EUA anunciam caução de até US$ 15 mil para vistos em programa piloto
Um novo obstáculo para viajantes: entenda o impacto da medida americana
O governo dos Estados Unidos anunciou um novo programa piloto que exigirá uma caução de até US$ 15 mil para solicitantes de vistos B-1 (negócios temporários) e B-2 (turismo, lazer ou tratamento médico). A medida, que será lançada em duas semanas a partir do anúncio feito em 5 de agosto de 2025, tem como objetivo reprimir a permanência ilegal de visitantes que ultrapassam o prazo de validade de seus vistos. Este texto, produzido para o blog Painel Político, traz detalhes sobre o programa, contexto histórico e possíveis impactos, com base em informações oficiais e complementares obtidas em fontes confiáveis.
Contexto da medida: combate à imigração ilegal
De acordo com o documento disponibilizado no site do Federal Register, o Departamento de Estado dos EUA esclareceu que o teste terá duração de 12 meses e será direcionado a estrangeiros de países com "altas taxas de permanência ilegal" e onde as informações de triagem e verificação são consideradas insuficientes. Os países afetados serão anunciados no site Travel.State.Gov com pelo menos 15 dias de antecedência, e a lista poderá ser ajustada durante o período do piloto.
A partir de 20 de agosto, agentes consulares poderão exigir cauções de US$ 5.000, US$ 10.000 ou US$ 15.000, sendo o valor de US$ 10.000 o mais comum, segundo o comunicado oficial. Essa medida não é inédita: em novembro de 2020, uma tentativa semelhante foi feita, abrangendo 24 países, como Afeganistão, Angola, Irã e Síria. No entanto, o programa foi suspenso devido à redução de viagens globais durante a pandemia de Covid-19.
O atual piloto é uma resposta à ordem executiva 14.159, assinada pelo presidente Donald Trump, intitulada "Protegendo o Povo Americano Contra a Invasão". A iniciativa conta com a parceria do Departamento de Segurança Interna e reflete a postura do governo em reforçar o controle migratório.
O "Gold Card": um visto polêmico para investidores
Além da caução para vistos temporários, o governo Trump também anunciou o controverso "Gold Card", um programa que substituiria o atual EB-5, voltado para investidores estrangeiros. Segundo informações do G1, o "Gold Card" promete um caminho para a cidadania americana mediante um investimento de US$ 5 milhões. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, criticou o EB-5 por supostas fraudes e valores considerados baixos para concessão de residência permanente.
Donald Trump apresentou um protótipo do cartão, que exibe sua foto ao lado de símbolos nacionais como a Estátua da Liberdade. O presidente defendeu que o programa atrairá mão de obra qualificada, gerará empregos e reduzirá o déficit financeiro dos EUA. No entanto, a medida levanta preocupações sobre segurança interna e lavagem de dinheiro, a exemplo de programas semelhantes na Europa, como o "Golden Visa", que foram restringidos ou encerrados em países como Reino Unido, Portugal e Espanha após recomendações da Comissão Europeia.
Em uma declaração polêmica, Trump admitiu, durante entrevista em abril de 2025, que o "Gold Card" poderia facilitar a entrada de oligarcas russos, ao afirmar que conhece "alguns que são pessoas muito boas", conforme reportado pela Reuters e pelo G1.
Impactos e reações: o que dizem as redes sociais e a imprensa internacional
A notícia sobre a caução para vistos e o "Gold Card" gerou debates intensos nas redes sociais e na imprensa. No X (antigo Twitter), usuários de países potencialmente afetados expressaram preocupação com o impacto nas viagens de turismo e negócios. Um post viral de um usuário brasileiro, com mais de 2 mil compartilhamentos até o momento, questiona: "Será que o Brasil estará na lista? Isso vai dificultar muito quem precisa viajar para os EUA por trabalho ou saúde."
A imprensa internacional também destacou os riscos da medida. O jornal britânico The Guardian publicou uma análise apontando que a caução pode discriminar viajantes de nações em desenvolvimento, enquanto o "Gold Card" poderia agravar desigualdades ao "vender" cidadania para os mais ricos. Já o New York Times lembrou que políticas migratórias restritivas de Trump, durante seu primeiro mandato, enfrentaram resistência judicial e popular, sugerindo que o novo programa piloto pode seguir o mesmo caminho.
No Brasil, portais como UOL e Folha de S.Paulo ainda não confirmaram se o país estará na lista de nações afetadas, mas reforçam que a medida pode impactar brasileiros que frequentemente solicitam vistos B-1 e B-2. Dados do Ministério das Relações Exteriores mostram que, em 2023, mais de 1 milhão de brasileiros viajaram aos EUA, muitos com esses tipos de visto.
Análise: um equilíbrio delicado entre segurança e diplomacia
Embora o objetivo declarado do programa seja reforçar a segurança nacional, a exigência de cauções elevadas pode ser vista como uma barreira financeira que afeta desproporcionalmente cidadãos de países menos desenvolvidos. Além disso, a falta de transparência inicial sobre quais nações serão incluídas na lista levanta questões sobre os critérios adotados pelo governo americano.
O "Gold Card", por sua vez, parece alinhado à visão de Trump de atrair investimentos estrangeiros, mas replica modelos criticados internacionalmente. A experiência europeia com programas de "vistos dourados" indica que, sem controles rigorosos, há riscos de uso indevido por redes de crime organizado ou indivíduos buscando escapar de sanções internacionais.
Conclusão: o que esperar do futuro?
Enquanto os detalhes finais do programa piloto de cauções e do "Gold Card" ainda estão sendo definidos, a comunidade internacional acompanha com atenção os desdobramentos. Para brasileiros, resta aguardar o anúncio oficial da lista de países afetados e avaliar como consulados e embaixadas implementarão as novas regras.
O Painel Político continuará monitorando a situação e trará atualizações sobre o impacto dessas medidas nas relações entre Brasil e EUA, bem como nas políticas migratórias globais. A imigração, mais uma vez, se coloca como um dos temas mais sensíveis e polarizados da agenda política americana.
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