Irã intensifica tensões com Israel: preparativos para ataque em grande escala
Fontes indicam que Teerã planeja ofensiva contra infraestrutura militar israelense, enquanto escalada de conflitos preocupa a comunidade internacional
O Irã está em estado de alerta máximo, com preparativos para um ataque descrito como "muito grande" contra Israel, segundo informações divulgadas pela agência de notícias iraniana Fars, que cita uma fonte sênior dos serviços de segurança do país. A agência SNN complementa que a ofensiva, planejada para as próximas horas, teria como alvo principal a infraestrutura militar israelense, com evacuações já sendo organizadas em territórios ocupados por Israel. A escalada das tensões entre os dois países, que mantêm uma rivalidade histórica, reacende temores de um conflito regional de proporções devastadoras no Oriente Médio.
Contexto de uma rivalidade histórica
A relação entre Irã e Israel é marcada por décadas de hostilidades, agravadas pela Revolução Islâmica de 1979, que transformou o Irã em um adversário ideológico de Israel. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, já classificou Israel como um "tumor cancerígeno" a ser erradicado, enquanto Israel considera o programa nuclear iraniano uma ameaça existencial. Nos últimos anos, os dois países têm travado uma guerra nas sombras, com ataques atribuídos a Israel contra alvos iranianos na Síria e assassinatos de figuras-chave, como o cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh em 2020, e respostas iranianas por meio de proxies como o Hezbollah e o Hamas.
Recentemente, a operação israelense "Leão Ascendente", iniciada em 13 de junho de 2025, marcou um novo capítulo de hostilidades diretas. A ofensiva, que atingiu instalações nucleares iranianas, como a de Natanz, e matou figuras de alto escalão, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, foi descrita como o maior golpe à elite iraniana desde a Guerra Irã-Iraque (1980-1988). O ataque também resultou na morte de cientistas nucleares, como Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência nuclear iraniana, intensificando a crise.
Preparativos para uma nova ofensiva
De acordo com a Fars News, o Irã está mobilizando recursos para uma retaliação significativa, com foco em alvos militares israelenses. A agência SNN informou que Teerã planeja atacar nas próximas horas, com possíveis evacuações em territórios ocupados por Israel, como a Cisjordânia, já sendo coordenadas. A mídia iraniana destaca que a resposta será "dolorosa", com um alto funcionário declarando à Reuters que "nenhum lugar em Israel será seguro". A Guarda Revolucionária, responsável por operações externas, confirmou que mísseis hipersônicos Fattah podem ser usados, como ocorreu no ataque de 1º de outubro de 2024, quando 180 mísseis balísticos foram disparados contra Israel.
Postagens no X reforçam a gravidade da situação. Um usuário, @Geopoliticabra2, mencionou a possibilidade de uma "Operação True Promise-III", sugerindo que o ataque iraniano também seria um recado ao presidente dos EUA, Donald Trump, em meio à reaproximação de Washington com Israel.
Impactos regionais e globais
Os ataques mútuos já causaram perdas significativas. Segundo a mídia estatal iraniana, os bombardeios israelenses de 13 a 15 de junho de 2025 mataram 224 pessoas no Irã, sendo 90% civis, incluindo 60 mortos em um único ataque a um prédio residencial em Teerã. Em Israel, 22 pessoas perderam a vida, com danos a áreas residenciais e infraestruturas de petróleo. A escalada levou à evacuação de funcionários não essenciais da embaixada dos EUA em Bagdá e ao fechamento do espaço aéreo em vários países da região, como Irã, Iraque e Jordânia.
A comunidade internacional expressa preocupação. Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita condenaram os ataques israelenses, pedindo contenção, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o risco de uma "escalada perigosa". Os EUA, apesar de negarem envolvimento direto, reafirmaram apoio à segurança de Israel, com o Pentágono destacando a eficácia do sistema de defesa Domo de Ferro. No entanto, a possibilidade de o Irã mirar bases americanas na região, caso haja apoio a Israel, aumenta o temor de um conflito mais amplo.
Reações e perspectivas
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a "Operação Leão Ascendente" como uma medida preventiva contra o programa nuclear iraniano, que, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), estaria enriquecendo urânio a 60%, próximo do nível necessário para uma arma nuclear. A mídia iraniana, por sua vez, nega intenções bélicas, mas o parlamento do país votará um projeto que pode retirar o Irã do Tratado de Não Proliferação Nuclear, sinalizando uma postura mais agressiva.
Analistas temem que a retaliação iraniana, se concretizada, possa atingir alvos econômicos, como refinarias de petróleo, impactando os preços globais, que já subiram 9% na última semana. A China, grande compradora de petróleo iraniano, e a Rússia, aliada de Teerã, também podem desempenhar papéis cruciais, com Moscou bloqueando possíveis sanções na ONU e Pequim mantendo uma postura de neutralidade, mas com interesses econômicos na região.
Um futuro incerto
Enquanto o Irã promete uma resposta "proporcional", Israel mantém suas forças em alerta máximo, com Netanyahu afirmando que o conflito "está apenas começando". A possibilidade de uma guerra em grande escala, envolvendo potências regionais e globais, coloca o Oriente Médio em um momento crítico. A comunidade internacional, incluindo o Brasil, que já repatriou cidadãos de Israel, acompanha com preocupação os desdobramentos, enquanto negociações por um cessar-fogo permanecem incertas.
O mundo agora aguarda os próximos passos de Teerã e Tel Aviv, em um conflito que pode redefinir as dinâmicas de poder no Oriente Médio e além.
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