Fechamento de embaixadas e tensão no oriente médio: Brasil condena ataque de Israel ao Irã
Conflito nuclear e violações de soberania intensificam temores de escalada regional, enquanto brasileiros em Israel recebem alertas de segurança
Na madrugada desta sexta-feira, 13 de junho de 2025, a Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral em São Paulo anunciaram o fechamento para o público, sem previsão de reabertura. A medida, que também foi adotada por embaixadas israelenses em outros países, como Alemanha, reflete a escalada de tensões no Oriente Médio após um ataque aéreo de Israel contra o Irã.
A ofensiva, batizada por Israel como Operação Leão Ascendente, teve como alvo instalações nucleares e militares iranianas, incluindo o maior complexo de enriquecimento de urânio em Natanz. Israel justificou a ação como uma medida preventiva contra o suposto desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, uma acusação que Teerã nega veementemente, afirmando que seu programa nuclear é voltado apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O ataque resultou na morte de altos oficiais militares iranianos, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e o chefe do Estado-Maior do Exército, general Mohammad Bagheri, além de cientistas nucleares, como Fereydoun Abbasi. Em resposta, o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma retaliação “amarga e dolorosa”, enquanto o país lançou cerca de 100 drones em direção a Israel, muitos dos quais foram interceptados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). A situação elevou o temor global de um conflito nuclear, com líderes mundiais pedindo contenção para evitar uma escalada regional que poderia desestabilizar a paz, a segurança e a economia mundial.
Israel sob ataque: Centenas de mísseis iranianos atingem território sionista
Na noite de sexta-feira, 13 de junho de 2025, o Irã intensificou significativamente as tensões no Oriente Médio ao lançar uma série de mísseis balísticos contra Israel, em uma operação de retaliação batizada de "Operação Promessa Verdadeira 3". Essa ação foi
Posição do Brasil e repercussão internacional
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), emitiu uma nota condenando os ataques israelenses, classificando-os como uma “clara violação à soberania do Irã e ao direito internacional”. O comunicado destacou a preocupação com o risco de um conflito de “ampla dimensão” e instou todas as partes a exercerem “máxima contenção” e cessarem as hostilidades imediatamente. A nota reflete a postura tradicional do Brasil de buscar neutralidade e promover soluções diplomáticas em conflitos internacionais, embora o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, tenha expressado desapontamento com a ausência de uma condenação direta ao Irã em episódios anteriores de tensão.
A comunidade internacional também reagiu com preocupação. A Arábia Saudita condenou as “agressões flagrantes” de Israel, enquanto Omã, mediador nas negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos, classificou o ataque como uma “escalada perigosa”. A Jordânia fechou seu espaço aéreo como medida de precaução, e a China expressou apoio à soberania iraniana, oferecendo-se para mediar a crise. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump elogiou a operação israelense, sugerindo que o Irã “provocou” o ataque ao resistir às negociações para limitar seu programa nuclear. Já o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os EUA não estiveram diretamente envolvidos, mas foram informados previamente por Israel.
Na Europa, a Alemanha, por meio do chanceler Friedrich Merz, reconheceu o “direito de Israel à autodefesa”, mas pediu contenção para evitar uma desestabilização regional. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a situação como “profundamente alarmante”, enquanto a Rússia condenou a escalada e reiterou seu apoio ao Irã, sem comprometer assistência militar direta.
Alertas consulares e segurança para brasileiros em Israel
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv emitiu um alerta consular com orientações para os brasileiros em Israel, com base nas diretrizes do Comando de Segurança Interna (Home Front Command) de Israel. As recomendações incluem evitar viagens não essenciais, considerar a saída do país até a normalização da situação, reforçar medidas de segurança em áreas de fronteira, evitar aglomerações e verificar a validade de passaportes. O Itamaraty também orientou os brasileiros a baixarem o aplicativo Home Front Command, que fornece alertas em tempo real sobre ameaças, como ataques aéreos ou drones, em hebraico, árabe, russo e inglês. O aplicativo permite personalizar notificações com base em locais de interesse, como residências, escolas ou locais de trabalho, visando proteger a população em meio à crise.
A situação é especialmente delicada para uma delegação de políticos brasileiros que participava da Expo Muni Israel 2025, focada em tecnologias de segurança pública e ordenamento territorial. O fechamento do espaço aéreo israelense, determinado pelo Ministério dos Transportes do país, impede a saída da comitiva, que inclui autoridades em visita a cidades como Haifa e Rishon Letzion. O Itamaraty informou que a Embaixada em Tel Aviv está em contato com a delegação para garantir sua segurança, mas não há previsão para a retomada dos voos ou para o envio de um avião da Força Aérea Brasileira para resgate.
Contexto da escalada e implicações
A tensão entre Israel e Irã tem raízes em anos de rivalidade, frequentemente descrita como uma “guerra fria” no Oriente Médio. O Irã, por meio de seu “eixo da resistência” — que inclui grupos como Hezbollah, Hamas e milícias xiitas no Iraque e Síria —, busca ampliar sua influência regional, enquanto Israel acusa Teerã de desenvolver armas nucleares, uma alegação que o Irã refuta, apontando que Israel não é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A recente ofensiva israelense foi motivada por alegações de que o Irã estava próximo de produzir uma arma nuclear, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmando que a operação visava “reverter a ameaça à sobrevivência de Israel”.
O ataque de 13 de junho marca uma nova etapa na escalada iniciada em 2024, quando Israel bombardeou a embaixada iraniana na Síria, matando comandantes da Guarda Revolucionária. O Irã retaliou com mísseis e drones, intensificando o ciclo de hostilidades. A atual crise, centrada no programa nuclear iraniano, reacende temores de um conflito mais amplo, com potencial impacto global, especialmente no mercado de energia, dado o papel do Irã como produtor de petróleo.
O papel do Brasil na crise
Apesar da condenação aos ataques israelenses, o Brasil mantém uma postura de neutralidade, evitando romper relações com Israel, segundo fontes do Itamaraty. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já criticou ações de Israel como “genocídio” em outros contextos, não se pronunciou diretamente sobre o ataque ao Irã até o momento. A posição brasileira reflete uma tentativa de equilibrar suas relações históricas com ambos os países, mas também gerou críticas de setores pró-Israel, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib), que lamentou a ausência de uma condenação ao Irã em episódios anteriores.
O fechamento das representações diplomáticas de Israel no Brasil e a condenação do governo brasileiro ao ataque reforçam o impacto da crise no relacionamento bilateral. Enquanto isso, a comunidade internacional segue em alerta, com pedidos de contenção e esforços diplomáticos para evitar um conflito de proporções catastróficas. O desdobramento da situação dependerá das próximas ações de Israel, do Irã e dos mediadores globais, em um cenário de crescente incerteza.
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