Governo de Milei 'derrete' junto com peso argentino
Derrota nas urnas de Buenos Aires agrava crise cambial e levanta dúvidas sobre a sustentabilidade da agenda econômica liberal do presidente

O peso argentino enfrenta sua pior crise em 2025, acumulando uma desvalorização de 27,4% frente ao dólar até 8 de setembro, de acordo com levantamento realizado por Einar Rivero, sócio da consultoria Elos Ayta. Essa queda posiciona a moeda como a de pior desempenho entre 27 divisas analisadas no período, superando perdas como as da lira turca (-14,35%) e da rúpia indiana (-2,84%). A instabilidade reflete uma combinação de inflação persistente, baixa confiança dos investidores e desafios na estabilização econômica do país.
Na segunda-feira, 8 de setembro, o peso sofreu uma queda adicional de mais de 4%, alcançando a cotação de 1.423 por dólar. Esse movimento foi desencadeado pela derrota do partido La Libertad Avanza, liderado pelo presidente Javier Milei, nas eleições legislativas da província de Buenos Aires – o maior colégio eleitoral da Argentina, responsável por cerca de 40% dos votos nacionais.
A coalizão governista foi superada pelo peronismo, com uma diferença de até 13 pontos percentuais em algumas projeções, o que representou um revés mais severo do que o esperado pelos analistas. Essa foi a primeira grande prova eleitoral para Milei desde sua posse, agravada por pressões adicionais, como denúncias de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei, que atua como secretária-geral da Presidência.
O impacto imediato no mercado financeiro foi significativo: a Bolsa de Valores de Buenos Aires despencou 13,25%, enquanto títulos públicos em dólar registraram quedas acentuadas. Analistas apontam que o resultado eleitoral aprofunda preocupações sobre o apoio político à agenda de Milei, que inclui cortes em gastos públicos e reformas liberais para atrair investimentos estrangeiros. No entanto, a recessão registrada nos últimos meses, com aumento da taxa de pobreza em 10% e paralisia na atividade econômica, tem gerado críticas crescentes. A derrota fortalece opositores como Axel Kicillof, governador peronista de Buenos Aires, e reacende o peso do kirchnerismo na política argentina.
Em contraste com o cenário argentino, o real brasileiro figura entre as moedas de melhor desempenho em 2025, com valorização de 14,08% frente ao dólar. A divisa brasileira ocupa a quarta posição no ranking de ganhos, atrás apenas do rublo russo (+33,99%), da coroa sueca (+17,84%) e do franco suíço (+15,19%). "O dado do Brasil chama atenção. Mesmo com desafios fiscais e políticos, o real conseguiu se valorizar de forma expressiva, impulsionado pelo ingresso de capital estrangeiro e pelos juros ainda elevados, que tornam a renda fixa local mais atraente para investidores", afirma Einar Rivero. No mesmo período, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas fortes, recuou 10,18%, influenciado pela política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Reações nas redes sociais destacam a insatisfação com as medidas de Milei, como cortes em serviços básicos e endividamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que somaram US$ 20 bilhões em empréstimos recentes. Usuários apontam que a desvalorização cambial, inicialmente vista como ajuste necessário, não gerou o crescimento projetado para 2025, levando a um "repique" na crise econômica. Apesar dos desafios, alguns investidores veem o momento como uma possível oportunidade de compra de ativos depreciados, embora o risco país argentino tenha atingido níveis recordes.
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