMaster #LiquidaçãoBancoMaster #InvestimentosSeguros #EconomiaBrasil #BancoCentral



