Empresas em xeque: O caminho da recuperação judicial leva à falência em quatro de cada dez casos
Em meio a recordes de pedidos de reestruturação e um ambiente de crédito mais restrito, dados alarmantes expõem os desafios das empresas brasileiras – uma crise que exige ações urgentes
O terceiro trimestre de 2025 trouxe números que preocupam o cenário econômico brasileiro: quatro em cada dez empresas (40%) que concluíram o processo de recuperação judicial não retomaram suas operações e acabaram declarando falência. Essa taxa representa uma queda considerável na taxa de sucesso em comparação ao mesmo período de 2024, quando apenas 11% das empresas que saíram da recuperação judicial faliram – um total de 37% no terceiro trimestre deste ano, afetando 44 empresas, segundo o Monitor RGF, da consultoria RGF, obtido com exclusividade pelo Valor Econômico.
O período também registrou um novo recorde no volume de reestruturações e quebras empresariais, ampliando o debate sobre a efetividade da Lei de Recuperação Judicial e Falências (Lei 11.101/2005), em vigor há duas décadas. O Monitor RGF, que acompanha o ecossistema de reestruturações no Brasil desde o segundo trimestre de 2023, revela um padrão preocupante de insucesso pós-processo. No fim de 2024, o país já contava com 4.568 empresas em recuperação judicial, o maior número desde o início da série histórica, com 1,91 a cada mil empresas nessa situação – uma leve piora em relação aos 1,9 por mil do trimestre anterior.
Em 2024, o Brasil registrou 2.273 pedidos de recuperação judicial, um aumento de 61,8% em relação a 2023, superando o pico de 2016 (1.863 pedidos), de acordo com o Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian. No primeiro semestre de 2025, esse número subiu para 4.881 processos de falência ou recuperação, um crescimento de 6% em relação ao período anterior.
Setores como o agronegócio destacam-se na crise. No quarto trimestre de 2024, 295 empresas do agro estavam em recuperação judicial, representando 6,5% do total nacional – um aumento em relação aos 5,8% do segundo trimestre daquele ano. Apenas nesse período, 35 novas empresas aderiram ao mecanismo, enquanto quatro conseguiram sair dele.
No segundo trimestre de 2025, o número de empresas em recuperação judicial atingiu 4.965, o recorde absoluto, com quase 30% delas declarando falência após o processo. Especialistas apontam para a inadimplência elevada como um dos vilões, com taxas chegando a 8,1% no agronegócio no segundo trimestre, impactando o PIB (que tem o setor como ~25% de sua composição) e reduzindo exportações de commodities.
“Bancos têm estado mais seletivos na concessão de crédito, principalmente na reestruturação”, alerta Rodrigo Gallegos, sócio da consultoria RGF e especialista em reestruturações. Essa seletividade, agravada por um ambiente de juros altos e inflação persistente, limita o acesso a financiamento pós-recuperação, tornando o processo menos eficaz. Gallegos, que monitora o tema desde 2023, enfatiza que os impactos são generalizados: “A leve piora sinaliza a continuidade de condições desafiadoras, com impactos em empresas de todos os portes, em todas as regiões”.
No âmbito político e legislativo, o tema ganha contornos urgentes. A Medida Provisória 1.314/2025 e o programa BB Regulariza Agro, do Banco do Brasil, permitem o alongamento de dívidas em até nove anos, com carência de um ano no principal, visando reestruturar pagamentos e reduzir riscos no agronegócio – com expectativa de melhora a partir do primeiro trimestre de 2026.
Além disso, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou recentemente tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas em falência, buscando mitigar os efeitos da crise em negócios menores, que representaram 1.676 dos pedidos em 2024 (aumento de 78,4% ante 2023). No entanto, debates nas redes sociais e em veículos como a Veja e a Gazeta do Povo destacam a necessidade de reformas mais profundas, incluindo a possibilidade de falência de estatais, como os Correios, que acumulam déficits de R$ 6,35 bilhões até outubro de 2025, pressionando as contas públicas.
Entre 2015 e 2025, o Brasil registrou 48.205 processos de recuperação judicial, envolvendo diretamente 65.718 empresas (devedoras e co-devedoras), segundo dados da consultoria Tomazette Pacheco. Avanços como a separação de bens pessoais e empresariais, destacados por Fernanda Rocha, analista e assessora de investimentos da Monte Bravo, tornam o processo mais seguro, mas insuficientes para reverter a tendência de falências. “Antes, só havia as concordatas, que eram engessadas e quase sempre resultavam em falência. Hoje, a lei já define responsabilidades de administradores e sócios e prevê punições para má-fé”, explica ela em entrevista ao Times Brasil.
Essa conjuntura reflete desafios macroeconômicos mais amplos, como a alavancagem excessiva e a dificuldade de renegociação de dívidas, que podem frear o crescimento em 2026. Com o número de pedidos de falência caindo 3,5% em 2024 (949 casos), o foco agora é na prevenção, mas os recordes de 2025 indicam que o sistema precisa de ajustes para evitar uma onda de quebras em cascata.
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