Ex-presidente colombiano Álvaro Uribe é condenado a 12 anos de prisão
Decisão inédita na Colômbia: entenda o contexto e as implicações de um julgamento que divide opiniões e pode influenciar eleições futuras
Uma juíza de Bogotá condenou, nesta sexta-feira (1º de agosto de 2025), o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe a 12 anos de prisão domiciliar pelos crimes de fraude processual e suborno em atuação penal. A sentença, proferida pela 44ª juíza Sandra Liliana Heredia, marca um momento histórico, tornando Uribe o primeiro ex-presidente da Colômbia a receber uma condenação criminal. Além da pena de prisão, foi imposta uma multa equivalente a US$ 578 mil e a inabilitação para o exercício de direitos e funções públicas por mais de oito anos. A defesa de Uribe já anunciou que recorrerá ao Tribunal Superior de Bogotá, alegando inocência e questionando o processo.
O caso remonta a 2012, quando Uribe acusou o senador esquerdista Iván Cepeda de orquestrar um complô para ligá-lo a grupos paramilitares, com base em visitas a ex-membros desses grupos em prisões. Inicialmente, o Ministério Público colombiano negou dois pedidos de arquivamento. No entanto, em fevereiro de 2018, a Suprema Corte determinou que Cepeda coletava informações de forma legítima, sem pagamentos ou pressões, e apontou que Uribe, por meio de terceiros, teria pressionado testemunhas. Essa investigação evoluiu para um julgamento de quase 13 anos, profundamente polarizado, com apoiadores de Uribe alegando perseguição política e detratores defendendo a necessidade de justiça.
Durante seu governo de dois mandatos consecutivos (2002-2010), Uribe liderou uma ofensiva militar contra guerrilhas esquerdistas, como as Farc, no contexto de um conflito armado que durou seis décadas e resultou em mais de 450 mil mortes. Ele fundou o partido de direita Centro Democrático, opositor ao atual governo de Gustavo Petro. Uribe já havia passado dois meses em prisão domiciliar em 2020, por ordem da Suprema Corte, sob alegação de risco de obstrução da justiça. Os grupos paramilitares, financiados por fazendeiros e empresários na década de 1980 para proteção contra guerrilhas, foram responsáveis por pelo menos 205 mil assassinatos, segundo uma comissão da verdade, representando mais de 45% dos homicídios no conflito. A maioria desses grupos foi dissolvida em 2005, durante uma negociação de paz promovida por Uribe.
Informações adicionais de fontes como BBC, Reuters, O Globo e Estadão confirmam que a juíza absolveu Uribe do crime de suborno simples, mas manteve as acusações principais. O julgamento ocorre às vésperas das campanhas para as eleições legislativas e presidenciais de 2026, onde aliados de Uribe pretendem concorrer. Analistas apontam possíveis implicações nas relações com os Estados Unidos, principal parceiro da Colômbia no combate ao narcotráfico. O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio questionou a decisão, enquanto o presidente Petro defendeu a independência do Judiciário, alertando para riscos de cortes na ajuda externa de Washington.
Reações em redes sociais e blogs, como reportado pelo Observador e Euronews, destacam a divisão no país: o filho de Uribe acusou o governo de estratégia política, e o ex-presidente, aos 73 anos, se declarou inocente durante todo o processo. Jornais como o Expresso noticiam que Uribe se junta a uma lista de ex-líderes latino-americanos processados, como casos no Peru e na Argentina. A sentença máxima por suborno e fraude processual reforça o foco em accountability, mas a defesa planeja recorrer, o que pode prolongar o caso.
Essa condenação não apenas reflete tensões internas na Colômbia, mas também ecoa debates globais sobre impunidade em contextos de conflito armado e governança.
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