Justiça marca júri popular de Monique Medeiros e Jairinho pela morte do menino Henry Borel para março de 2026
Após quase cinco anos de angústia, pai da vítima revela emoções em meio à espera por respostas: "É Como Reabrir uma Ferida que Nunca Cicatrizou"
A Justiça do Rio de Janeiro deu um passo significativo rumo ao desfecho de um dos casos mais impactantes da crônica policial recente no Brasil. A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, marcou para o dia 23 de março de 2026, às 9h, o júri popular de Monique Medeiros da Costa e Silva e Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, ex-vereador cassado pelo Município do Rio de Janeiro. Os réus enfrentarão julgamento pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, ocorrida em 8 de março de 2021, em um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
O anúncio da data, feito nesta terça-feira (19), ocorre quase cinco anos após o crime que chocou o país, reacendendo debates sobre violência doméstica contra crianças e a lentidão do sistema judiciário. De acordo com a decisão judicial, divulgada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a defesa de cada acusado terá o direito de arrolar até sete testemunhas para o depoimento no plenário do júri. O processo, que tramita na Justiça desde a prisão do casal em abril de 2021, já passou por fases de instrução, incluindo audiências e perícias, culminando na pronúncia para júri popular em novembro de 2022.
O Caso que abalou o Brasil: Fatos verificados e o caminho até o júri
Henry Borel Matheus, filho de Monique Medeiros e do atual vereador Leniel Borel (sem partido), faleceu na madrugada de 8 de março de 2021, vítima de uma hemorragia interna decorrente de laceração hepática causada por ação contundente, conforme laudo de necropsia emitido pelo Instituto Médico Legal Polícia Civil do Rio de Janeiro (IML). O exame pericial identificou ainda 23 lesões em diversas partes do corpo do menino, incluindo hematomas e fraturas, incompatíveis com a versão inicial apresentada pelos réus.
Na ocasião, Monique e Jairinho, que então mantinham relacionamento, alegaram que Henry havia sofrido um acidente doméstico. Segundo depoimentos iniciais, o menino foi encontrado “desacordado, com os olhos revirados e sem respirar” em seu quarto no apartamento do casal, no condomínio Majestic, na Barra da Tijuca. Eles o teriam levado às pressas para o Hospital Barra D’Or, onde o garoto foi declarado morto ao chegar.
No entanto, investigações conduzidas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) da Polícia Civil do Rio de Janeiro e corroboradas por laudos do IML e reconstituição do crime no local, afastaram a hipótese de acidente. Os exames toxicológicos e balísticos apontaram para agressões reiteradas nas semanas anteriores à morte, com indícios de que Jairinho, médico pediatra, submetia o enteado a maus-tratos, enquanto Monique, professora, teria ciência dos fatos e omitido denúncias.
Os réus respondem por homicídio duplamente qualificado – por motivo fútil e com emprego de meio cruel –, além de tentativa de obstrução de justiça e coação de testemunhas. A denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), oferecida em maio de 2021, descreve um padrão de violência que incluía torturas, como as descritas por testemunhas familiares e empregadas domésticas do casal. Jairinho, eleito vereador em 2020 pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), teve o mandato cassado pela Câmara Municipal em dezembro de 2021, após processo por quebra de decoro.
Desde a prisão preventiva do casal, determinada em abril de 2021 e mantida em revisões subsequentes – a última em março de 2025 pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) –, o caso ganhou repercussão nacional. Em junho de 2025, a Justiça iniciou formalmente os preparativos para o júri, com oitiva de testemunhas e análise de provas. A decisão de marcar a data para 2026 reflete o volume de elementos probatórios, incluindo mais de 20 volumes de autos e depoimentos de familiares, peritos e vizinhos.
Reações: Dor renovada e esperança por justiça
O pai de Henry, o vereador Leniel Borel, eleito em 2024 pela coligação PSOL-Rede na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, manifestou-se publicamente sobre a marcação do júri em suas redes sociais. Em postagem no Instagram datada de 18 de novembro de 2025, Leniel expressou uma mistura de sofrimento e determinação: “Ver a data do júri marcada é como reabrir uma ferida que nunca cicatrizou. Dói muito, mas também me dá esperança de que, enfim, o Henry será ouvido pela Justiça. Não é um processo qualquer: é o julgamento de um crime brutal contra uma criança de 4 anos que confiava nos adultos que deveriam protegê-la”.
A declaração de Leniel ecoa o sentimento de familiares e ativistas que acompanham o caso desde o início. Em buscas recentes em redes sociais como o X (antigo Twitter), postagens de veículos como G1, O Globo e CBN confirmam a data e destacam a importância do julgamento para vítimas de violência infantil. Um post do perfil @g1rio, por exemplo, repercutiu a notícia com mais de 450 visualizações em poucas horas, enquanto o @JornalOGlobo enfatizou o marco após anos de espera.
Entidades como o Conselho Tutelar e o Fórum Nacional de Prevenção à Violência contra Crianças também se pronunciaram em notas recentes, reforçando a necessidade de agilidade no Judiciário. “Casos como o de Henry expõem falhas sistêmicas na proteção infantil”, afirmou o presidente do MPRJ, o procurador-geral Eduardo Elvino, em entrevista ao G1 em novembro de 2025, destacando que o júri servirá como precedente para outros processos semelhantes.
O que esperar do Júri: Um marco na luta por justiça
Com a data definida, o foco agora se volta aos preparativos finais. As defesas de Monique e Jairinho, representadas pelos advogados Luciano Ribeiro e Eleonei Cardoso, respectivamente, indicaram intenção de recorrer de aspectos da pronúncia, mas a juíza Louro manteve o cronograma. O júri, realizado no Fórum Central da Capital, envolverá um conselho de sete jurados, que decidirão sobre a culpa e a dosimetria das penas – que podem ultrapassar 30 anos de prisão em regime fechado para cada réu.
Especialistas em Direito Penal, consultados por portais como CNN Brasil e Folha de S.Paulo, preveem um julgamento técnico e emocional, com ênfase em laudos periciais. “A robustez das provas técnicas deve prevalecer sobre narrativas frágeis”, comentou o jurista Conrado Hübner Mendes, professor da Universidade de São Paulo (USP), em análise publicada em 2022 e atualizada em 2025.
Esse desdobramento reforça o compromisso do sistema judiciário com a responsabilidade em crimes contra vulneráveis, em um contexto onde, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mais de 1.200 crianças foram vítimas de homicídio no Brasil em 2024 – números verificados pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
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