Investigação da Polícia Federal apura origem de metanol em bebidas adulteradas em São Paulo
Casos de intoxicação por metanol, incluindo três mortes confirmadas, levantam alerta sobre possível rede de distribuição interestadual da substância tóxica
O Brasil enfrenta uma grave crise de saúde pública com a confirmação de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, especialmente no estado de São Paulo. Nesta terça-feira (30), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que a Polícia Federal abriu uma investigação para identificar a origem do metanol utilizado na adulteração de bebidas, como gin e vodca, que já resultou em pelo menos seis casos confirmados de intoxicação, três mortes e outros dez casos em análise no estado. A suspeita é que a rede de distribuição da substância, altamente tóxica, possa estar operando em outros estados.
Casos alarmantes em São Paulo
Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado de São Paulo, até a noite de segunda-feira (29), foram registrados seis casos confirmados de intoxicação por metanol, com três óbitos confirmados: um homem de 58 anos, morador de São Bernardo do Campo, um homem de 54 anos, residente na capital paulista, e outro de 45 anos, cuja residência ainda está sendo investigada. Além disso, uma quarta morte, de um homem com histórico de etilismo crônico, está sob investigação, enquanto outro caso foi descartado.
Entre os casos em apuração, destaca-se o de Rafael dos Anjos Martins Silva, internado há quase um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após consumir gin comprado em uma adega na Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo, no dia 1º de setembro. Segundo relato de sua mãe, Helena Martins, ao Fantástico, o jovem começou a passar mal, vomitou, sentiu fortes dores abdominais e, posteriormente, gritou que estava cego. “Ele está respirando pelo ventilador, não tem fluxo sanguíneo cerebral. Segundo a medicina, é irreversível”, lamentou Helena.
Outra vítima, Rhadarani Domingos, relatou ao mesmo programa ter ficado cega após consumir três caipirinhas de vodca em um bar no Jardim Paulista, área nobre da capital. Ela deixou a UTI na segunda-feira, mas segue internada sem previsão de alta.
Ação do governo e alerta nacional
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a gravidade da situação, apontando que o Brasil registra, em média, 20 casos de intoxicação por metanol por ano. “A partir de setembro, foi quase metade das notificações que costumam ter no ano e concentrado apenas em São Paulo, o que chama atenção”, afirmou. Ele anunciou que o Ministério da Saúde publicará uma nota técnica para orientar profissionais de saúde sobre como identificar casos suspeitos, definindo sintomas como náuseas, tonturas, convulsões, cegueira e até risco de morte.
No sábado (27), a Secretaria de Defesa do Consumidor emitiu uma nota técnica alertando estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas sobre o risco de contaminação. A força-tarefa formada por policiais, membros do Centro de Vigilância Sanitária e da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da prefeitura de São Paulo realizou, na segunda-feira, fiscalizações em três bares da capital — localizados nos Jardins, Zona Oeste e Mooca —, onde foram apreendidas 117 garrafas de bebidas destiladas sem rótulos. O Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP) está à disposição da população para orientações e diagnóstico pelos telefones (11) 5012-5311 e 0800 771 3733. A Secretaria da Saúde recomenda que, em caso de suspeita de intoxicação, a população busque atendimento médico imediato, utilizando a plataforma https://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/ para localizar o serviço mais próximo.
Origem do metanol e suspeitas de Crime Organizado
A investigação da Polícia Federal, conforme determinação do diretor-geral Andrei Rodrigues, busca mapear a rede de distribuição do metanol, que pode estar ligada ao crime organizado. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a hipótese de que o metanol utilizado nas bebidas seja o mesmo importado ilegalmente pelo PCC para adulterar combustíveis. Uma megaoperação recente revelou que combustíveis em alguns postos continham até 90% de metanol, quando o limite permitido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de apenas 0,5%. “O fechamento nas últimas semanas de distribuidoras e formuladoras de combustível diretamente ligadas ao crime organizado pode ter levado a facção a revender o metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas”, afirmou a ABCF, destacando o risco à saúde pública e os lucros milionários obtidos por essas redes criminosas.
O perigo do metanol
O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor, inflamável e com cheiro semelhante ao do álcool etílico, o que dificulta sua identificação. Utilizado na indústria para produzir formaldeído, tintas, solventes, plásticos e biodiesel, ele é altamente tóxico e nunca deve ser ingerido. Pequenas quantidades podem causar intoxicação grave, com sintomas que incluem náuseas, tonturas, convulsões, cegueira permanente e até a morte.
Recomendações à população e comerciantes
O Centro de Vigilância Sanitária orienta que bares, casas noturnas e comerciantes verifiquem a procedência das bebidas, priorizando produtos de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal. A população também deve evitar bebidas de origem duvidosa, que podem representar risco à vida.
O que você acha dessa crise de saúde pública envolvendo bebidas adulteradas? Já tomou alguma precaução ao consumir bebidas alcoólicas? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo para alertar outras pessoas sobre os riscos do metanol!
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