Eduardo Bolsonaro espalha fake news sobre sanções contra Alexandre de Moraes e é desmentido pela Casa Branca
Deputado licenciado promove agenda nos EUA contra STF, mas informação sobre suposta reunião para discutir medidas contra ministro é negada oficialmente
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a causar polêmica ao divulgar, em suas redes sociais, uma informação falsa sobre a vinda de David Gamble, coordenador interino do escritório de sanções do Departamento de Estado dos Estados Unidos, ao Brasil.
Segundo o parlamentar, Gamble teria encontros para discutir possíveis sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras. A afirmação, no entanto, foi categoricamente desmentida pela Casa Branca, que esclareceu o verdadeiro propósito da visita.
Desde o início de 2025, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, tem intensificado uma campanha contra Moraes e o STF, motivado pelo processo que investiga seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe de Estado. Em publicações nas redes sociais, o deputado acusou o ministro de praticar censura por meio de decisões judiciais que determinaram a remoção de conteúdos em plataformas como X e Rumble. Ele chegou a afirmar que a visita de Gamble ao Brasil seria um passo para discutir medidas contra Moraes, insinuando uma suposta pressão internacional contra o Judiciário brasileiro.
A narrativa, porém, foi rapidamente desmontada. Em nota oficial, a Casa Branca informou que a viagem de David Gamble ao Brasil tem como objetivo promover reuniões bilaterais com autoridades brasileiras para discutir sanções dos Estados Unidos voltadas ao combate a organizações criminosas transnacionais, com foco em terrorismo e tráfico de drogas. "O Departamento de Estado dos Estados Unidos enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble, chefe interino da coordenação de sanções. Ele participará de uma série de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutirá os programas de sanções dos EUA voltadas ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas", declarou a Casa Branca.
De acordo com o portal UOL, a agenda de Gamble foi negociada diretamente com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio do Ministério das Relações Exteriores, reforçando que o foco da visita é a cooperação internacional no combate ao crime organizado, sem qualquer relação com o STF ou Alexandre de Moraes.
Reação de Eduardo Bolsonaro
Após o desmentido oficial, Eduardo Bolsonaro voltou às redes sociais para se defender, acusando a imprensa de tentar "descredibilizar" suas ações nos Estados Unidos. Em tom desafiador, o deputado afirmou que, mesmo que a visita de Gamble seja exclusivamente para tratar de crime organizado, isso já validaria o trabalho que ele alega estar realizando. "Ainda que a visita do coordenador de sanções dos Estados Unidos ao Brasil fosse apenas sobre o combate ao crime organizado, como alguns dão a entender, isso já bastaria para confirmar a eficiência de tudo o que venho fazendo e dizendo há meses", declarou.
A postura do parlamentar, no entanto, não amenizou as críticas. Especialistas apontam que a disseminação de informações falsas, como a alegação sobre supostas sanções contra Moraes, pode comprometer a credibilidade de Eduardo Bolsonaro e gerar desinformação em um momento de alta polarização política no Brasil. A tentativa de vincular uma agenda oficial do governo americano a uma cruzada pessoal contra o STF também foi vista como uma estratégia para manter a base bolsonarista mobilizada, especialmente em meio às investigações que cercam Jair Bolsonaro.
Contexto político
A investida de Eduardo Bolsonaro contra Alexandre de Moraes ocorre em um contexto de tensão entre o bolsonarismo e o STF. Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e atua como relator de inquéritos sensíveis no Supremo, como os relacionados às fake news e à tentativa de golpe de Estado, tem sido alvo constante de ataques por parte de apoiadores do ex-presidente. As decisões do ministro, que incluem ordens de bloqueio de perfis em redes sociais e medidas contra desinformação, são frequentemente criticadas como censura por setores da direita.
Enquanto isso, o governo Lula busca fortalecer a cooperação internacional em áreas estratégicas, como o combate ao crime organizado, tema central da visita de David Gamble. A articulação com os Estados Unidos reforça a agenda de segurança pública e combate ao tráfico, prioridades tanto do Brasil quanto dos EUA.
Impacto da desinformação
A divulgação de informações falsas por uma figura pública como Eduardo Bolsonaro levanta preocupações sobre o impacto da desinformação no debate público. A tentativa de associar uma visita diplomática a uma narrativa de perseguição ao STF pode alimentar teorias conspiratórias e aprofundar a polarização no Brasil. Além disso, o desmentido da Casa Branca expõe a fragilidade das alegações do deputado e reforça a importância de checagem de fatos em um cenário de disseminação rápida de notícias pelas redes sociais.
O caso também destaca o papel das plataformas digitais, como X, na amplificação de narrativas políticas. Enquanto Eduardo Bolsonaro utiliza essas ferramentas para promover sua agenda, decisões judiciais, como as de Alexandre de Moraes, buscam coibir a propagação de conteúdos que violem a legislação brasileira, gerando um embate constante entre liberdade de expressão e combate à desinformação.
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