Efeito antivax: Mais de 130 estudantes são colocados em quarentena na Carolina do Sul por surto de sarampo nos EUA
Exposição ao vírus do sarampo em escolas leva autoridades estaduais a isolar alunos não vacinados — entenda o contexto, os números e os riscos desse surto nos Estados Unidos
Em meio ao pior ano de casos de sarampo nos Estados Unidos em mais de três décadas, autoridades do estado da Carolina do Sul anunciaram que pelo menos 139 alunos em diferentes escolas foram colocados em quarantena após terem sido expostos à doença. A medida foi adotada nesta quarta-feira (15) após confirmação do surto pelo Departamento de Saúde Pública estadual, conforme reportagem inicial do Daily Mail e posteriormente corroborada pelas autoridades locais.
Segundo o órgão estadual, estudantes de instituições como a Global Academy e a Fairforest Elementary School, ambas situadas no condado de Spartanburg (aproximadamente 140 km de Charlotte, na Carolina do Norte), estão entre os isolados. A epidemiologista estadual Linda Bell informou que o número inicial de pessoas em quarentena chegou a 153, mas 14 delas foram liberadas após novas investigações descartarem risco de exposição.
“O vírus do sarampo não se limita a escolas, distritos ou fronteiras de condado. A única barreira eficaz é a vacina MMR, que garante imunidade vitalícia à maioria das pessoas vacinadas. Por isso, pedimos que todos que ainda não foram imunizados procurem se vacinar o quanto antes”, afirmou a especialista.
O surto atual e a situação nacional
O surto na Carolina do Sul surge em um contexto alarmante nos EUA. Até o momento, foram registrados 1.563 casos confirmados de sarampo em 2025 no país, segundo dados do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) — o maior número desde que a doença foi considerada eliminada nos Estados Unidos em 2000.
Dentre esses casos, 87 % estão associados a surtos — isto é, cadeias de transmissão local identificadas em diversas regiões. Outro levantamento do MMWR apontou que, entre 1º de janeiro e 17 de abril de 2025, já haviam sido notificados 800 casos e 10 surtos, representando um aumento de cerca de 180 % em relação a todo o ano de 2024.
O epicentro da expansão atual é o estado do Texas, que registrou mais de 750 casos e soma ao menos dois óbitos confirmados. Em seguida vêm os estados do Novo México e Kansas, com casos relacionados à mesma cadeia de transmissão.
Na Carolina do Sul, o primeiro caso confirmado de 2025 envolveu um residente que não estava vacinado e retornou de viagem internacional. Embora a pessoa não tenha sido contagiosa durante o deslocamento, o diagnóstico levou ao início da investigação de contatos e à adoção de medidas de isolamento domiciliar.
A cobertura vacinal contra sarampo no estado já preocupava especialistas: para o ano letivo 2023–2024, 92,1 % dos estudantes do jardim de infância (kindergarten) haviam recebido as duas doses da vacina MMR, percentual considerado inferior ao mínimo necessário para garantir imunidade coletiva eficaz (cerca de 95 %). Em nível nacional, também observa-se queda nas taxas de vacinação nos últimos anos.
Vacinação e contágio: aspectos técnicos
A vacina tríplice viral (MMR, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) é aplicada em duas doses: a primeira entre 12 e 15 meses de idade, e a segunda entre 4 e 6 anos. Quando administradas corretamente, ambas oferecem cerca de 97 % de eficácia na prevenção da infecção. Para impedir surtos sustentados, é necessário que ao menos 95 % da população esteja imunizada — esse nível de cobertura assegura a chamada imunidade de rebanho.
Porém, em muitos locais dos EUA, essa meta não está sendo atingida. Na Carolina do Sul, por exemplo, calcula-se que 1 em cada 20 alunos esteja isento de uma ou mais vacinas por motivos médicos ou religiosos.
O sarampo é altamente contagioso: o vírus é transmitido por gotículas respiratórias e pode permanecer ativo no ar por até duas horas em ambientes fechados. Uma pessoa não vacinada tem cerca de 90 % de chance de se infectar se tiver contato com alguém portador do vírus, ainda que por curto período.
Se não tratada, a doença pode evoluir para complicações graves — pneumonia, convulsões, encefalite, sequelas neurológicas permanentes e até óbito.
Evolução e resposta das autoridades
No caso da Carolina do Sul, as autoridades trabalham em conjunto com as escolas para identificar estudantes sem comprovação vacinal e notificaram os pais sobre a necessidade de atualização dos registros. A mobilização inclui medidas como quarentena preventiva, investigação de contatos e reforço da comunicação sobre a importância da vacina.
Em nível nacional, o CDC e agências estaduais de saúde têm reforçado alertas às redes de saúde, escolas e à população para vigilância de casos de febre com erupção cutânea, bem como para acelerar campanhas de vacinação — especialmente em comunidades com baixa cobertura imunológica.
Alguns especialistas apontam que o surto em curso e a queda nas taxas de imunização acendem um alerta sobre o risco de perda do status de “eliminação” do sarampo nos EUA — um marco que o país alcançou em 2000.
Linda Bell reforçou:
“Estamos preocupados com a queda nas taxas de vacinação. Hoje, qualquer pessoa pode se deslocar dentro do estado e ser exposta ao vírus. É fundamental aproveitar a oportunidade de se proteger com a vacina o quanto antes.”
Reflexões finais para o Brasil e lições a tirar
Embora o surto aconteça nos Estados Unidos, traz reflexões importantes para qualquer país que mantém programas regulares de imunização:
Vacinação é barreira essencial — mesmo doenças consideradas controladas podem ressurgir se as coberturas caírem.
Monitoramento constante é indispensável — surtos importados ou reinternacionalizados exigem sistemas de rastreio ágeis e eficazes.
Comunicação e confiança pública são estratégicas — mitigar hesitação vacinal exige diálogo claro, combate à desinformação e participação ativa de lideranças confiáveis.
Cobertura vacinal homogênea importa — bolsões com baixa imunização são portas de entrada para surtos localizados.
No Brasil, historicamente, a adesão à vacinação sempre foi elevada, mas eventos como a pandemia de Covid-19 trouxeram retrocessos pontuais — alertas para que não se refletem no apoio a políticas de saúde e vigilância epidemiológica.
Queremos ouvir você: o que achou deste panorama do surto de sarampo nos EUA? Você considera que o Brasil está vulnerável a fenômenos similares? Comente abaixo e compartilhe este artigo com amigos e familiares.
Palavras-chave: sarampo, surto, Carolina do Sul, vacina MMR, cobertura vacinal, imunidade coletiva, epidemia, saúde pública.
Redes sociais do Painel Político
Twitter: @painelpolitico
Instagram: @painelpolitico
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/painelpolitico/
Canal WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029Va4SW5a9sBI8pNwfpk2Q
Canal Telegram: https://t.me/PainelP
Hashtags: #PainelPolitico #Sarampo #SaúdePública #Vacinação #Imunização #Epidemiologia #EstadosUnidos #Saúde