Léo Moraes tem obrigação de auditar as contas da prefeitura e mostrar se realmente o “caixa bate”
Hildon Chaves deixou o comando da prefeitura de Porto Velho anunciando que havia deixado “mais de R$ 334 milhões em caixa”, além de ter alardeado que foi “o melhor prefeito que a capital já teve” baseado em uma pesquisa que lhe atribuiu “90% de popularidade”.
Números superlativos que não se sustentam diante de uma rápida olhada pela economia e estado da cidade.
Violência, falta de urbanização na maior parte dos bairros de periferia, uma câmara de vereadores subserviente e sem oposição, falta de saneamento e por aí vai.
Problemas da capital qualquer morador conhece. Resoluções todos esperam.
Mas cabe ao novo prefeito mostrar a que veio e não se trata de uma “caça às bruxas” e sim de colocar as coisas em seus devidos lugares.
A população ribeirinha sofreu durante anos com a falta de transporte para seus filhos, muitas das escolas de responsabilidade da prefeitura são precárias, e o Ministério Público foi, para não ser leviano, condescendente demais com o ex-prefeito.
Que tenha a mesma paciência e flexibilidade com o novo gestor.
Em termos de investimentos na geração de empregos e capacitação de jovens, a antiga gestão não moveu um palito sequer. A maior prova é a superlotação dos presídios, cheios de jovens com idades entre 18 a 25 anos que aderiram a criminalidade por pura falta de opção e oportunidade para ter uma vida minimamente decente.
Os tais “condomínios populares” criados pelo ex-governador Confucio Moura com recursos do governo federal se transformaram em redutos do crime organizado, onde a polícia passa eventualmente em operações pontuais.
Uma auditoria com transparência em relação as contas e publicidade a elas e o mínimo que se espera neste primeiro mês de gestão. Se realmente estiverem como Hildon anunciou, ponto para ele, do contrário se faz necessário que seja mostrado que ele falou de mais e fez de menos.
Recursos
Léo Moraes foi vereador, deputado estadual, federal, tem apoio e influência em Brasília e conhece como poucos os trâmites para captar recursos para a cidade.
Caberá a sua equipe, que a primeira olhada parece ser bem “verde”, construir projetos bem elaborados e obter esses recursos para as áreas mais sensíveis como educação, saúde e segurança.
Em Brasília, dinheiro não falta, o que faltam são projetos bem feitos e adequados as exigências do governo federal. E para isso acontecer se faz necessário uma equipe realmente capaz. Léo terá a difícil missão de coordenar esse secretariado, que precisa ser conduzido de forma eficaz para evitar erros, controlar o ego dos que tem ambições políticas futuras e principalmente, a missão de não errar.
Ao vencer uma disputa dura e com poucas chances, apenas “coligado com o povo”, Léo recebeu mais que votos de confiança, recebeu a esperança de milhares de conterrâneos que estão cansados de gente que fala demais e faz de menos!