Hacker acusa Carla Zambelli de ser “mentora intelectual” em tentativa de invasão do CNJ
Walter Delgatti Neto, preso, aponta deputada bolsonarista como mandante em alegações finais ao STF
Em um desdobramento que promete agitar os bastidores da política brasileira, o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por vazamentos que abalaram o cenário nacional, lançou graves acusações contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Em suas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) esta semana, Delgatti afirma que a parlamentar foi a “mentora intelectual” de uma tentativa de invasão digital ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ambos são réus no processo, acusados de invasão de sistema e falsidade ideológica por supostamente tentar inserir documentos falsos no CNJ.
Preso atualmente, Delgatti, por meio de seu advogado Ariovaldo Moreira, alega que foi manipulado por Zambelli, que teria explorado sua situação de vulnerabilidade. “O réu aceitou realizar as invasões porque era desempregado e Carla Zambelli lhe ofereceu emprego e tratamento de saúde. Evidente que a parlamentar explorou a carência do acusado e o iludiu com seu prestígio, o que comprometeu seu entendimento e liberdade de atuação”, diz trecho do documento entregue ao STF. O trecho foi divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, no PlatôBr.
A peça jurídica vai além e aponta Zambelli como a principal articuladora do crime. “Ficou clara a atuação de Carla Zambelli como mandante e mentora intelectual das invasões, oferecendo apoio, emprego, benefícios e, inclusive, custeando o tratamento de Walter no hospital de Guaratinguetá”, argumenta Moreira. A defesa do hacker sustenta que a relação entre os dois foi “cabalmente comprovada” por encontros presenciais, reuniões na sede do PL – partido liderado por Valdemar Costa Neto e alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro – e trocas de mensagens.
Outro detalhe revelado é o suposto pagamento de R$ 13,5 mil que Delgatti teria recebido por intermédio de um assessor parlamentar de Bruno Zambelli, irmão da deputada. Esse valor, segundo a defesa, seria parte do incentivo oferecido para que o hacker executasse o plano.
Pedido de suspeição de Moraes
No mesmo documento, a defesa de Delgatti solicita que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, seja considerado suspeito para julgá-lo. O argumento é que Moraes seria o principal alvo dos crimes cometidos, o que comprometeria sua imparcialidade. O pedido adiciona uma camada de tensão ao processo, que já envolve figuras de peso no Judiciário e na política.
A resposta de Zambelli
A defesa de Carla Zambelli, por sua vez, rejeita categoricamente as acusações. Em nota, os advogados da deputada afirmam que ela é inocente e que as alegações de Delgatti não passam de uma tentativa de transferir a culpa. Zambelli, conhecida por sua postura combativa e alinhamento ao bolsonarismo, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso após a entrega das alegações finais.
Um caso de repercussão nacional
O processo no STF coloca em xeque não apenas a conduta de uma das parlamentares mais influentes do campo conservador, mas também expõe as fragilidades dos sistemas digitais de instituições como o CNJ. A acusação de que uma deputada federal teria orquestrado um ataque cibernético com a ajuda de um hacker preso reacende debates sobre ética, poder e segurança na era digital.
À medida que o julgamento se aproxima, os olhos da opinião pública e da classe política estarão voltados para o STF. Resta saber como as provas apresentadas – e a possível suspeição de Moraes – influenciarão o desfecho desse caso que une tecnologia, crime e intrigas políticas.
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