Greve dos Auditores-Fiscais da Receita Federal chega a 167 dias e ganha força em semana decisiva
Negociações com o governo estão marcadas para quarta-feira (14), enquanto paralisações se intensificam em portos, aeroportos e fronteiras
A greve dos Auditores-Fiscais da Receita Federal completou 167 dias nesta segunda-feira (12), alcançando um momento crítico com o fortalecimento do movimento em todo o Brasil.
Pela segunda vez na história, delegados e delegados adjuntos da Receita aderiram à paralisação, registrando a marcação expressa na folha de frequência. A mobilização, que já conta com a participação de 94 Auditores-Fiscais de diversas subsecretarias e coordenações, ganhou novo fôlego com a decisão de 80 profissionais das equipes especializadas de combate às fraudes fiscais (Efraus) de suspender a participação em operações de busca e apreensão a partir desta semana.
Com uma reunião de negociação marcada para quarta-feira (14) com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), a categoria intensifica as ações para pressionar o governo por suas reivindicações: a revogação imediata das Resoluções nº 7 e nº 8 e uma solução definitiva para o reajuste do vencimento básico. A expectativa é que o encontro traga avanços concretos, mas os Auditores-Fiscais deixam claro que estão dispostos a manter a paralisação até que suas demandas sejam atendidas.
Adesão histórica e reforço nas aduanas
A adesão de delegados e delegados adjuntos marca um momento histórico para o movimento. Os 94 Auditores-Fiscais que assinaram o manifesto de apoio pertencem a áreas estratégicas da Receita Federal, como a Subsecretaria de Cadastro, Arrecadação e Atendimento (Suara), Subsecretaria de Administração Aduaneira (Suana), Subsecretaria de Tributação e Contencioso (Sutri), Subsecretaria de Fiscalização (Sufis), Coordenação de Pesquisa e Investigação (Copei) e Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros (Cetad). Essa ampla representatividade reforça a coesão da categoria na luta por melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Além disso, os 80 Auditores-Fiscais das Efraus, que desde dezembro de 2024 já haviam aderido à greve, divulgaram um novo manifesto nesta segunda-feira (12). Eles anunciaram que, a partir de agora, não participarão de operações para cumprimento de mandados de busca e apreensão, uma medida que pode impactar significativamente o combate às fraudes fiscais em todo o país.
Paralisação intensa nos principais pontos de fiscalização
Para aumentar a pressão sobre o governo, os Auditores-Fiscais decidiram intensificar as paralisações em portos, aeroportos e aduanas de fronteira, com destaque para a operação “desembaraço zero”. Seguindo a legislação, apenas 30% do efetivo será mantido nesses locais. As ações estão programadas para ocorrer entre os dias 12 e 16 de maio em pontos estratégicos como:
Porto de Santos
Porto do Rio de Janeiro
Porto de Recife
Aeroporto de Guarulhos
Aeroporto de Viracopos
Aeroporto do Galeão
Entre os dias 13 e 15 de maio, as paralisações também afetarão aduanas de fronteira, incluindo:
Ponte da Amizade (Foz do Iguaçu)
Guaíra
Pacaraima
Ponta Porã
Uruguaiana
No Porto do Rio de Janeiro, a Alfândega suspenderá o atendimento externo, e entre os dias 13 e 15 de maio não haverá publicação de despachos decisórios, o que pode gerar impactos significativos no fluxo de mercadorias.
Impactos e expectativas
A escalada do movimento ocorre em um momento estratégico, às vésperas da reunião com o MGI, e reflete a determinação da categoria em buscar uma resolução para o impasse. A paralisação nas aduanas, portos e aeroportos pode afetar o desembaraço de cargas, o comércio exterior e a arrecadação tributária, colocando ainda mais pressão sobre o governo para atender às reivindicações.
A categoria argumenta que as Resoluções nº 7 e nº 8, alvos de críticas, comprometem a autonomia e a eficiência do trabalho dos Auditores-Fiscais. Além disso, a demanda por um reajuste justo no vencimento básico é vista como essencial para a valorização de uma carreira que desempenha papel central na fiscalização e na arrecadação de recursos para o país.
Um movimento que ganha eco
A greve dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, agora em sua fase mais intensa, chama a atenção para a importância do diálogo entre governo e servidores públicos. Com a reunião de quarta-feira (14) no horizonte, os olhos do país estarão voltados para as negociações, que podem definir os rumos do movimento e seus impactos na economia brasileira.
Com informações do Follow-Up da Comex
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