Editorial: Venezuela em xeque: É hora de Maduro deixar o poder e restaurar a democracia pacífica
Com o Nobel da Paz para María Corina Machado, o mundo pressiona por transição sem invasões armadas – qual o papel do Brasil nessa encruzilhada?
A crise política na Venezuela, que se arrasta há mais de uma década sob o governo de Nicolás Maduro, ganhou novos contornos em 2025. Após eleições presidenciais disputadas em julho de 2024, marcadas por denúncias de fraude e repressão, Maduro assumiu um novo mandato em janeiro deste ano, em uma cerimônia boicotada por líderes democráticos internacionais e criticada como “desprovida de legitimidade democrática”.
A oposição venezuelana, liderada por figuras como María Corina Machado, coordenadora nacional de Vente Venezuela, e Edmundo González Urrutia, candidato unitário da Plataforma Unitária Democrática (PUD), insiste em uma transição pacífica para restaurar as instituições democráticas, sem apoio a invasões armadas – uma posição que ecoa o consenso global de que a solução deve vir de dentro do país.
No dia 10 de outubro de 2025, o Comitê Nobel norueguês anunciou María Corina Machado como vencedora do Prêmio Nobel da Paz, reconhecendo sua “luta incansável pela democracia e pelos direitos humanos em meio à repressão”.
A opositora, inabilitada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) controlado pelo chavismo para concorrer em 2024, transferiu sua candidatura a González, que, segundo atas eleitorais coletadas pela oposição, obteve mais de 67% dos votos contra 30% de Maduro. “Este prêmio não é meu, é do povo venezuelano que resiste pela democracia”, declarou Machado em coletiva de imprensa em Caracas, enfatizando que a restauração deve ocorrer por vias constitucionais e diplomáticas.
O governo Maduro, por sua vez, tem enfrentado crescente isolamento. Em maio de 2025, sua coalizão, o Grande Polo Patriótico Simón Bolívar (GPPSB), venceu eleições parlamentares e regionais por ampla margem, mas opositores questionam a transparência, alegando controle sobre o CNE e proibições a candidatos dissidentes.
Maduro, presidente desde 2013 e sucessor de Hugo Chávez, fundador do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), anunciou reformas no sistema eleitoral em maio, vistas como manobras para perpetuar o poder. Críticos, incluindo o Departamento de Estado dos EUA, classificam o regime como uma “crise democrática” agravada por violações aos direitos humanos e alianças com nações como Rússia e Irã.
Nos Estados Unidos, o reconhecimento de Edmundo González como “presidente eleito” desde novembro de 2024 reflete a pressão por mudança, com foco em sanções econômicas e indiciamentos por narcotráfico contra o regime, apelidado de “Cártel dos Sóis”. Relatos indicam que Maduro ofereceu concessões, como controle de recursos petrolíferos a empresas americanas e rompimento com aliados como China e Rússia, em troca de evitar escaladas militares – proposta rejeitada por Washington.
No Caribe, exercícios militares dos EUA visam combater o narcotráfico, mas sem planos públicos de intervenção direta, alinhando-se ao apelo global por soluções pacíficas.
Do lado brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou uma postura ambígua. Em 2023, Lula criticou a falta de democracia na Venezuela, mas em 2024 defendeu que o país tem “mais eleições que o Brasil” e que o conceito de democracia é “relativo”. Lula esta errado.
A embaixada brasileira compareceu à posse de Maduro em janeiro, um gesto diplomático que gerou críticas de opositores como o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que repudiou a “afronta à vontade do povo venezuelano”. Analistas, como os do Washington Office on Latin America (WOLA), veem 2025 como um ano pivotal para a resistência democrática, incluindo o impacto da posse de Donald Trump ocorrida em janeiro.
A comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos (OEA), boicotou a posse de Maduro e reiterou demandas por transparência eleitoral e liberação de presos políticos.
Líderes como o presidente chileno Gabriel Boric, do Partido Convergencia Social (CS), destacaram que regimes autoritários não devem ser legitimados por rituais formais. No X (antigo Twitter), debates fervem: usuários como @freire_roberto elogiam Machado como “defensora dos princípios democráticos”, enquanto outros, como @roberta_bastoss, questionam o prêmio como “instrumento geopolítico”.
A restauração da democracia na Venezuela exige compromisso com eleições livres, como previsto no Estatuto Governamental da Transição para a Democracia, reformado em 2022 para proteger ativos nacionais no exterior.
Sem apoio a invasões, o foco deve ser em pressão diplomática e apoio à sociedade civil. Para o Brasil, vizinho diretamente afetado pela crise migratória – com mais de 500 mil venezuelanos refugiados –, uma posição firme por democracia pode fortalecer sua liderança regional.
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