Procuradoria italiana é contra pedido de soltura de Carla Zambelli em audiência crucial
Deputada Federal do PL-SP enfrenta nova derrota na corte de cassação enquanto aguarda extradição ao Brasil
A Procuradoria de Justiça da Itália emitiu, nesta quarta-feira (8), um parecer contrário ao pedido de liberdade da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), que cumpre prisão preventiva na penitenciária feminina de Rebibbia, nos arredores de Roma. A decisão foi proferida durante uma audiência na Corte Suprema di Cassazione, a instância máxima de recursos no sistema judiciário italiano, marcando a terceira e última oportunidade de apelação da parlamentar contra sua detenção.
A defesa de Zambelli, representada pelos advogados italianos Pieremilio Sammarco, Angelo Alessandro Sammarco e Giuseppe Bellomo, solicitou que a deputada aguarde o processo de extradição – formalizado pelo governo brasileiro em junho de 2025, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – em regime domiciliar, em um apartamento na capital italiana.
No entanto, o procurador da Justiça argumentou contra a revogação da prisão, citando o risco de fuga e a equivalência do alerta vermelho da Interpol a um mandado de prisão internacional, conforme o Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, assinado em 1989.
A expectativa é de que a Corte de Cassação divulgue seu veredito até quinta-feira (9), mas, até lá, Zambelli permanecerá detida.
A parlamentar, de 41 anos, está presa desde 29 de julho, quando foi detida em Roma após deixar o Brasil em maio, logo após ser condenada pela Primeira Turma do STF a dez anos de regime fechado por falsidade ideológica e invasão cibernética aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – crime executado, segundo investigações, por meio de um hacker contratado por ela, que emitiu um mandado falso de prisão contra o ministro Moraes.
A decisão foi unânime (5 a 0) e incluiu outra condenação recente: cinco anos e três meses por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, relativa a um episódio em que Zambelli perseguiu um homem armado nas ruas de São Paulo.
A defesa tem insistido em argumentos como problemas de saúde da deputada – incluindo diverticulite, episódios de baixa pressão, síndrome de pernas inquietas, refluxo gastroesofágico e sequelas de uma cirurgia para remoção de um meningioma cerebral –, alegando que o estado dela é incompatível com o regime carcerário.
Uma perícia médica italiana concluiu, no entanto, que Zambelli tem condições para permanecer presa. Além disso, os advogados sustentam que o processo brasileiro apresenta “anomalias”, como suposta perseguição política, e que os julgamentos no STF violaram o devido processo legal.
Em uma carta escrita da prisão e divulgada na última semana, Zambelli desabafou sobre as dificuldades enfrentadas: “muito duro”. Ela reforçou sua confiança no sistema judiciário italiano e na própria “inocência”, afirmando que os processos contra ela no Brasil deveriam ser anulados com base em denúncias apresentadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Seu filho, João Zambelli, utilizou as redes sociais para mobilizar apoio, pedindo orações pela mãe e mencionando uma suposta audiência com o ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, do governo de Giorgia Meloni – embora as informações oficiais se refiram à sessão na Corte de Cassação, e não diretamente ao ministro, que terá a palavra final sobre a extradição, caso aprovada pela Justiça.
A situação de Zambelli ganhou repercussão nas redes sociais, com postagens de apoiadores destacando a “perseguição política” e críticas ao STF, enquanto opositores apontam a gravidade dos crimes.
Mesmo foragida, a deputada manteve presença online por meio de um perfil alternativo no Instagram, criado em maio de 2025, com cerca de 4.600 seguidores, onde comenta temas políticos e critica o Judiciário brasileiro.
O processo de extradição pode se estender por até dois anos, com possibilidade de recursos adicionais. Caso a Itália aprove a entrega, o governo brasileiro terá 45 dias para finalizar os trâmites. Precedentes, como a extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil no escândalo do Mensalão, em 2015, indicam que o tratado bilateral é aplicado de forma rigorosa, mesmo para cidadãos com dupla nacionalidade – Zambelli possui cidadania italiana por descendência.
Essa nova audiência reforça o impasse jurídico envolvendo a parlamentar, que já esgotou todas as instâncias iniciais na Itália, incluindo a Corte de Apelação de Roma, que manteve a prisão em agosto. Analistas apontam que o caso ilustra as tensões entre soberania judicial e tratados internacionais, especialmente em contextos de alta polarização política no Brasil.
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