Irã acusa Israel de cruzar 'todas as linhas vermelhas' em ataques a instalações nucleares; país persa já abateu 4 caças israelenses
Embaixador iraniano na ONU denuncia agressão como violação do direito internacional e cobra ação do Conselho de Segurança
Em um pronunciamento contundente na última segunda-feira, 16 de junho de 2025, o embaixador do Irã nas Nações Unidas, Sa’eed Iravani, acusou Israel de cometer "atos flagrantes de agressão" contra a soberania e a integridade territorial do Irã, afirmando que o ataque "cruzou todas as linhas vermelhas". A declaração, feita a jornalistas em Nova York, veio em resposta a uma série de ataques aéreos israelenses que atingiram instalações nucleares, infraestrutura civil e alvos militares no Irã, resultando em pelo menos 224 civis mortos, incluindo mulheres e crianças, e mais de 1.481 feridos, segundo dados apresentados por Iravani.
Os ataques, iniciados na madrugada de 13 de junho, tiveram como alvo principal a instalação de enriquecimento de urânio em Natanz, que opera sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, confirmou que a parte acima do solo da planta de enriquecimento de Natanz foi destruída, embora os níveis de radiação fora do local permaneçam inalterados, indicando que o vazamento foi contido. Grossi descreveu o ataque como "profundamente preocupante", reiterando que instalações nucleares nunca devem ser alvos militares devido ao risco de consequências radiológicas graves.
Além de Natanz, Israel teria atingido alvos em outras cidades iranianas, incluindo infraestrutura civil essencial como reservatórios de água, depósitos de combustível, refinarias petroquímicas, como a de Asaluyeh, em Bushehr, e até hospitais. Em um dos episódios mais graves, um ataque a um prédio residencial em Teerã resultou na morte de cerca de 20 crianças. Iravani classificou essas ações como "crimes de guerra" e uma "campanha indiscriminada" contra civis, refutando as alegações israelenses de que os ataques foram "cirúrgicos".
Ataque à imprensa e violação da liberdade de expressão
Horas antes do pronunciamento de Iravani, Israel realizou um ataque à sede da agência de notícias estatal iraniana (IRIB) durante uma transmissão ao vivo, o que o embaixador descreveu como um "ataque chocante" e uma "violação direta à liberdade de imprensa". Ele acusou Israel de ser "o principal perpetrador de violência contra jornalistas e profissionais da mídia no mundo", reforçando a narrativa de que o país busca silenciar a verdade.
Resposta iraniana e apelo à diplomacia
Em resposta aos ataques, o Irã exerceu seu direito de autodefesa, conforme previsto no Artigo 51 da Carta da ONU, lançando ataques com mísseis contra alvos militares e econômicos em Israel, incluindo Tel Aviv e Haifa. Pelo menos oito pessoas morreram em Israel, e 24 edifícios foram danificados, segundo autoridades locais. O Irã afirmou que sua resposta foi "defensiva, direcionada e proporcional", evitando alvos civis, ao contrário das ações de Israel.
Iravani destacou que os ataques israelenses ocorreram às vésperas da sexta rodada de negociações nucleares em Muscat, Omã, previstas para 15 de junho, nas quais o Irã apresentou uma nova proposta para avançar as discussões com os Estados Unidos. Ele acusou os EUA de agirem de má-fé ao apoiar Israel, sugerindo que a ofensiva teve como objetivo sabotar a diplomacia e desviar a atenção das ações de Israel em Gaza, que ele classificou como "genocídio".
Críticas ao Conselho de Segurança
O embaixador iraniano expressou frustração com a inação do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, falhou em condenar a agressão de Israel e em cumprir seu papel de manter a paz e a segurança internacionais. O Irã solicitou uma reunião de emergência do Conselho na sexta-feira, 13 de junho, mas a falta de uma resposta concreta levou Iravani a alertar que a inação "enfraquece a credibilidade" da ONU e "encoraja o agressor". Ele comparou a situação atual com a falta de ação após o ataque de Israel ao reator nuclear de Osirak, no Iraque, em 1981, que foi condenado pela Resolução 487 do Conselho de Segurança.
