Léo Moraes defende hub de negócios internacionais para Porto Velho
A capital rondoniense avança para se tornar polo logístico da Amazônia, conectando mercados globais por meio de infraestrutura estratégica
Porto Velho, capital de Rondônia, está no centro de um projeto ambicioso para se consolidar como um hub logístico e de negócios internacionais na Amazônia. Com localização estratégica e conexões por rodovias, hidrovias e um aeroporto com potencial internacional, a cidade busca atrair investimentos que impulsionem o agronegócio, a inovação e a geração de empregos.
Na última sexta-feira, 11 de julho de 2025, o prefeito Léo Moraes (Podemos) esteve em Brasília para uma reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, onde reforçou a importância do alfandegamento do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira e a necessidade de investimentos federais em infraestrutura portuária e hidroviária.
Durante o encontro, Léo Moraes destacou o potencial de Porto Velho para operar voos internacionais regulares e facilitar a exportação e importação de produtos, com foco no agronegócio, que é o carro-chefe da economia local. “Já houve avanço na tratativa, e na próxima semana, uma equipe técnica do ministério estará em Porto Velho para avaliar todo o potencial da cidade”, afirmou o prefeito. A expectativa é que o alfandegamento do aeroporto, que apesar do título de “internacional” ainda não opera plenamente como terminal de cargas ou voos internacionais, seja autorizado em breve pela Receita Federal, destravando novas oportunidades para a região.
Um hub logístico na Amazônia
A visão de Léo Moraes é transformar Porto Velho em um ponto central de logística na Amazônia, conectando mercados nacionais e internacionais. A cidade possui uma localização privilegiada, com acesso à hidrovia do rio Madeira, à rodovia Interoceânica e ao potencial ferroviário da Ferrovia Bioceânica. “Porto Velho pode e deve ser o coração logístico da Amazônia. Temos localização estratégica, conexão hidroviária, potencial ferroviário e rodovias importantes. O que falta é destravar os gargalos que nos impediram de avançar até aqui”, declarou o prefeito.
A hidrovia do rio Madeira, com 1.075 km de extensão, é um modal essencial para o transporte de cargas, como grãos (soja e milho), combustíveis e fertilizantes, conectando Porto Velho à foz do rio Amazonas. A rodovia Interoceânica, com cerca de 2.600 km, liga o oeste do Brasil aos portos peruanos no Pacífico, como o Porto de Chancay, financiado pela China. Esse porto, localizado a 70 km de Lima, é um marco da iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda” e promete reduzir em até 20 dias o tempo de transporte de mercadorias para a Ásia, beneficiando exportações de estados como Rondônia, Mato Grosso e Acre.
A Ferrovia Bioceânica e o Porto de Chancay
Um dos pilares do projeto é a Ferrovia Interoceânica, que visa conectar o Oceano Atlântico ao Pacífico, ligando o Brasil ao Porto de Chancay, no Peru. O projeto, apoiado por um memorando de entendimento assinado em 7 de julho de 2025 entre o governo brasileiro (Infra S.A.) e a China State Railway Group, prevê a integração de trechos como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), conectando regiões produtoras do Centro-Oeste ao porto de Ilhéus, na Bahia, e ao Pacífico. Estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental devem ser concluídos até 2026, com o leilão do trecho Fico-Fiol previsto para o mesmo ano.
O Porto de Chancay, inaugurado em novembro de 2024, é um investimento de US$ 3,5 bilhões da estatal chinesa Cosco Shipping. Com capacidade inicial para movimentar 1 milhão de contêineres e 6 milhões de toneladas de carga solta por ano, o porto é estratégico para o comércio sul-americano com a Ásia, especialmente para produtos como soja, carne bovina e milho, que dominam as exportações de Rondônia. No entanto, desafios logísticos, como a travessia da Cordilheira dos Andes e a infraestrutura limitada de rodovias e ferrovias no trecho Brasil-Peru, ainda precisam ser superados.
Agronegócio e economia local
O agronegócio é o motor econômico de Porto Velho e de Rondônia, com destaque para a carne bovina e a soja, que têm a China como principal destino. A agricultura familiar também desempenha um papel importante, produzindo açaí, banana, coco, limão, mandioca, melancia, laranja, mamão, maracujá e abacaxi. A consolidação de Porto Velho como hub logístico pode reduzir custos de transporte e aumentar a competitividade desses produtos no mercado global, especialmente com a integração à nova rota do Pacífico.
Além do agronegócio, a cidade busca atrair investimentos em inovação e tecnologia, criando um ambiente que conecte empresas, empreendedores e investidores. A modernização do Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, com a possibilidade de voos internacionais e operações de carga, é vista como essencial para atrair novos negócios e fortalecer a economia local, gerando empregos e renda.
Investimentos e desafios
O governo federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, planeja realizar 60 leilões de infraestrutura portuária até 2026, com investimentos estimados em R$ 30 bilhões. Esses recursos incluem modernizações em terminais como os de Paranaguá (PR), Santos (SP) e Itaguaí (RJ), além de projetos hidroviários, como a hidrovia do rio Madeira. Para Porto Velho, os investimentos federais são cruciais para superar gargalos logísticos, como a pavimentação de rodovias e a modernização de portos fluviais.
Um dos projetos mencionados por Léo Moraes é a construção de um corredor logístico de 1.641 km entre Campinorte (GO) e Vilhena (RO), com mais 770 km até Porto Velho, estimado em R$ 5,25 bilhões (valores de 2009). A integração com a Ferrovia Bioceânica e o Porto de Chancay pode posicionar Porto Velho como um ponto estratégico para o comércio com a Ásia, Europa e Américas, mas exige esforços para melhorar a infraestrutura de transporte e reduzir custos logísticos.
Uma nova era para Porto Velho
A articulação de Léo Moraes em Brasília, junto a figuras como o senador Confúcio Moura, reforça a busca por recursos do Novo PAC para projetos de infraestrutura, como macrodrenagem e logística. A modernização do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), implementada recentemente, também demonstra o compromisso da gestão com a eficiência e a transparência, criando um ambiente digital que facilita negócios e atrai investidores. “Estamos construindo as bases para que Porto Velho seja não apenas a capital de Rondônia, mas um polo de desenvolvimento econômico e logístico para toda a Amazônia”, afirmou Léo Moraes.
Com a combinação de investimentos públicos e privados, a cidade tem o potencial de se tornar um elo fundamental nas cadeias globais de fornecimento, especialmente para produtos agrícolas e industriais.
A vinda da equipe técnica do Ministério de Portos e Aeroportos na próxima semana será um passo decisivo para avaliar as potencialidades de Porto Velho e definir os próximos passos para o alfandegamento do aeroporto e os investimentos em infraestrutura.
Enquanto isso, a cidade se prepara para uma nova era de conectividade e crescimento, com a ambição de se tornar o coração logístico da Amazônia.
Palavras-chave: Porto Velho, hub logístico, agronegócio, Ferrovia Bioceânica, Porto de Chancay, hidrovia do Madeira, rodovia Interoceânica, alfandegamento, infraestrutura, Léo Moraes, Silvio Costa Filho, investimentos, comércio internacional, Amazônia, carne bovina, soja.
Hashtags: #PainelPolitico #PortoVelho #LéoMoraes #HubLogístico #Amazônia #FerroviaBioceânica #PortoChancay #HidroviaMadeira #Agronegócio #Infraestrutura #ComércioInternacional