Gusttavo Lima na mira: Avião apreendido em operação contra jogos de azar em Pernambuco; veja íntegra da decisão
Cantor sertanejo é envolvido indiretamente em investigação que resultou na prisão de Deolane Bezerra e outros suspeitos de lavagem de dinheiro
Em uma operação que abalou o cenário do entretenimento e dos jogos de azar no Brasil, a Polícia Civil de Pernambuco deflagrou uma ação de grande escala contra uma suposta organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e jogos ilegais. A operação, denominada "Integration", ganhou destaque nacional não apenas pela prisão da advogada e influenciadora Deolane Bezerra, mas também pela apreensão de um avião ligado à empresa do cantor Gusttavo Lima.
O desenrolar da operação
A operação "Integration", realizada no início de setembro de 2024, é resultado de um extenso inquérito policial que investiga crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa envolvendo jogos de azar. As autoridades decretaram prisões preventivas, realizaram o sequestro de bens e bloquearam contas bancárias de diversos suspeitos.
Entre os alvos da operação, destaca-se a apreensão de uma aeronave registrada pela empresa Balada Eventos e Produções LTDA, pertencente ao cantor Gusttavo Lima. O avião, um Cessna Citation, modelo 560XL, foi vendido recentemente para Darwin Henrique da Silva, um dos principais investigados e dono da plataforma de apostas "Vai de Bet".
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O Envolvimento indireto de Gusttavo Lima
É importante ressaltar que, até o momento, Gusttavo Lima não é alvo direto da investigação. A apreensão do avião está relacionada à sua venda para um dos suspeitos, e não a qualquer atividade ilícita do cantor. A Balada Eventos, por meio de seu advogado, afirmou que "a aeronave foi vendida há meses, com transferência de propriedade e não pertence mais à empresa".
As acusações e o esquema criminoso
Segundo as investigações, o grupo criminoso operava um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar ilegais, incluindo o jogo do bicho, apostas esportivas e cassinos online. A organização é acusada de utilizar empresas de fachada para dissimular a origem ilícita dos recursos.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) destacou a complexidade da operação criminosa, caracterizada pela divisão de tarefas e um aparato operacional estruturado em núcleos. As acusações se baseiam nos artigos 1º da Lei 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro) e 2º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas).
Desdobramentos Judiciais
Recentemente, o MPPE recomendou que os processos relacionados à "Vai de Bet" e à empresa de Gusttavo Lima sejam encaminhados para a Justiça da Paraíba. Esta recomendação se baseia na possibilidade de conexão entre os fatos investigados em Pernambuco e aqueles apurados na Paraíba.
A juíza responsável pelo caso em Pernambuco manteve as medidas cautelares, incluindo as prisões preventivas (entre elas a do cantor), argumentando a necessidade de proteger a ordem pública e a integridade do processo judicial. A decisão também inclui a emissão de notificações vermelhas da Interpol para alguns dos investigados que se encontram foragidos.
Impacto no cenário de apostas e entretenimento
Esta operação lança luz sobre o controverso mercado de apostas esportivas no Brasil, que tem atraído celebridades e influenciadores para campanhas publicitárias. O caso levanta questões sobre a regulamentação desse setor e a responsabilidade dos envolvidos em sua promoção.
Enquanto a investigação continua, o caso serve como um alerta para a indústria do entretenimento e do esporte sobre os riscos associados às parcerias com empresas de apostas. A operação "Integration" não apenas expôs um suposto esquema criminoso, mas também trouxe à tona debates importantes sobre a legalidade e a ética no mundo das apostas esportivas no Brasil.
As autoridades reforçam que a investigação está em andamento e que novas revelações podem surgir nos próximos dias. O desenrolar deste caso promete manter-se como um dos tópicos mais discutidos no cenário jurídico e do entretenimento brasileiro nos próximos meses.
Veja a íntegra da decisão: