Justiça Federal aceita denúncia contra rondoniense preso com mais de 100kg ouro, na maior apreensão do Brasil
Preso com 103 kg de ouro sem origem comprovada em Roraima, Bruno Mendes de Jesus enfrenta até 18 anos de prisão em meio ao combate nacional ao garimpo clandestino
A Justiça Federal em Roraima deu um passo decisivo no combate à mineração ilegal ao aceitar a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Bruno Mendes de Jesus, um empresário de 30 anos originário de Rondônia. O caso marca a maior apreensão de ouro ilegal já registrada no país, com 103,1 quilos do metal precioso avaliados em mais de R$ 54 milhões, transportados sem qualquer documentação legal pela BR-401, na Ponte dos Macuxis, em Boa Vista, no dia 5 de agosto de 2025.
Mendes foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma fiscalização de rotina, e permanece detido preventivamente desde então. O ouro, considerado propriedade da União, foi encontrado escondido em um compartimento secreto de um veículo de luxo dirigido pelo suspeito. Não havia qualquer comprovação de origem legal para o material, o que levanta fortes indícios de extração em garimpos clandestinos localizados em áreas de proteção ambiental e terras indígenas, como a Terra Indígena Yanomami, epicentro de investigações sobre crimes ambientais na região Norte.
De acordo com o MPF, a denúncia acusa Mendes pelos crimes de usurpação de bem da União (artigo 55 da Lei nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais), contrabando de ouro (artigo 334-A do Código Penal) e associação criminosa (artigo 288 do Código Penal). Se condenado, ele pode ser sentenciado a uma pena cumulativa de até 18 anos de reclusão, além de multa e perda do material apreendido.
As investigações prosseguem sob a coordenação do 2º Ofício da Amazônia Ocidental do MPF, especializado em mineração ilegal, lavagem de dinheiro, associação criminosa e delitos ambientais, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPF). Autoridades afirmam que outros envolvidos na cadeia de extração, transporte e comercialização podem ser identificados e denunciados em breve.
O caso ganha contornos ainda mais amplos no contexto das operações federais contra o garimpo ilegal em Roraima e Rondonia. Desde o início de 2024, ações coordenadas pelo governo federal, incluindo a PRF e a Casa Civil, já resultaram na apreensão de mais de 150 kg de ouro ilegal na região, equivalendo a um prejuízo superior a R$ 104 milhões para as redes criminosas.
Recentemente, em 10 de outubro de 2025, a PRF apreendeu mais 11,6 kg de ouro (R$ 8 milhões) na BR-174, também em Boa Vista, extraído da Terra Indígena Yanomami e escondido em um veículo. Essas operações integram o Plano AMAS (Ações de Monitoramento e Apoio à Segurança), que visa mitigar os impactos sociais, ambientais e econômicos da mineração clandestina, como a contaminação de rios com mercúrio e violações de direitos indígenas.
A defesa de Mendes chegou a pedir segredo de justiça no processo em setembro de 2025, alegando necessidade de proteção à privacidade e à investigação, mas a solicitação não altera o andamento público do caso até o momento.
O episódio reforça a determinação das autoridades em desarticular redes que exploram recursos naturais de forma predatória, afetando não só a biodiversidade amazônica, mas também comunidades tradicionais e a economia legal do país.
Palavras-chave: ouro ilegal, mineração clandestina, Roraima, MPF, Justiça Federal, garimpo Yanomami, crimes ambientais, PRF, contrabando de ouro.
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