Greve dos Auditores Fiscais paralisa atividades em portos e aeroportos do Brasil
Categoria realiza operação-padrão nas aduanas e protesta contra recusa do governo em negociar reajuste do vencimento básico; ato público está marcado para 4 de dezembro em Brasília
Em uma demonstração de força e insatisfação, os Auditores-Fiscais da Receita Federal iniciaram uma greve por tempo indeterminado que afeta significativamente as operações aduaneiras em todo o país. O movimento, que começou oficialmente em 26 de novembro, conta com a adesão de aproximadamente 120 servidores apenas na área da Aduana, sinalizando uma mobilização expressiva da categoria.
A paralisação foi deflagrada após o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) se recusar a abrir negociações sobre o reajuste do vencimento básico, tema que fazia parte de um acordo previamente firmado entre o governo federal e a categoria. Durante uma reunião setorial realizada com o Comando Nacional de Mobilização (CNM) e a Direção Nacional, os auditores manifestaram forte indignação com a postura do governo.
Estratégias de mobilização
O plano de ação dos grevistas inclui diferentes abordagens:
Zona Secundária: Paralisação total das atividades
Aduana: Operação-padrão no gerenciamento de risco, desembaraço aduaneiro, vigilância e repressão
Caravanas de apoio: Deslocamentos programados para unidades de Alfândega, começando pelo Porto de Santos
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Impactos e próximos passos
A mobilização, que teve início em julho deste ano, ganhou força após uma frustrada tentativa de negociação com a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) em 14 de novembro. Como resposta à intransigência do governo, a categoria programou uma série de ações estratégicas:
Ato público em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, marcado para 4 de dezembro às 10h
Reuniões com equipes estratégicas, incluindo:
Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros (Cetad)
Coordenação-geral de Tributação (Cosit)
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf)
Orientações aos servidores
O Sindifisco Nacional disponibilizou um Caderno de Mobilização com diretrizes específicas para cada setor. Os auditores que não estão em greve total devem seguir a operação-padrão, procedimento que visa desacelerar as atividades mantendo a legalidade das operações.
A paralisação tem potencial para impactar significativamente o comércio exterior brasileiro, especialmente em um período de intenso fluxo de importações e exportações. O movimento sindical aguarda uma resposta do governo federal para estabelecer um canal de negociação que atenda às reivindicações da categoria.