INSS suspende novos consignados: Medida cautelar afeta quatro instituições bancárias
Com denúncias de empréstimos não solicitados, INSS proíbe que Banco Inter, Facta, Cobuccio e Paraná Banco ofereçam consignados até apuração; entenda o impacto para aposentados e repercussão política
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decretou, em despacho publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (16), a suspensão cautelar dos contratos que autorizavam quatro instituições financeiras a ofertarem novos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas. As instituições atingidas são o Banco Inter, a Facta Financeira, a Cobuccio Sociedade de Crédito e o Paraná Banco.
Essa decisão soma-se a outras medidas adotadas recentemente — em 10 de outubro, o INSS já havia suspendido o contrato com o Banco Master, enquanto que, ainda em agosto, o instituto interrompeu autorização para outras oito instituições que atuavam no mercado de consignados.
Motivações e contexto da medida
De acordo com a publicação oficial, a suspensão cautelar foi necessária para “interromper irregularidades nos serviços de empréstimo consignado e proteger o interesse público até a conclusão das investigações”. O objetivo é evitar novas operações suspeitas enquanto o INSS apura possíveis práticas abusivas ou fraudulentas.
Uma reportagem da Globonews, com base em dados do portal consumidor.gov, revela que entre 2019 e abril de 2025, 65% das reclamações sobre empréstimos consignados vinculados ao INSS envolviam contratos não solicitados pelos beneficiários. Outros 20% das queixas tratavam de cobranças indevidas, 8% de dificuldades no cancelamento do empréstimo e 7% de taxas não informadas.
A questão do crédito consignado irregular voltou ao centro do debate depois da deflagração da “Operação Sem Desconto”, conduzida em abril de 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A operação investigou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias, que poderia atingir até R$ 6,3 bilhões.
Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia determinado que novos descontos em folha só poderiam ocorrer mediante autorização expressa do aposentado, o que também fundamenta a adoção de medidas emergenciais por parte do INSS.
Reações das instituições afetadas
Em suas respectivas notas, as instituições atingidas afirmaram estar em diálogo com o INSS para esclarecer os motivos da suspensão:
O Banco Master declarou que foi “surpreendido com a suspensão” e reafirmou que “cumpre integralmente todas as normas e procedimentos aplicáveis ao setor”.
O Banco Inter disse que também foi pego de surpresa e que busca “entender os motivos da decisão”, reiterando compromisso com transparência e respeito aos clientes.
A Facta Financeira afirmou que “cumpre rigorosamente a legislação e os requisitos dos órgãos reguladores”, embora ainda não tenha tido acesso aos autos do processo.
O Paraná Banco informou que está prestando todos os esclarecimentos necessários e destacou seus valores institucionais de ética e responsabilidade.
A Cobuccio Sociedade de Crédito não respondeu até o fechamento desta matéria.
À Federação Brasileira de Bancos (Febraban), cabe o papel de acompanhar e orientar os bancos associados sobre melhores práticas e coibir condutas abusivas. A entidade enfatiza que apoiará medidas corretivas quando houver indícios de irregularidades, desde que respeitado o direito de defesa das instituições.
Consequências para beneficiários e mercado
Para os aposentados e pensionistas que já possuem empréstimos consignados junto a essas instituições, os contratos existentes continuam válidos, segundo o INSS. A proibição se aplica apenas a novas operações ou refinanciamentos mediante desconto em folha.
No entanto, a medida gera impacto significativo para aqueles que dependem desse tipo de crédito ou pretendiam obter empréstimos nessa modalidade. Com a restrição imposta, o mercado pode assistir a uma redução temporária da oferta para esse público específico, ao menos até que os processos investigativos sejam concluídos.
Ademais, a decisão reforça a necessidade de maior fiscalização e regulação mais rígida sobre operações de crédito consignado, especialmente em um contexto de denúncias recorrentes de contratos indevidos e falta de transparência.
A CPI do INSS e o debate no parlamento
Parlamentares já sinalizam que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deverá incluir entre seus temas os empréstimos consignados. A quebra de contrato com essas instituições envolve aspectos que tocam direitos do consumidor, fiscalização estatal e eventual responsabilização de agentes públicos e privados.
Em cenário de alta sensibilidade pública em relação às fraudes contra aposentados, a atuação dessa comissão poderá definir novos marcos regulatórios e fortalecer mecanismos de proteção ao beneficiário.
Caminhos possíveis e atenção necessária
Acompanhar o andamento das investigações — o desfecho desse processo pode resultar em sanções, devoluções e reestruturações regulatórias no setor de crédito consignado.
Fortalecer a defesa dos beneficiários — é essencial que o INSS e o Poder Público aprimorem os canais de denúncia e acompanhamento, permitindo maior fiscalização colaborativa da sociedade.
Aprimorar normas regulatórias — há demanda por regras mais claras e eficientes para concessão de consignados, especialmente para evitar vendas casadas, autorizações falsas e empréstimos não solicitados.
Em um cenário em que muitos aposentados dependem de seus benefícios como única fonte de renda, qualquer risco de desconto indevido ou oferta fraudulenta assume caráter gravíssimo. A cautelar do INSS é uma medida de proteção provisória, mas revela que há um desafio estrutural a ser enfrentado.
O que você acha dessa decisão do INSS? Já sofreu descontos indevidos ou sabe de casos parecidos? Comente abaixo, compartilhe com amigos e familiares — principalmente com quem recebe benefícios do INSS — e ajude a ampliar o debate.
Palavras-chave: INSS, empréstimo consignado, aposentados, pensionistas, fraude, suspensão cautelar, CPMI, proteção ao consumidor
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