Justiça italiana mantém prisão de Zambelli; extradição ao Brasil pode estar próxima
Caso da deputada condenada por invasão hacker ganha novos desdobramentos na Europa
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma, na Itália, na última terça-feira (29 de outubro de 2025), após ser localizada pelas autoridades italianas em um apartamento na capital do país. A parlamentar, que está foragida da Justiça brasileira desde maio deste ano, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro de 2023. Com a prisão, inicia-se agora um processo de extradição que pode trazer Zambelli de volta ao Brasil para cumprir sua pena.
Contexto da prisão e fuga internacional
De acordo com informações divulgadas pelo blog da jornalista Andréia Sadi no G1, Zambelli deixou o Brasil dias após sua condenação unânime pela Primeira Turma do STF, em maio de 2025. O processo já transitou em julgado, ou seja, não cabem mais recursos. Durante sua fuga, a deputada passou pela Argentina e pela Flórida, nos Estados Unidos, antes de se refugiar na Itália. Sua localização em Roma foi possível graças à inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
A operação de prisão envolveu um cerco policial ao prédio onde Zambelli estava, para evitar qualquer tentativa de fuga. Apesar de sua defesa, representada pelo advogado Fábio Pagnozzi, afirmar que a deputada se entregou espontaneamente, registros da movimentação policial contradizem essa versão. Ainda segundo o advogado, no momento da prisão, Zambelli estava em atividades rotineiras, como pintar e lavar o cabelo, e não ofereceu resistência. Ela pegou seus remédios antes de ser encaminhada à delegacia.
Processo de extradição: um caminho longo pela frente
Conforme a legislação italiana, o processo de extradição de Zambelli será conduzido por dois tribunais: a Corte de Apelação e a Corte de Cassação, a instância máxima do judiciário italiano. Caso ambas as cortes decidam a favor da extradição, a decisão final caberá ao ministro da Justiça da Itália, em uma análise que pode ter caráter político. Autoridades brasileiras estimam que todo o trâmite possa levar de um ano e meio a dois anos, considerando a complexidade do caso e os prazos legais no país europeu.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, sob coordenação com o STF, já formalizou o pedido de extradição, conforme noticiado por veículos como o jornal Folha de S.Paulo. A expectativa é de que o governo brasileiro acompanhe de perto os desdobramentos na Itália, considerando a gravidade do crime pelo qual Zambelli foi condenada.
Repercussões no Brasil: perda de mandato e implicações políticas
Além da condenação criminal, o STF determinou a perda do mandato de deputada federal de Carla Zambelli. No Brasil, a Câmara dos Deputados deve analisar a decisão por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com previsão para que o processo tenha início a partir de agosto de 2025. A medida reforça as consequências políticas da condenação, que já gerou amplo debate no cenário nacional.
Nas redes sociais, como o X (antigo Twitter), o caso tem gerado intensa repercussão. Usuários e políticos de diferentes espectros ideológicos comentam a prisão, com hashtags como #CarlaZambelli e #Extradição ganhando destaque. Perfis ligados a apoiadores da deputada questionam a condução do processo no STF, enquanto críticos celebram a ação da Justiça brasileira e internacional. Um post do jornalista Ricardo Noblat, por exemplo, destacou: "A prisão de Zambelli na Itália mostra que a Justiça, mesmo que tardiamente, alcança os que se colocam acima da lei."
Histórico do caso: invasão ao CNJ e condenação
O crime que levou à condenação de Zambelli ocorreu em janeiro de 2023, quando hackers acessaram ilegalmente o sistema do CNJ, comprometendo dados sensíveis do judiciário brasileiro. As investigações apontaram a participação da deputada no esquema, resultando em sua condenação por crimes como invasão de dispositivo informático e associação criminosa. A decisão do STF foi unânime, reforçando a gravidade do caso e a necessidade de responsabilização.
De acordo com o portal UOL, o caso da invasão ao CNJ não apenas expôs fragilidades na segurança digital de instituições públicas, mas também levantou debates sobre o uso de informações obtidas ilegalmente para fins políticos. Zambelli, que sempre negou as acusações, tornou-se um símbolo de polarização no Brasil, com defensores e detratores acompanhando de perto cada etapa do processo.
Impacto internacional e relações Brasil-Itália
A prisão de Zambelli na Itália também traz à tona questões sobre a cooperação internacional entre Brasil e Itália em casos de extradição. Os dois países mantêm acordos bilaterais que facilitam esse tipo de processo, mas a decisão final dependerá de fatores jurídicos e políticos no lado italiano. O jornal O Globo destacou que o governo brasileiro tem intensificado contatos diplomáticos para garantir que o caso seja tratado com prioridade.
Enquanto isso, a situação de Zambelli na Itália permanece sob monitoramento. Ela está detida em Roma, aguardando as primeiras audiências que definirão os próximos passos do processo de extradição. Informações adicionais sobre sua condição de detenção ou possíveis declarações ainda não foram divulgadas pelas autoridades italianas.
Um caso que segue em aberto
A prisão de Carla Zambelli na Itália marca um novo capítulo em um dos casos mais emblemáticos envolvendo figuras políticas brasileiras nos últimos anos. Enquanto o processo de extradição se desenrola, o Brasil acompanha com atenção os desdobramentos, tanto no âmbito jurídico quanto político. A decisão final na Itália pode ter impactos significativos no cenário nacional, especialmente considerando o contexto de polarização e os debates sobre segurança digital e accountability no poder público.
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Fonte: Blog da Andréia Sadi - G1, Folha de S.Paulo, UOL, O Globo