Justiça condena Thiago Brennand a 8 anos de prisão por estupro de estudante de Medicina
Empresário acumula condenações por crimes sexuais e terá de pagar R$ 200 mil à vítima; confira os detalhes do caso que chocou São Paulo e gerou debates sobre violência contra mulheres
A Justiça de São Paulo condenou o empresário Thiago Brennand a 8 anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro contra a estudante de medicina e miss Stephanie Cohen. A decisão, proferida em processo que corre em segredo de Justiça, também determina o pagamento de indenização de R$ 200 mil à vítima. O caso ocorreu em 2021, quando Stephanie denunciou ter sido dopada e violentada por Brennand em um hotel na capital paulista, onde ele residia na época. Cabe recurso à sentença.
Esta é a quarta condenação de Brennand por crimes contra mulheres. Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e responde a outros três processos criminais relacionados a abusos sexuais. Em outubro do ano passado, foi sentenciado a 8 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo estupro de uma norte-americana em Porto Feliz, em julho de 2021. Em novembro de 2023, recebeu pena de 1 ano e 8 meses em regime semiaberto por lesão corporal, após agredir uma mulher em uma academia de São Paulo, em agosto de 2022 – incidente capturado por câmeras de segurança.
Em janeiro de 2024, Brennand havia sido condenado a 8 anos de prisão pelo estupro de uma massagista em Porto Feliz, mas a sentença foi anulada em outubro do mesmo ano. Neste ano, ele foi condenado a 8 anos e 2 meses de prisão em regime fechado pelo estupro de uma mulher em São Paulo, ocorrido em 2016, com obrigação de pagar R$ 100 mil de indenização à vítima. Em alguns desses casos, o empresário foi acusado de filmar os abusos e ameaçar divulgar os vídeos para intimidar as vítimas.
O advogado de defesa, Roberto Podval, manifestou-se por meio de nota: "Hoje tem prevalecido o chamado direito penal do autor. Pouca relevância tem se dado às contundentes provas apresentadas. Não presenciei injustiça maior em todos os meus anos de advocacia. Espero honestamente que os Tribunais tenham real comprometimento com os fatos."
Stephanie Cohen, de 30 anos, relatou os fatos em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Ela explicou que conheceu Brennand em um restaurante em São Paulo, logo após vencer um concurso de miss e comemorar com amigas. "Ele me encontrou no Instagram depois de uns dois dias. Começou a falar comigo o dia inteiro, falava que foi educado na Inglaterra. Tudo no Thiago parecia um lorde, e aí ele me chamou para jantar. No fim de jantar, ele pediu duas caipirinhas de caju, e eu me lembro de ter ficado muito tonta. Aí, fui em direção ao banheiro."
A vítima prosseguiu: "Fiquei completamente desorientada, com ânsia de vômito. Acredito que fui uma das vítimas do 'boa noite, Cinderela'. Eu não tinha controle das minhas pernas, não consegui andar, e ele viu que eu não conseguia andar." Stephanie descreveu os momentos de violência: "Ele foi até mim, me acolheu. 'Não, vem aqui, vem aqui.' E ele me levou embora para um lugar que até então eu não conhecia. Um hotel. E aí foi a pior noite da minha vida porque ele me estuprou. Ele forçou a relação anal. Sempre sem preservativo, sem nenhum tipo de preocupação com o que aquilo poderia fazer comigo."
Ela enfatizou: "A parte que eu mais me lembro foi eu pedindo 'não' muitas vezes. Eu falava: 'Não, por favor, não. Eu nunca fiz isso. Por favor, não faz isso comigo', e ele ficava: 'Você é a minha namorada'. E forçando, forçando. Ele tirou minhas forças, minha dignidade. Tudo, naquele momento."
O caso de Thiago Brennand destaca a persistência de crimes sexuais e a importância de denúncias, contribuindo para discussões sobre proteção às vítimas e rigor na aplicação da lei.
Palavras-chave como Thiago Brennand, estupro, condenação judicial, Stephanie Cohen, violência contra mulheres, Penitenciária de Tremembé e indenização por danos morais são centrais para entender o impacto desse julgamento na sociedade brasileira.
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