Documentos apontam possíveis irregularidades na decisão de liquidar o Banco Master pelo BC
Peças internas do BC e da Compliance Zero sugerem sincronia atípica entre fiscalização administrativa e investigação criminal, levantando questionamentos sobre a independência das esferas que culminou
Uma reportagem exclusiva do site Bastidor, publicada em 29 de dezembro de 2025, obteve acesso a documentos internos do Banco Central e do inquérito da Operação Compliance Zero, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal. Esses materiais indicam possíveis indícios de coordenação irregular entre o Banco Central e o juiz federal responsável pela operação, sem previsão legal explícita para tal sincronia.
Os documentos analisados sugerem que a decisão de decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, em 18 de novembro de 2025, pode ter sido influenciada por fatores além de critérios puramente técnicos, contrariando a narrativa oficial apresentada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que afirmou que a autarquia seguiu um “gabarito” estrito no caso.
A cronologia detalhada revela eventos simultâneos: em 17 de novembro de 2025, Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, participou de videoconferência com diretores do Banco Central – incluindo Aílton de Aquino Santos (Diretor de Fiscalização), Belline Santana (Chefe do Departamento de Supervisão Bancária) e Paulo Sérgio Neves de Souza (Chefe-Adjunto) – para anunciar a venda do banco ao Grupo Fictor, com aporte previsto de 3 bilhões de reais.
Horas depois, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, autorizou a prisão preventiva de Vorcaro, seguida pela expedição de mandado e, na sequência, pela decretação da liquidação pelo Banco Central.
Um intervalo de apenas 42 minutos entre a autorização judicial da prisão e a retomada de movimentações no processo interno do Banco Central (após 28 dias de inatividade) é destacado como ponto de questionamento. Além disso, um ofício do juiz ao Banco Central tratava a prisão como fato consumado antes de sua efetiva execução, sugerindo possível alinhamento prévio.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, declarou publicamente que a operação foi realizada “de forma conjunta com Banco Central e Coaf”, com “absoluta sintonia” e “encaixe de interesses” desde o início. No entanto, a legislação brasileira prevê comunicação unidirecional de indícios de crime pelo Banco Central ao Ministério Público Federal, sem autorização expressa para coordenação operacional sincronizada.
A reportagem aponta que o Banco Central comunicou indícios ao MPF em julho de 2025, sem instauração prévia de processo administrativo sancionador, divergindo de procedimentos padrão. Uma proposta de solução de mercado via Grupo Fictor, protocolada na noite de 17 de novembro, não teria sido analisada antes da liquidação.
Outros pontos incluem a rejeição anterior da aquisição pelo Banco de Brasília (BRB), em setembro de 2025, e disputas internas no Banco Central entre diretores como Renato Gomes (favorável à liquidação) e áreas de supervisão.
A reportagem procurou o Banco Central, a Polícia Federal, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, Renato Gomes e Belline Santana para comentários, mas não obteve respostas até o fechamento da edição. O texto original indica que será atualizado caso haja manifestações posteriores.
O caso ganhou repercussão adicional com investigações no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal de Contas da União, que questionam a precipitação da liquidação e possíveis alternativas de mercado ignoradas.
Palavras-chave: Banco Master, liquidação extrajudicial, Banco Central, Operação Compliance Zero, Daniel Vorcaro, Gabriel Galípolo, Polícia Federal, irregularidades financeiras, coordenação autoridades.
CLIQUE AQUI para ler a reportagem de Diego Escosteguy na íntegra no site O Bastidor
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