Economia brasileira cresce em abril de 2025, mas desafios persistem
Indicadores do Banco Central apontam alta de 0,2% na atividade econômica, com agricultura puxando resultados positivos
A economia brasileira registrou um leve crescimento em abril de 2025, conforme dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira,16. O indicador dessazonalizado avançou 0,2% em relação a março, alcançando 110,2 pontos, com destaque para o desempenho do setor agropecuário, que cresceu 18% na comparação anual. Apesar do resultado positivo, analistas apontam que a recuperação econômica enfrenta desafios como inflação persistente, incertezas globais e desigualdades setoriais.
Desempenho dos setores
O IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), reflete a atividade econômica em diferentes setores. Em abril de 2025, a agropecuária foi o principal motor do crescimento, com um índice de 229,7 pontos (não dessazonalizado) e uma variação de 18% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse resultado é atribuído à safra recorde de grãos, especialmente soja e milho, impulsionada por condições climáticas favoráveis e alta demanda internacional.
Por outro lado, a indústria apresentou queda de 1,1% na comparação mensal dessazonalizada, refletindo dificuldades em cadeias de suprimento e aumento nos custos de insumos. O setor de serviços, por sua vez, cresceu 0,4%, sustentado pelo comércio varejista e atividades ligadas ao turismo. O índice de impostos também registrou alta de 0,6%, indicando maior arrecadação, enquanto o IBC-Br excluindo agropecuária teve um crescimento tímido de 0,1%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2025, o IBC-Br dessazonalizado subiu 1,8%, e no acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento foi de 4%. Esses números sugerem uma recuperação gradual, mas com desempenho desigual entre os setores.
Contexto econômico e análises
Segundo o Banco Central, a metodologia do IBC-Br, atualizada em março de 2016, permite uma visão mais precisa da dinâmica econômica. Os dados de abril reforçam a tendência de crescimento observada desde o início de 2025, mas especialistas alertam para obstáculos. Em uma análise publicada no blog InfoMoney em 12 de junho de 2025, o economista André Perfeito destacou que “o crescimento da agropecuária é positivo, mas não pode mascarar a fragilidade da indústria, que sofre com a alta do dólar e a concorrência internacional”.
Nas redes sociais, o tema também gerou debate. Um post no X, datado de 11 de junho de 2025, do perfil @EconoBrasil , apontou: “O IBC-Br de abril mostra que a economia brasileira está andando de lado. Agropecuária salva, mas indústria e serviços precisam de mais estímulo”. Outro usuário, @AnaliseMacro, complementou: “A inflação segue sendo o maior entrave. Sem controle, o crescimento pode ser comprometido”.
Jornais como Folha de S.Paulo e O Globo também cobriram o indicador, destacando que o governo federal aposta em medidas como a redução de juros e incentivos fiscais para estimular a indústria e o consumo. Em entrevista à Folha em 13 de junho, o ministro da Economia, Fernando Haddad, afirmou que “o crescimento do IBC-Br é um sinal de que as políticas econômicas estão no caminho certo, mas precisamos acelerar a retomada industrial”.
Desafios e perspectivas
Apesar do avanço, a economia brasileira enfrenta incertezas. A inflação, que acumula alta de cerca de 4,5% em 12 meses segundo o IPCA, pressiona o poder de compra das famílias. Além disso, a instabilidade no cenário internacional, com tensões comerciais entre China e Estados Unidos, pode impactar as exportações brasileiras, especialmente de commodities agrícolas.
O Relatório Focus do Banco Central, publicado em 9 de junho de 2025, projeta um crescimento do PIB de 2,8% para o ano, mas revisões recentes indicam cautela. Economistas consultados pela Reuters em 12 de junho sugerem que o desempenho do segundo trimestre será crucial para confirmar a sustentabilidade da recuperação.
Para o economista-chefe do Banco Itaú, Mario Mesquita, citado em matéria do Estadão de 11 de junho, “o Brasil precisa de reformas estruturais, como a tributária, para garantir um crescimento mais robusto e inclusivo”. Ele destacou que a desigualdade entre setores, com a agropecuária puxando os indicadores enquanto a indústria patina, é um sinal de alerta.
Impacto regional e social
O crescimento da agropecuária tem impacto direto em estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, onde o agronegócio é pilar econômico. Contudo, a fraqueza da indústria afeta regiões como São Paulo e Minas Gerais, que concentram o parque industrial brasileiro. Essa disparidade regional reforça a necessidade de políticas públicas que equilibrem o desenvolvimento.
Além disso, o desemprego, embora em queda (7,5% no primeiro trimestre de 2025, segundo o IBGE), ainda é um desafio. O crescimento tímido dos serviços e da indústria limita a geração de empregos formais, especialmente para jovens e trabalhadores menos qualificados.
O avanço de 0,2% do IBC-Br em abril de 2025 é uma notícia positiva, mas insuficiente para garantir uma recuperação robusta. A agropecuária continua sendo o destaque, enquanto indústria e serviços demandam maior atenção. Com desafios como inflação, instabilidade global e desigualdades setoriais, o Brasil precisa de estratégias coordenadas para sustentar o crescimento. Os próximos meses serão decisivos para avaliar se o país conseguirá consolidar sua retomada econômica.
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