Garotinho questiona relógio de R$ 425 mil no pulso de Cláudio Castro durante viagem ao Peru
Em post que viralizou nas redes, o ex-governador Anthony Garotinho aponta incompatibilidade entre o salário de Cláudio Castro e relógio de luxo avistado em Lima – o que você acha dessa conta?
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, conhecido por suas críticas contundentes à classe política fluminense, reacendeu o debate sobre transparência e gastos públicos com um post publicado em sua conta no X (antigo Twitter) na noite de terça-feira, 2 de dezembro de 2025. No texto, Garotinho, que já ocupou o cargo de governador entre 1999 e 2002 pelo PDT e hoje atua como comentarista político independente, questiona a origem de um relógio de luxo usado pelo atual governador Cláudio Castro (PL) durante uma viagem recente ao Peru para assistir à final da Copa Libertadores, vencida pelo Flamengo por 1 a 0 contra o Palmeiras no Estádio Monumental, em Lima, no dia 29 de novembro.
No post, que acumulou mais de 3.799 curtidas, 477 reposts e 190 mil visualizações em poucas horas, Garotinho descreve sua abordagem como mera “curiosidade” e não como uma investigação maliciosa. Ele menciona ter verificado a aeronave usada por Castro na viagem – um jatinho particular de um amigo, conforme reportagens recentes – e, a pedido de um observador, prestou atenção em um detalhe capturado em imagens da transmissão do jogo: o relógio no pulso do governador. Tratava-se de um Rolex Sky-Dweller Oyster em ouro branco, modelo avaliado em cerca de R$ 425.400 no mercado brasileiro atual, conforme listagens em sites especializados como Chrono24 e o configurador oficial da Rolex, que indicam preços semelhantes para versões em ouro branco com pulseira Oyster, convertidos de valores em euros e dólares para reais considerando a cotação de novembro de 2025.
Garotinho faz uma conta simples e impactante: segundo reportagem do jornal Valor Econômico de 23 de janeiro de 2025, o salário bruto mensal de Cláudio Castro como governador é de R$ 21.868,14, antes de descontos como Imposto de Renda e previdência. Isso equivaleria a cerca de R$ 262.417,68 anuais brutos, sem considerar benefícios adicionais ou verbas indenizatórias. Para adquirir o relógio de forma “licita” apenas com o salário do cargo, Castro precisaria destinar mais de dois anos integrais de rendimentos, ignorando despesas pessoais e familiares. “Isso significa que, para comprar licitamente o relógio que estava empunhando, o Governador do Rio precisaria gastar mais de 2 anos de tudo que recebeu no cargo que ocupa”, escreveu Garotinho, em tom irônico.
O post não para por aí. Garotinho conecta o episódio a outro fato recente: a viagem de Castro ao Peru foi feita ao lado de um advogado acusado de fraudes na previdência social, em um contexto de críticas ao governo fluminense por escândalos envolvendo desvios em fundos públicos. “Se viajar com o advogado acusado de ser fraudador da previdência não tem problema, será que o reloginho no pulso tem?”, provoca o ex-governador, encerrando com um convite direto aos seguidores: “Dê a sua opinião”. A menção ao advogado refere-se a investigações em curso da Polícia Federal sobre irregularidades em contribuições previdenciárias no Rio, que indiciaram figuras ligadas ao Palácio Guanabara, embora sem envolvimento direto confirmado de Castro até o momento.
A viagem de Castro a Lima não é isolada. Flamenguista declarado, o governador já havia comparecido a outra final de Libertadores do clube na mesma cidade, em 2019, quando o Mengão também se sagrou campeão. Desta vez, ele liderou a delegação rubro-negra, entrando em campo com a camisa do time e sendo flagrado pela transmissão da TV Globo entre a torcida carioca no estádio. Durante sua ausência, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), assumiu interinamente o governo estadual.
Reportagens apontam que Castro viajou em jato fretado por aliados, uma prática comum entre autoridades, mas que volta a levantar discussões sobre o uso de recursos privados em agendas oficiais ou pessoais de figuras públicas.
O episódio ocorre em um momento delicado para o governo Castro. Reeleito em 2022 com quase 60% dos votos no primeiro turno, o governador do PL enfrenta críticas por uma megaoperação de segurança pública no Rio que resultou em mais de 120 mortes em comunidades, gerando embates com o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre integração e financiamento de políticas de segurança. Além disso, o estado lida com prisões de policiais militares por roubo de fuzis, alimentando debates sobre a gestão da Polícia Civil e Militar.
Garotinho, que já foi aliado de Castro em negociações partidárias passadas, como na fusão que formou o União Brasil, usa o post para mirar em velhas feridas, ecoando acusações antigas de corrupção contra antecessores no Palácio Guanabara – uma lista que inclui ele próprio e sua esposa, Rosinha Garotinho, em investigações arquivadas ou em curso.
Até o fechamento desta reportagem, a assessoria de Cláudio Castro não se pronunciou sobre o post de Garotinho ou a origem do relógio. Fontes do governo estadual consultadas por veículos como G1 e O Globo indicam que Castro, como figura pública de patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, possui bens acumulados de gestões anteriores, incluindo como vice-governador e vereador no Rio, mas detalhes específicos sobre itens de luxo não foram divulgados publicamente.
O post gerou reações mistas nas redes: apoiadores de Garotinho elogiam a “coragem” em fiscalizar o poder, enquanto críticos o acusam de oportunismo político, especialmente após acusações recentes de que o ex-governador teria ligado Castro a propinas em ouro destinadas a joalherias ligadas a deputados investigados.
Especialistas em compliance público, como o professor de Direito Administrativo da UERJ José Eduardo Martins Cardozo, destacam que itens de alto valor em figuras públicas não configuram ilegalidade por si só, mas demandam declaração patrimonial transparente para evitar suspeitas de enriquecimento ilícito. “A sociedade tem o direito de questionar, mas cabe ao Ministério Público investigar se houver indícios concretos”, afirma Cardozo em entrevista ao Valor Econômico. No Rio, onde escândalos como os de Sérgio Cabral (MDB) e Wilson Witzel (PSC) marcaram a última década, debates como esse reforçam a necessidade de maior escrutínio sobre o primeiro escalão.
O caso ilustra as tensões políticas no estado, onde Garotinho, apesar de seu histórico controverso – incluindo condenações por improbidade administrativa anuladas pelo STF –, mantém influência como voz dissonante no espectro conservador fluminense. Com o Flamengo celebrando o tetracampeonato continental, o “relógio no pulso” de Castro transforma uma festa esportiva em um lembrete das contas que a política cobra – e das que ainda precisam ser prestadas.
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