Investigação expõe conexões de Nikolas Ferreira com esquema de cartel nos combustíveis em Minas Gerais
Reportagem revela ligações entre campanhas do deputado federal e rede condenada por fraudes fiscais e manipulação de preços, levantando questionamentos sobre financiamento político
Uma investigação jornalística aprofundada, publicada pelo Diário do Centro do Mundo (DCM), trouxe à tona conexões entre as campanhas eleitorais do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e um esquema bilionário de cartel e fraudes no setor de combustíveis em Minas Gerais. A reportagem, assinada pela jornalista Sara Vivacqua, baseia-se em documentos eleitorais, judiciais e contratos privados, apontando para o uso de endereços e doações ligadas a empresas e indivíduos investigados por crimes econômicos, sonegação fiscal e manipulação de bombas de abastecimento. O caso reacende debates sobre a transparência no financiamento de campanhas políticas e o impacto de redes criminosas no processo eleitoral.
De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ronosalto Pereira Neves, identificado como o maior doador das campanhas de Nikolas Ferreira em 2020 e 2022, doou valores significativos ao candidato. Neves é sócio de empresas no ramo de distribuição de combustíveis, como o Mart Minas, e foi alvo da Operação Ross, deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2017. A operação investigou repasses ilícitos de R$ 50 milhões a políticos, incluindo o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) e a empresa JBS, no contexto de esquemas de propina e lavagem de dinheiro.
Embora Neves não tenha sido condenado na Operação Ross, sua proximidade com o núcleo do esquema levanta suspeitas sobre a origem dos recursos destinados à campanha de Ferreira, que se apresentou como defensor da “nova política” contra a corrupção.
Outro ponto central da investigação é o endereço utilizado como quartel-general (QG) das campanhas de Nikolas Ferreira nas eleições de 2020, para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, e de 2022, para a Câmara dos Deputados. O local declarado foi um posto de gasolina desativado na Avenida Silva Lobo, 667, no bairro São Pedro, em Belo Horizonte. Apelidado de “QG do Bolsonaro” pela campanha, o imóvel não apresentava atividade comercial real: sem bombas de abastecimento operacionais e sem movimentação visível, configurando o que fontes descrevem como um “QG fantasma”.
O posto em questão pertence à Du Pape Empreendimentos, cujos sócios foram condenados na Operação Mão Invisível, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 2018. Considerada o maior esquema de cartel de combustíveis do estado, a operação revelou uma rede que manipulava preços, fraudava licitações e sonegava bilhões em impostos, com prejuízos estimados em R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos e consumidores mineiros. Os réus, incluindo executivos da Du Pape, foram sentenciados por formação de cartel, fraude à licitação e crimes contra a ordem econômica, com penas que variam de multas milionárias a prisão. Além disso, a empresa acumula autuações pela Receita Federal por fraudes fiscais e manipulação de medidores de bombas, com investigações adicionais sob sigilo no MPMG.
Essas ligações não se limitam ao endereço físico. A reportagem do DCM aponta que Nikolas Ferreira recebeu apoio indireto de um “sistema corrupto e bilionário”, conforme descrito por fontes ligadas à investigação. O deputado, eleito com mais de 1,5 milhão de votos em 2022 como um dos principais articuladores do bolsonarismo em Minas Gerais, usou o imóvel da Du Pape para registrar despesas de campanha, incluindo aluguel e estrutura logística, totalizando valores não especificados nos autos eleitorais, mas que agora são questionados por possível conluio.
O escândalo ganha contornos ainda mais graves ao se conectar a uma campanha de desinformação promovida pelo próprio Ferreira contra o rastreamento de transações via PIX e fintechs. Em agosto de 2025, o deputado viralizou com um vídeo criticando medidas de fiscalização da Receita Federal sobre pagamentos digitais, alegando “interferência no livre mercado”. A norma, que visava coibir lavagem de dinheiro, foi revogada após uma onda de fake news, beneficiando, segundo o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que usavam fintechs para movimentar bilhões em recursos ilícitos.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, protocolou representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Ferreira, acusando-o de “favorecer o crime organizado” com a disseminação de mentiras. “Quem é contra a fiscalização protege o crime”, afirmou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) em postagem nas redes sociais, ligando o episódio a desarticulações recentes de esquemas de lavagem no setor de combustíveis.
A assessoria de Nikolas Ferreira não respondeu aos pedidos de comentário do DCM até o fechamento desta reportagem. O PL-MG e o TSE foram procurados, mas não se manifestaram sobre as alegações. Parlamentares da oposição, como o deputado Rogério Correia (PT-MG), cobram investigação imediata pela PF e PGR, destacando a gravidade do caso para a democracia mineira.
Esse episódio se soma a outros questionamentos sobre o histórico de Ferreira, incluindo representações passadas do PSOL por suspeitas de arrecadação ilegal em 2022 e ligações familiares com casos de tráfico de drogas em Minas Gerais.
A transparência no financiamento político, pilar da Lei da Ficha Limpa, volta ao centro do debate: como evitar que redes criminosas influenciem o Congresso Nacional?
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