Julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe tem datas marcadas no STF
Ex-presidente e aliados enfrentarão julgamento em setembro por acusações graves
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu as datas para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de estado entre o final de 2022 e o início de 2023, após a derrota nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O processo, que promete ser um dos mais emblemáticos da história recente do Brasil, ocorrerá nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025, com sessões marcadas para o período da manhã e da tarde. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 15 de agosto, pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, atendendo a um pedido do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Contexto histórico e político
As acusações contra Bolsonaro e seu grupo, conhecido como "núcleo 1", remontam a um período de alta tensão política no Brasil. Desde 2021, o ex-presidente vinha questionando publicamente a lisura das urnas eletrônicas e a credibilidade da Justiça Eleitoral, criando um ambiente de desconfiança entre seus apoiadores. Segundo a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o plano para subverter a ordem democrática culminou nos atos de inspiração golpista de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram prédios públicos em Brasília, incluindo o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
Os réus, além de Bolsonaro, incluem figuras de peso do governo anterior, como os ex-ministros e generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cesar Cid, que firmou acordo de delação premiada. O processo contra Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), está temporariamente suspenso por decisão da Câmara dos Deputados.
Os crimes imputados aos acusados são graves: tentativa de golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A denúncia aponta que o objetivo era impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota eleitoral.
Situação dos réus e desdobramentos
Dois dos réus estão detidos. Jair Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada em 4 de agosto de 2025 por descumprir medidas cautelares impostas pelo STF, como a proibição de usar redes sociais. No dia 3 de agosto, ele se manifestou por telefone em viva-voz durante atos de apoiadores pelo país, o que motivou a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Já o general Walter Braga Netto está preso em uma unidade militar desde dezembro de 2024.
Na defesa apresentada em 13 de agosto de 2025, a equipe de Bolsonaro alegou cerceamento de defesa e pediu a anulação do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid. Segundo os advogados, "os réus são tratados como golpistas, como culpados, muito antes de a defesa ser apresentada. Uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa, não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta". A defesa também questiona a validade das provas e nega qualquer ligação do ex-presidente com planos como o "Punhal Verde e Amarelo", que, segundo a acusação, previa assassinatos de autoridades como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Reportagens da revista VEJA foram citadas pela defesa, destacando supostas contradições e omissões na delação de Cid. Uma das matérias revelou que o ex-ajudante de ordens criou um perfil no Instagram em nome de sua esposa para se comunicar com outros investigados, o que levantou questionamentos sobre a veracidade de suas declarações.
Repercussão nas redes sociais e na imprensa
O anúncio das datas do julgamento gerou grande repercussão nas redes sociais. No Twitter, apoiadores de Bolsonaro criticam o STF, alegando "perseguição política", enquanto opositores celebram o que consideram um passo rumo à justiça. Um usuário escreveu: "Finalmente, Bolsonaro vai responder pelos atos de 8 de janeiro. O Brasil precisa de justiça!" Já no Instagram, memes e vídeos sobre o caso circulam amplamente, aumentando o engajamento em páginas de política.
Jornais como Folha de S.Paulo e O Globo destacaram a importância do julgamento para a democracia brasileira, enquanto portais independentes, como Brasil 247, reforçam a gravidade das acusações. Segundo análise publicada no Estadão, o desfecho do caso pode influenciar o cenário político para as eleições de 2026, especialmente no que diz respeito à polarização entre bolsonaristas e petistas.
Implicações políticas e jurídicas
O julgamento no STF não é apenas um marco jurídico, mas também político. Caso condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas severas, além de inelegibilidade, o que impactaria diretamente sua influência no campo da direita brasileira. Por outro lado, uma absolvição poderia reacender o apoio de sua base, que segue ativa em manifestações pelo país.
Para o analista político Carlos Melo, professor do Insper, entrevistado pelo G1, "este julgamento será um teste para as instituições democráticas brasileiras. O STF está no centro de um debate sobre imparcialidade, e qualquer decisão será intensamente escrutinada". Ele também aponta que o papel de Mauro Cid como delator será crucial, já que suas declarações são a base de muitas das acusações.
Comente
O que você acha sobre o julgamento de Jair Bolsonaro e seus aliados? Será este um momento de fortalecimento da democracia brasileira ou uma demonstração de polarização política? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta matéria com amigos e familiares para ampliar o debate!
Palavras-chave: Jair Bolsonaro, STF, tentativa de golpe, julgamento, 8 de janeiro, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Lula, democracia brasileira, política.
Hashtags: #PainelPolitico #Bolsonaro #STF #GolpeDeEstado #PolíticaBrasileira #8DeJaneiro
Siga o Painel Político nas redes sociais:
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
LinkedIn: Painel Político
Participe dos nossos canais:
WhatsApp: Clique aqui para entrar
Telegram: Clique aqui para entrar