Justiça por Katiane: Homem de 40 anos é preso acusado de jogar esposa do 10º andar em São Paulo; vídeo
Uma história de violência doméstica que choca São Paulo e o Brasil: imagens de câmeras de segurança expõem agressões, enquanto a família cobra justiça em meio ao aumento alarmante de feminicídios
Em um caso que expõe a brutalidade da violência de gênero no coração de São Paulo, a jovem Maria Katiane Gomes da Silva, de 25 anos, natural de Crateús, no interior do Ceará, morreu após cair do 10º andar do prédio onde morava no bairro Morumbi, zona sul da capital paulista. O crime ocorreu na madrugada de 29 de novembro de 2025, conforme boletim de ocorrência registrado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). Inicialmente tratado como tentativa de suicídio, o episódio evoluiu para investigação de homicídio e, posteriormente, para feminicídio consumado, com a prisão temporária do companheiro da vítima, Alex Leandro Bispo dos Santos, de 40 anos, na terça-feira, 9 de dezembro.
Maria Katiane, que havia se mudado para São Paulo em busca de novas oportunidades, vivia com Alex há cerca de cinco anos no condomínio residencial na Vila Andrade, próximo ao Morumbi. Ela deixa uma filha pequena, que reside em Crateús e estuda na Escola Sônia Burgos, instituição que publicou uma nota de pesar em suas redes sociais: “Lamentamos profundamente a perda de Maria Katiane, nossa aluna querida. Nos solidarizamos com a família e amigos nesse momento de dor irreparável”. A jovem era ativa no Instagram onde compartilhava fotos de viagens, dicas de maquiagem, cuidados com cabelos cacheados e vídeos leves sobre sua rotina de exercícios físicos, retratando uma vida vibrante e independente.
A reviravolta no caso veio com a análise de imagens de câmeras de segurança do condomínio, que capturaram momentos de agressão física por parte de Alex contra Maria Katiane instantes antes da queda. As gravações mostram o suspeito arrastando a vítima para fora do elevador e desferindo pelo menos um soco no estacionamento do prédio, em meio a um desentendimento. Segundo relatos policiais, o casal discutia sobre planos para o Natal: Maria teria se irritado ao saber que Alex pretendia passar parte da noite com o filho de um relacionamento anterior. O suspeito, um empresário, alegou em depoimento que a companheira se trancou no banheiro do apartamento, o que o levou a arrombar a porta, e que ouviu apenas um grito antes de encontrá-la caída após a suposta tentativa de suicídio. No entanto, inconsistências no relato e as evidências visuais levaram o 89º Distrito Policial do Jardim Taboão a requisitar exames periciais adicionais, incluindo análise de vestígios no apartamento e no corpo da vítima, além de depoimentos de testemunhas.
A prisão temporária de Alex Leandro Bispo dos Santos foi autorizada pela Justiça na terça-feira, 9, e ele permanece detido enquanto a polícia realiza diligências para confirmar o feminicídio. A defesa do suspeito não foi localizada até o momento, e o nome completo só foi divulgado após a confirmação oficial pela SSP-SP. O boletim de ocorrência, número RM2614-2/2025, detalha que agentes da 1ª Companhia do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana (BPM/M) foram acionados inicialmente para uma ocorrência de suicídio, mas a investigação, conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em conjunto com o distrito policial, mudou o rumo das apurações.
A tragédia de Maria Katiane ecoa em um contexto alarmante de violência contra mulheres em São Paulo. Dados da SSP-SP revelam que, entre janeiro e outubro de 2025, o estado registrou 207 casos de feminicídio, um aumento de 10,1% em comparação ao mesmo período de 2024. Na capital paulista, foram 53 ocorrências nesse intervalo, o maior número anual da série histórica iniciada em 2015, quando o feminicídio foi tipificado como crime hediondo pela Lei Federal nº 13.104. Especialistas em direitos humanos, como representantes da Rede Não Cala, organização dedicada ao combate à violência de gênero, destacam que casos como esse frequentemente envolvem relações abusivas mascaradas por ciúmes possessivos, e cobram maior agilidade em medidas protetivas, como as previstas pela Lei Maria da Penha.
A família de Maria Katiane, ainda abalada, mobilizou-se nas redes sociais para clamar por justiça. Sua tia, em postagem no Instagram, compartilhou uma foto da sobrinha sorridente e desabafou: “Ela não pode mais falar pois sua voz foi calada por um cara que a dizia amar, onde tudo não passava de um sentimento de posse, um sentimento doentio”. Em seguida, acrescentou: “Hoje, como tia, eu estou com meu coração apertado, com um sentimento de indignação, assim como sua mãe e toda nossa família, pedimos justiça por Katiane Gomes”. A mensagem viralizou, gerando solidariedade de milhares de internautas e impulsionando debates sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes contra o feminicídio, incluindo educação preventiva nas escolas e monitoramento rigoroso de agressores.
Esse episódio reforça a urgência de uma sociedade mais vigilante. Organizações como o Observatório Feminicídio Brasil registram que, em 2025, o país caminha para ultrapassar os 1.500 casos anuais de feminicídio, com São Paulo como epicentro na região Sudeste. A investigação no 89º DP prossegue, com expectativa de indiciamento formal nos próximos dias, mas a perda de Maria Katiane serve como lembrete doloroso: a violência doméstica não é um drama isolado, mas uma epidemia que exige ação coletiva.
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