Gilmar Mendes rebate críticas ao STF após ataques de Tarcísio de Freitas em ato bolsonarista
Em resposta a discurso do governador de São Paulo, decano do Supremo afirma que país não aguenta mais tentativas de golpe e defende papel da Corte na preservação da democracia
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, utilizou as redes sociais neste domingo, 7 de setembro de 2025, para rebater críticas dirigidas à Corte, especialmente após declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante um ato na Avenida Paulista em defesa da anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Sem mencionar diretamente o governador, Mendes enfatizou que não existe "ditadura da toga" no Brasil e que os ministros não agem como "tiranos", posicionando o STF como guardião da Constituição e do Estado de Direito.
O episódio ocorreu no Dia da Independência, quando milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram em manifestações pelo país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais, para pedir perdão aos envolvidos nos eventos golpistas de 2023. Em seu discurso na Paulista, Tarcísio de Freitas criticou abertamente o ministro Alexandre de Moraes, relator de processos contra Bolsonaro, associando-o a uma "tirania". "Por que vocês estão gritando isso ['Fora, Moraes']? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país", declarou o governador, sob aplausos e gritos da multidão.
Horas após o ato, Gilmar Mendes publicou uma nota em sua conta no X (antigo Twitter), destacando que a verdadeira liberdade surge do fortalecimento das instituições, não de ataques a elas.
O ministro listou episódios recentes do "passado autoritário" do país, como milhares de mortes na pandemia, negligência com vacinas, ameaças ao sistema eleitoral, acampamentos pedindo intervenção militar e a tentativa de golpe com destruição de patrimônio público. "O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam", escreveu Mendes.
A resposta do decano repercutiu amplamente nas redes sociais e na imprensa. Publicações no X mostraram divisões: apoiadores da esquerda elogiaram a defesa da democracia, enquanto bolsonaristas criticaram Mendes, reforçando acusações de "ditadura da toga".
Por exemplo, o governador Tarcísio foi chamado de "filho da truta" em postagens irônicas, aludindo a uma suposta proximidade com o STF, enquanto outros defenderam que o Judiciário não age como tirano. Veículos como Folha de S.Paulo e O Globo destacaram que as manifestações reuniram milhares, com foco em anistia ampla, mas sem o impacto das mobilizações anteriores de 2021 e 2022.
Especialistas consultados por jornais como UOL e CNN Brasil apontam que o embate reflete tensões persistentes entre o Judiciário e setores da direita, especialmente após decisões de Moraes que incluíram bloqueios de perfis e investigações sobre fake news e atos antidemocráticos. No entanto, Mendes reforçou que o STF tem impedido retrocessos, preservando garantias fundamentais.
Íntegra da Manifestação de Gilmar Mendes
"No Dia da Independência, é oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento. Não há no Brasil “ditadura da toga”, tampouco ministros agindo como tiranos. O STF tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais.
Se quisermos falar sobre os perigos do autoritarismo, basta recordar o passado recente de nosso país: milhares de mortos em uma pandemia, vacinas deliberadamente negligenciadas por autoridades, ameaças ao sistema eleitoral e à separação de Poderes, acampamentos diante de quartéis pedindo intervenção militar, tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público, além de planos de assassinato contra autoridades da República.
O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam."
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