Discurso de Lula na ONU: defesa da soberania e recado aos autocratas
Por Rodrigo Augusto Prando*
Foi assaz esperado o discurso de Lula na 80ª Assembleia Geral da ONU. E tal expectativa deu-se devido ao momento histórico vivido, no Brasil e no mundo, mormente, por conta da política de Donald Trump, presidente dos EUA.
Historicamente, cabe ao Brasil abrir os trabalhos da ONU com o discurso inaugural do Chefe de Estado, portanto, coube a Lula, pela oitava vez, esse relevante papel no plano internacional. Ao usar o espaço para discursar, os líderes políticos costumam conjugar, retoricamente, fatos internos de seus países e elementos atinentes à conjuntura mundial. Com Lula não foi diferente. Além disso, o discurso costuma ser analisado em duas dimensões: conteúdo e forma.
Havia uma preocupação ligada à forma discursiva de Lula: ponderada ou agressiva, suave ou contundente. O presidente brasileiro não citou Trump em nenhum momento, mas deu seu recado de forma contundente, todavia, sem agressividade. Lula apresentou aquilo que o mundo presenciou como a guinada de um multilateralismo para um tipo de unilateralismo arrogante dos EUA.
O tarifaço trumpista e os ataques à soberania brasileira, bem como a aplicação de sanções como a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes e sua família, cancelamento de vistos de autoridades brasileiras, foram abordados por Lula. E, em seu pronunciamento, deixou claro que a soberania, a democracia e as preservações de nossas instituições são inegociáveis. Afirmou, ainda, que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi julgado, com plenos direitos garantidos, e condenado por crimes graves de atentado à democracia.
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