Guerra comercial expõe fragilidade dos portos brasileiros: País pode perder bilhões
Caos nos Portos: Prejuízos de R$ 21 bilhões anuais revelam gargalos históricos enquanto guerra tarifária global pressiona setor logístico nacional
O Brasil enfrenta um momento crítico em sua infraestrutura portuária justamente quando uma oportunidade histórica se apresenta no comércio internacional. Em meio à intensificação da guerra tarifária entre as principais potências mundiais, o sistema portuário brasileiro expõe suas fragilidades estruturais, acumulando prejuízos estimados em R$ 21 bilhões por ano, segundo dados da Centronave.
O cenário atual revela uma escalada dramática nos preços do frete marítimo. Segundo levantamento exclusivo da MTM Logix, o custo do contêiner de 40 pés vindo da China para o Brasil triplicou, saltando de US$ 1.200 no início de 2024 para até US$ 4.000 atualmente. Mais alarmante ainda é a situação das rotas regionais, onde o Brasil paga preços superiores aos seus vizinhos: enquanto o frete China-Guatemala custa cerca de US$ 4.000, a rota Brasil-Guatemala, significativamente mais curta, chega a US$ 6.000.
Infraestrutura no limite
O vice-presidente de navegação da Log-In Logística Intermodal, Marcus Voloch, faz um alerta contundente: "Se a economia brasileira crescesse 10%, o volume de carga não conseguiria acompanhar, porque não tem onde colocar". A empresa, maior do setor de cabotagem do país, mesmo tendo registrado crescimento de 19,5% em 2024, com receita recorde de R$ 2,3 bilhões, reconhece as limitações estruturais do setor.
Impactos práticos
Os gargalos já mostram seus efeitos práticos. Apenas em março de 2025, o Brasil deixou de embarcar 637,7 mil sacas de café, equivalente a aproximadamente 1.932 contêineres, devido às limitações portuárias. As perdas se acumulam em forma de fretes mais caros, sobreestadia de navios e oportunidades perdidas no comércio internacional.
Oportunidades em risco
Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, aponta que o Brasil poderia se beneficiar da guerra tarifária global, especialmente nas relações com os Estados Unidos, que buscam alternativas à produção chinesa. No entanto, as deficiências na infraestrutura portuária ameaçam essa possibilidade de expansão comercial.
Perspectivas para 2025
O setor de cabotagem projeta um crescimento mais moderado para 2025, com expectativas de avanço de um dígito alto. Contudo, as limitações estruturais permanecem como principal entrave para um crescimento mais robusto do comércio marítimo brasileiro.
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