Governo efetiva mudança nos Correios e prepara plano de resgate financeiro para evitar colapso
Com novo presidente à frente da estatal, governo negocia renegociação de dívida de R$ 1,8 bilhão e avalia aporte do Tesouro para estabilizar situação crítica
O anúncio da troca de comando nos Correios – mais de dois meses após o pedido de demissão do então presidente – desencadeou um plano emergencial do governo federal para socorrer a empresa em crise. O roteiro envolve três eixos principais: renegociação de dívidas, aporte de recursos públicos e medidas internas de reestruturação.
Disputa, nova gestão e crise financeira
Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, foi escolhido em 16 de setembro de 2025 para presidir os Correios.
Ele substituirá Fabiano Silva dos Santos, que pediu demissão em 4 de julho.
A nomeação de Rondon teve aval da Casa Civil e passou pelo Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração dos Correios.
O empréstimo, os covenants e o risco de crise aguda
Em 2025, os Correios contrataram um empréstimo de R$ 1,8 bilhão junto a um sindicato bancário formado por BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil. O objetivo era reforçar o caixa da estatal, já fragilizado.
O pagamento está previsto em seis parcelas mensais a partir de junho de 2026, porém o contrato inclui cláusulas restritivas (covenants). Uma dessas cláusulas liga-se ao aumento de custos judiciais ou eventos jurídicos adversos, que, se ativada, permite a cobrança antecipada da dívida.
No segundo trimestre de 2025, os Correios sofreram forte elevação nos custos com precatórios e sentenças judiciais: o montante das obrigações saltou de R$ 940,6 milhões em abril para R$ 2,1 bilhões em junho. Este crescimento torna provável o acionamento do covenant jurídico.
Ações do governo para evitar o pior
O governo vislumbra a possibilidade de aporte direto do Tesouro Nacional, embora não haja definição de valores ou datas. A mera sinalização desse aporte é considerada essencial para tranquilizar credores e evitar o acionamento imediato das cláusulas restritivas.
Para negociar ajustes no contrato com os bancos, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, reuniu-se com representantes do BTG Pactual e do Citibank, os dois bancos que lideram o sindicato de crédito.
Também houve mobilizações de outros ministérios: a Casa Civil e o Ministério da Gestão são partes do esforço para mapear a governança, gestão e possíveis sinergias para mitigar a crise.
Medidas internas dos Correios
Os Correios afirmam que, mesmo antes da nova gestão assumir formalmente, implementaram um Comitê Executivo de Contingência, responsável por coordenar iniciativas de recomposição de liquidez imediata e execução de um programa de reestruturação da estatal.
Prioridades incluem: diversificação de serviços, aumento de receitas, redução de custos, ganhos de produtividade. Algumas ações já anunciadas, como o lançamento de marketplace, são citadas.
Sobre transparência, a nota dos Correios afirma que as ações de reequilíbrio financeiro estão incluídas no plano de reestruturação, mas que detalhes permanecem classificados como sigilosos.
Cenários e riscos
Se os covenants forem acionados, há o risco de os bancos reterem receitas que os Correios teriam a receber, para cobrir parcelas antecipadas da dívida. Isso poderia deixar a empresa sem caixa para honrar obrigações correntes.
Caso seja necessário, o governo federal deverá incorporar os gastos dos Correios no Orçamento Federal, o que implicaria que a estatal se torne dependente da União, reduzindo sua autonomia e ocupando espaço orçamentário que poderia ir para outras políticas públicas.
Características de Emmanoel Schmidt Rondon
Carreira no Banco do Brasil: ocupa posição de gerente executivo desde maio de 2017. Antes disso, assessor sênior e conselheiro da Previ (fundo de pensões dos funcionários do BB).
Formação: Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF); possui MBA pelo Ibmec.
Espera-se dele um perfil técnico, com foco na contenção de custos, racionalização e ajustes administrativos — ainda que algumas medidas mais drásticas, como fechamento de agências ou demissões, enfrentem resistências internas.
A nova gestão dos Correios inicia em meio a uma crise financeira grave, em que dívidas, obrigações judiciais e desequilíbrios de caixa pressionam fortemente a estatal. A renegociação do empréstimo de R$ 1,8 bilhão e o aporte do Tesouro Nacional aparecem como medidas centrais para evitar desdobramentos mais dramáticos, como a impossibilidade de pagar funcionários ou manter serviços. A clareza dos prazos, valores e comprometimento institucional será decisiva para avaliar se o plano dará conta da magnitude do problema.
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