Emmanoel Rondon detalha plano para salvar Correios: corte de 15 mil funcionários e R$ 12 bilhões em crédito
Em meio a prejuízos acumulados e queda de receitas, estatal apresenta medidas para reequilibrar contas, incluindo demissões voluntárias e otimização de operações – veja os impactos e as perspectivas
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29 de dezembro de 2025), em Brasília, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, detalhou o Plano de Reestruturação para a Sustentabilidade e Soberania Logística dos Correios (2025-2027). A iniciativa, dividida em três fases – recuperação financeira, consolidação e crescimento –, visa reverter 12 trimestres consecutivos de prejuízos e alcançar equilíbrio nas contas em 2026, com retorno ao lucro a partir de 2027.
Rondon enfatizou que “o modelo econômico-financeiro dos Correios deixou de ser viável” e que, sem ajustes, a estatal poderia acumular prejuízo de até R$ 23 bilhões até 2027. Ele destacou a necessidade de “ajustar rapidamente a rota”, comparando a situação a desafios enfrentados por empresas postais em outros países. O plano foi condicionado à captação de recursos, com foco inicial na recomposição do caixa.
Medidas principais de corte de custos e otimização operacional
O plano prevê economia anual de até R$ 4,2 bilhões, concentrada em pessoal, rede física e ativos. As ações incluem:
Programa de Demissão Voluntária (PDV): Meta de redução de até 15 mil funcionários em dois anos (cerca de 18% do quadro atual, estimado em torno de 83 mil empregados), com efeitos plenos a partir de 2027. A economia projetada é de R$ 2,1 bilhões anuais em custos com pessoal, incluindo revisão de cargos e salários.
Otimização da rede: Fechamento de cerca de mil unidades deficitárias (aproximadamente 20% das cerca de 5 mil agências atuais), sem comprometer a universalização dos serviços postais. Inclui reavaliação de rotas logísticas e centros de tratamento para maior eficiência.
Venda de ativos: Alienação de imóveis não operacionais, com expectativa de arrecadação de R$ 1,5 bilhão.
Reformulação da Postal Saúde: Revisão completa do plano de saúde, que onera significativamente a empresa. A operadora enfrenta risco de continuidade operacional, com dívidas acumuladas e interrupções em atendimentos devido à dependência financeira dos Correios. Em 2024, destinou cerca de R$ 2 bilhões a procedimentos para cerca de 200 mil beneficiários.
Captação de recursos e alívio imediato no caixa
Fundamental para a execução, os Correios firmaram empréstimo de R$ 12 bilhões com consórcio formado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, com garantia da União e publicação no Diário Oficial em 27 de dezembro. Desse total, R$ 10 bilhões entram no caixa até 31 de dezembro de 2025, e o restante em janeiro de 2026. O contrato tem prazo até 2040, carência de três anos e custo em torno de 115% do CDI.Inicialmente, a estatal buscava R$ 20 bilhões, mas ajustou devido a taxas elevadas. Rondon não descartou nova captação de até R$ 8 bilhões para complementar o plano até 2027.
Aumento de receitas e novo modelo de negócio
Para diversificar fontes de renda, o plano projeta crescimento para R$ 21 bilhões em receitas até 2027 (contra R$ 18,9 bilhões em 2024). Medidas incluem parcerias com o setor privado, expansão no e-commerce e possíveis arranjos societários, sem privatização. Uma consultoria externa foi contratada para avaliar opções.
Contexto da crise
Os Correios acumularam prejuízo de R$ 6,1 bilhões de janeiro a setembro de 2025 – quase três vezes o do mesmo período de 2024 –, com rombo de R$ 4,3 bilhões apenas no primeiro semestre. Fatores incluem queda estrutural em correspondências, impacto do programa Remessa Conforme (conhecido como “taxa das blusinhas”), que reduziu receitas internacionais em bilhões, e aumento de custos operacionais.
O plano reforça o compromisso com a universalização dos serviços, apesar de seu alto custo (déficit líquido estimado em R$ 4 bilhões anuais). A implementação ocorre em meio a negociações trabalhistas tensas e greve parcial em alguns estados.
Essas medidas representam uma virada necessária para os Correios? Qual o impacto para funcionários e usuários? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta análise para ampliar o debate sobre o futuro da estatal!
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