Invasão da fazenda Norbrasil: Sem-Terra da LCP devastam reserva legal, impedem acesso à propriedade e INCRA de Rondônia não se mexe
Ocupação armada em Abunã destrói mais de 15 mil hectares de mata nativa e bloqueia acesso; região acumula mais de 40 mortes em disputas agrárias, exigindo ação urgente do INCRA e autoridades
A Fazenda Norbrasil, registrada oficialmente como Fazenda Nova Brasil e com quase um século de existência produtiva, vive mais um capítulo de violência agrária nesta terça-feira (4 de novembro de 2025). Integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), movimento sem-terra, consolidaram a invasão iniciada em 1º de novembro no Distrito de Abunã, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. A propriedade de 33 mil hectares está isolada, com acampados controlando acessos e impedindo a entrada de funcionários, produtores rurais e do proprietário, resultando em paralisação total das operações agropecuárias e prejuízos estimados em milhões de reais.
Relatos de fontes locais e imagens divulgadas pela imprensa regional mostram que os invasores ergueram acampamentos e utilizaram armas de fogo para conter tentativas de retomada da área. Na segunda-feira (3), funcionários foram recebidos a tiros ao se aproximarem da sede, sem vítimas registradas, mas com intensificação do cerco armado. Autoridades da Polícia Militar de Rondônia (PM-RO) monitoram o local, mas a desocupação não é iminente. Além disso, pelo menos quatro tratores de grande porte foram flagrados operando internamente, abrindo estradas, construindo pontilhões e limpando terrenos para expansão do acampamento – indícios de uma ocupação planejada para duração prolongada.
O que agrava a crise é o impacto ambiental devastador: grande parte da reserva legal obrigatória da fazenda, equivalente a mais de 15 mil hectares de mata nativa, já foi desmatada pelos invasores, com relatos de queimadas controladas e extração ilegal de madeira para viabilizar a fixação. De acordo com os proprietários a destruição ambiental compromete não só a biodiversidade da Amazônia Ocidental, mas também a sustentabilidade da produção local, que inclui grãos e pecuária extensiva. Essa ação viola normas do Código Florestal e reforça Rondônia como um dos estados com maiores alertas de desmatamento, apesar de uma redução de 35% na taxa estadual entre agosto de 2024 e julho de 2025.
A Fazenda Norbrasil é um dos epicentros de conflitos agrários em Rondônia, estado com alto índice de disputas fundiárias na Amazônia. Nos últimos anos, a área registrou embates intensos entre sem-terra, grileiros e proprietários, com denúncias de ataques armados e um saldo trágico de mais de 40 mortes em confrontos. Entre as vítimas, destaca-se Secimo Mineiro dos Santos, ex-gerente da fazenda de 62 anos, assassinado com mais de 30 tiros em episódio anterior. Em 2022, seguranças contratados para guarda da propriedade foram alvejados, e em 2021, dois policiais militares foram mortos em confronto com membros da LCP na região. Episódios recentes, como o ataque à sede em Mutum Paraná em setembro de 2025, envolveram fuzis, fogo e tratores para demolir galpões e casas, com cápsulas de calibres .762, .556 e outros encontrados no local.
Apesar de petições reiteradas do proprietário ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para desapropriação ou mediação, não há avanços na regularização fundiária, deixando o dono sem opções para retomar a produção ou acessar a terra. A região de Abunã, na Ponta do Abunã, foi transformada pelo agronegócio desde os anos 1980, mas persistem divisões sociais que alimentam invasões constantes, como documentado em relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ataques semelhantes da LCP ocorreram em fazendas vizinhas, como em Mutum Paraná, onde a PM desmantelou acampamentos armados em agosto e setembro de 2025, com prisões e apreensões de armas pesadas.
O proprietário desabafou à imprensa local sobre as perdas irreparáveis na safra e o desemprego de dezenas de famílias dependentes da fazenda. “Não consigo mais produzir nem entrar em minha área, e agora veem destruindo o que resta de floresta para se instalar”, declarou ele. Organizações camponesas argumentam que as invasões respondem à morosidade da reforma agrária, enquanto ruralistas demandam punição aos responsáveis e agilidade federal.
O secretário de Segurança Pública de Rondônia reforçou o patrulhamento, priorizando inteligência e diálogo. “Estamos atuando para resolver pacificamente, mas qualquer ameaça à ordem pública ou ao meio ambiente será combatida com rigor”, afirmou o comandante-geral da PM-RO em nota oficial. Especialistas alertam que, sem intervenção urgente do governo federal, o impasse pode evoluir para uma tragédia humanitária e ambiental maior, ecoando o histórico de violência no campo rondoniense.
Palavras-chave: conflito agrário, LCP, Fazenda Norbrasil, Rondônia, INCRA, sem-terra, invasão rural, Abunã, reforma agrária, Amazônia Ocidental, desmatamento, reserva legal, mortes agrárias.
O que você acha dessa escalada de tensões no campo rondoniense, com devastação ambiental e histórico de vidas perdidas? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo e ajude a debater soluções para esses conflitos. Não esqueça de compartilhar este artigo para ampliar o debate!
Siga o Painel Político nas redes sociais:
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
LinkedIn: Painel Político
Junte-se ao nosso canal no WhatsApp para atualizações exclusivas: https://whatsapp.com/channel/0029Va4SW5a9sBI8pNwfpk2Q
E no Telegram: https://t.me/PainelP #PainelPolitico #ConflitoAgrario #Rondonia #LCP #FazendaNorbrasil #ReformaAgraria #Amazonia #Desmatamento #ViolenciaNoCampo



