Execução de delator do PCC expõe investigação contra 13 policiais em São Paulo
Força-tarefa apura envolvimento de oito PMs e cinco policiais civis no assassinato de empresário que denunciou esquema de lavagem de dinheiro e extorsão
A execução do empresário Antônio Vinicius Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos desencadeou uma ampla investigação que tem como alvo 13 agentes de segurança pública de São Paulo. O crime, que aconteceu na última sexta-feira (8), deixou também um motorista de aplicativo morto e outras três pessoas feridas.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) montou uma força-tarefa para investigar o caso, que ganhou contornos ainda mais complexos após revelações sobre uma delação premiada feita pela vítima. Gritzbach havia denunciado um esquema que envolvia lavagem de dinheiro para o PCC e acusações de extorsão contra policiais.
Entre os principais elementos da investigação está um áudio, parte da delação premiada, onde um advogado ligado ao PCC oferece R$ 3 milhões a um policial civil para assassinar o empresário. Além disso, Gritzbach havia denunciado uma tentativa de extorsão de R$ 40 milhões por parte de agentes de segurança, que teriam exigido o valor para interromper investigações contra ele.
O crime foi executado por dois homens encapuzados e armados com fuzis, que ainda não foram identificados ou presos. Além dos 13 policiais, também são investigados um agente penitenciário, pessoas que deviam dinheiro a Vinicius e membros da facção criminosa delatada por ele.
Leia também:
Linha do tempo do caso
Abril de 2024
Justiça homologa delação premiada de Vinicius Gritzbach com o Ministério Público
Empresário denuncia integrantes do PCC por lavagem de dinheiro e agentes de segurança por extorsão
8 de novembro de 2024
Vinicius Gritzbach é executado no Aeroporto de Guarulhos
Dois homens encapuzados e armados com fuzis realizam os disparos
Um motorista de aplicativo é atingido e outras três pessoas ficam feridas
Polícia Federal abre inquérito para investigar o assassinato
9 de novembro de 2024
Confirmação da morte do motorista de aplicativo atingido durante o ataque
Investigadores descobrem que Gritzbach transportava uma mala com joias avaliadas em R$ 1 milhão
13 de novembro de 2024
Revelação de que agentes teriam cobrado R$ 40 milhões para não investigar Gritzbach
Força-tarefa afasta 8 PMs suspeitos de envolvimento no crime
O caso ganhou ainda mais complexidade após a revelação de um áudio, parte da delação premiada, onde um advogado ligado ao PCC oferece R$ 3 milhões a um policial civil para assassinar o empresário. Gritzbach era réu em processos de homicídio contra dois membros do PCC e por lavagem de dinheiro para a facção, respondendo em liberdade.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) estabeleceu uma força-tarefa especial para investigar tanto os mandantes quanto os executores do crime. Até o momento, nenhum dos assassinos foi identificado ou preso, e o caso segue em investigação sob as tipificações de homicídio, lesão corporal e localização e apreensão de objeto.