Dona da Brastemp encerra produção na Argentina: Mais um golpe à indústria local sob Milei
A multinacional Whirlpool fecha fábrica inaugurada há três anos e demite 300 trabalhadores, sinalizando os efeitos das políticas de abertura comercial no país vizinho
Em um movimento que ecoa as tensões econômicas na América do Sul, a Whirlpool Corporation anunciou nesta quarta-feira (26 de novembro de 2025) o encerramento de suas operações de produção na Argentina por meio de sua subsidiária local, a Whirlpool Argentina S.R.L. A decisão afeta diretamente a fábrica localizada no Parque Industrial de Pilar, na província de Buenos Aires, inaugurada em outubro de 2022 com um investimento de US$ 52 milhões e capacidade para produzir 300 mil máquinas de lavar de alta capacidade por ano.
Essa unidade, que gerava cerca de 300 empregos diretos e mais de 600 indiretos na região, foi fechada de forma abrupta, resultando na demissão de todos os trabalhadores, conforme noticiado por veículos locais como o Pilar a Diario.
A companhia justificou a medida como parte de um “processo contínuo de revisão e aprimoramento da estrutura produtiva, em linha com as diretrizes estratégicas de eficiência operacional e alocação responsável de recursos”, segundo comunicado oficial divulgado à Reuters e replicado por portais como UOL Economia e Valor Econômico. A Whirlpool enfatizou que o fechamento não impactará as atividades de importação, comercialização e distribuição de seus produtos no mercado argentino, mantendo marcas como as geladeiras e fogões da linha local disponíveis para os consumidores.
O anúncio ocorre em um contexto de instabilidade econômica na Argentina, sob o governo do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza), eleito em 2023 com promessas de desregulamentação e abertura total às importações para combater a inflação galopante. Críticos, incluindo jornalistas e sindicalistas locais, atribuem o colapso da unidade industrial à “tragédia do industricídio de Milei”, termo usado em postagens no X (antigo Twitter) para descrever a destruição de empregos fabris devido ao influxo de produtos estrangeiros sem barreiras protecionistas.
O jornalista Diego Schejtman, do Pilar a Diario, destacou que a baixa nas vendas da Whirlpool foi impulsionada pelo “ingresso de importações”, que competem diretamente com a produção local. Em resposta, o portal Pilar de Todos relatou o impacto imediato: “Cerró la empresa Whirlpool y dejó a 300 trabajadores en la calle”, gerando protestos iniciais na região e questionamentos sobre o futuro da indústria de eletrodomésticos no país.
Para o Brasil, o episódio tem ressonâncias diretas, uma vez que a Whirlpool é controladora de marcas icônicas como Brastemp e Consul, líderes no mercado nacional de linha branca. Recentemente, a empresa destinou R$ 500 milhões à expansão de suas fábricas no país, contrastando com a retração argentina e sinalizando uma realocação de recursos para mercados mais estáveis. Analistas econômicos, como os citados no Investing.com Brasil, observam que essa estratégia reflete a volatilidade argentina, onde a inflação acumulada superou 200% em 2024 e o PIB encolheu 3,5% no primeiro semestre de 2025, segundo dados do Banco Central argentino (verificados via relatórios públicos da instituição). No X, reações misturam ironia e preocupação: um usuário comentou que “a Argentina do Milei deve estar voando”, aludindo ao otimismo oficial versus a realidade de fugas de capital e desemprego industrial.
Especialistas em relações internacionais, como os consultados pelo Valor Econômico, apontam que o fechamento da Whirlpool pode ser um prenúncio para outras multinacionais na região, especialmente em setores sensíveis como manufatura. A fábrica em Pilar, que exportava mais de 70% de sua produção para mercados latino-americanos, representava um hub estratégico para a cadeia de suprimentos da Whirlpool na América do Sul. Sem detalhes oficiais sobre indenizações aos demitidos ou planos de reconversão, o caso expõe as contradições das reformas mileístas: enquanto o governo celebra a atração de investimentos estrangeiros em tecnologia, a indústria tradicional enfrenta erosão acelerada.
Essa notícia reforça debates sobre integração regional, como o Mercosul, onde o Brasil – principal parceiro comercial da Argentina – pode absorver parte da produção deslocada, beneficiando empregos locais. No entanto, analistas alertam para riscos de retaliação tarifária e desequilíbrios comerciais. O monitoramento de indicadores como o índice de desemprego na província de Buenos Aires (atualmente em 9,2%, conforme INDEC) será crucial para medir os desdobramentos.
O que você acha dessa decisão da Whirlpool? Ela reflete os sucessos ou fracassos das políticas econômicas na Argentina? Comente abaixo sua opinião e compartilhe este artigo para debatermos o impacto na América do Sul!
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