Contexto regional e implicações globais
Os ataques de Israel, batizados como Operação "Rising Lion", envolveram mais de 200 caças e drones, atingindo cerca de 100 alvos no Irã, incluindo instalações nucleares, sistemas de defesa aérea e fábricas de mísseis. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou a operação como uma medida para neutralizar uma "ameaça existencial iminente", alegando que o Irã estava próximo de produzir material físsil suficiente para várias bombas nucleares.
A comunidade internacional reagiu com preocupação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a escalada militar e pediu o fim das hostilidades, enfatizando a necessidade de paz e diplomacia. A Rússia, a China e o Iraque expressaram apoio ao Irã, enquanto líderes europeus, como o chanceler alemão Friedrich Merz, discutem a evacuação de cidadãos de Israel devido ao risco de um conflito regional mais amplo.
A AIEA, por sua vez, aprovou uma resolução em 12 de junho declarando o Irã em não conformidade com suas obrigações de não proliferação, uma decisão que Teerã condenou como "politicamente motivada". A resolução, apoiada por EUA, Reino Unido, França e Alemanha, pode levar o caso ao Conselho de Segurança, potencialmente resultando na reimposição de sanções ao Irã.
Impactos econômicos e humanitários
Os ataques intensificaram as tensões no mercado de energia, com o preço do petróleo Brent subindo mais de 8% devido aos temores de interrupções no fornecimento regional. No Irã, cenas de destruição em Teerã mostram prédios presidenciais colapsados, carros queimados e ruas devastadas, com residentes tentando fugir da capital em meio a filas para combustível e saques em caixas eletrônicos.
Em Israel, os ataques retaliatórios do Irã causaram danos significativos, com pelo menos 3.000 pessoas evacuadas de suas casas. A infraestrutura energética de Israel, incluindo a refinaria de Bazan em Haifa, foi severamente atingida, resultando na morte de três funcionários.
O que está em jogo?
A escalada do conflito entre Irã e Israel ameaça desestabilizar ainda mais o Oriente Médio, uma região marcada por tensões históricas. A retórica de ambos os lados, combinada com a inação do Conselho de Segurança, aumenta o risco de um conflito mais amplo, com consequências potencialmente catastróficas para a segurança global e o regime de não proliferação nuclear. Enquanto o Irã promete uma resposta "firme e proporcional", Israel sinaliza que sua operação ainda não terminou, levantando temores de uma guerra prolongada.
O apelo do Irã por uma ação decisiva da ONU reflete a urgência de uma solução diplomática, mas a polarização no Conselho de Segurança e o apoio dos EUA a Israel complicam as perspectivas de uma resolução pacífica. A comunidade internacional agora enfrenta o desafio de evitar uma escalada que poderia ter impactos devastadores, não apenas na região, mas em todo o mundo.
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Abate de caças israelenses
O Diretor-Geral de Gestão de Crises do Azerbaijão Oriental afirmou que a defesa aérea das Forças Armadas Iranianas em Tabriz abateu com sucesso um caça israelense F-35 em Tabriz, noroeste do Irã.
Em declarações à IRNA na terça-feira, Majid Farshi afirmou que dois drones de combate já haviam sido abatidos em Tabriz.
Ele acrescentou que três locais ao redor de Tabriz foram alvos na terça-feira, e os sistemas de defesa aérea atacaram os microveículos aéreos (MAVs) israelenses invasores.
Este é o quarto caça F-35 a ser interceptado e destruído pelas defesas aéreas iranianas.
O regime israelense iniciou ataques dentro do território iraniano, incluindo contra prédios residenciais, em um ato de agressão não provocado durante a noite de 13 de junho. Oficiais militares iranianos de alta patente foram assassinados em ataques direcionados. Civis perderam a vida quando casas foram atingidas diretamente, afetando centros populacionais inteiros.
O exército israelense também realizou ataques contra altos escalões militares iranianos. O presidente do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, major-general Mohammad Baqeri, e o comandante-chefe do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, major-general Hossein Salami, estavam entre os altos oficiais militares assassinados em Teerã.
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