"Homem de Trump" veio ao Brasil, levou uma visão realista ao presidente americano e facilitou aproximação
De tensões a diálogo: O papel crucial de Richard Grenell na aproximação entre Brasil e EUA
Em um movimento que surpreendeu analistas e aliviou tensões acumuladas nos últimos meses, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou uma ligação telefônica “muito boa” com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na manhã de 6 de outubro de 2025. Durante a conversa, descrita como amigável, os líderes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve, tanto nos EUA quanto no Brasil, e discutiram temas como economia, comércio e a remoção de tarifas impostas sobre produtos brasileiros. Trump destacou que os dois países “fariam muito bem juntos”, enquanto Lula pediu a eliminação de tarifas punitivas e o levantamento de sanções contra o Brasil, em um esforço para restaurar a “amizade de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”.
A virada na postura americana, que passou de um tom confrontacional para uma abordagem de aproximação, não foi casual. Conforme revelado por reportagens recentes, o telefonema foi precedido por uma série de negociações discretas, orquestradas em grande parte pelo enviado especial de Trump para assuntos sensíveis na América Latina, Richard Grenell.
Em setembro de 2025, Grenell realizou uma viagem sigilosa ao Brasil, onde se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), no Rio de Janeiro, e com o chanceler Mauro Vieira, do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Esses encontros, que duraram horas, visavam apresentar a Trump uma visão mais pragmática e equilibrada sobre o cenário político e econômico brasileiro, contrabalançando pressões de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nos EUA.
A análise é compartilhada pelo professor Leonardo Trevisan, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em participação no programa Mercado Aberto, do Canal UOL. Segundo Trevisan, Grenell, conhecido como o “ouvidor” de Trump para questões delicadas – responsável, por exemplo, pela resolução do impasse da Chevron na Venezuela e pela abertura de canais na Arábia Saudita –, trouxe uma “outra realidade sobre o Brasil” ao presidente americano. “Eu acho que chegou ao ouvido de Donald Trump uma outra realidade sobre o Brasil, e isso tem nome e sobrenome: chama-se Richard Grenell. Foi o enviado de Trump, que é o ouvido de Trump para resolver causas sensíveis. [...] Grenell levou outra visão do Brasil para lá. Foi isto que mudou. Trump tem hoje dois interlocutores. Se ele recebe uma pressão muito forte, por parte das coligações em torno de Bolsonaro, ele tem um outro ouvido que ele também escuta, que diz que não é bem assim com o Brasil.”, afirmou o acadêmico.
Trevisan enfatiza que a mudança de postura dos EUA resulta de uma combinação eficaz entre diplomacia brasileira e lobby do empresariado nacional. Os diplomatas do Itamaraty, aliados a empresários com laços nos EUA, pressionaram diretamente homólogos americanos para influenciar a Casa Branca. “A primeira é a ação da diplomacia conjunta brasileira, o profissionalismo dos nossos diplomatas aliado a uma ação absolutamente eficiente do empresariado brasileiro que tem ligações com os Estados Unidos. Os dois agindo em conjunto pressionaram. Eles foram bater na porta dos empresários americanos, pediram uma ajuda para os empresários americanos para se aproximar da Casa Branca e foram absolutamente bem sucedidos.”, explicou. Essa estratégia gerou expectativa de avanços concretos, como a retirada de tarifas sobre exportações brasileiras, beneficiando setores como agricultura e siderurgia.
As negociações secretas envolveram também figuras como Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, e foram cruciais para “selar” não apenas o telefonema, mas também um breve encontro entre Trump e Lula na Assembleia Geral da ONU, em setembro. Reportagens do jornal O Estado de S. Paulo e da Americas Quarterly detalham como esses contatos discretos pavimentaram o caminho para o degelo, contrastando com as críticas iniciais de Trump ao governo Lula, incluindo acusações de alinhamento excessivo com a China e supostas interferências em eleições americanas.
No X (antigo Twitter), a conversa gerou repercussão imediata. Usuários como @BlogdoNoblat destacaram as reuniões secretas, enquanto @BrazilBrian, editor da Americas Quarterly, apontou que o encontro na ONU foi “orquestrado por semanas” por Grenell. Vídeos e postagens sobre o telefonema circularam amplamente, com analistas celebrando a “boa química” entre os líderes, conforme relatado pelo vice-presidente Alckmin.
Essa aproximação ocorre em um contexto de tensões globais, com Trump priorizando agendas de segurança e comércio na América Latina. Para o Brasil, o diálogo abre portas para negociações bilaterais mais fluidas, potencialmente impulsionando exportações e investimentos. Analistas como Trevisan veem o quadro como positivo, mas alertam para a necessidade de vigilância em temas sensíveis, como a relação com a Venezuela.
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