Discreto jantar reúne relator do PL antifacção com Cunha condenado por corrupção e Arthur Lira em Brasília
Vinhas do Douro e Bacalhau: Articulações políticas fora dos holofotes em meio a derrotas legislativas
Em um encontro que tem gerado debates acalorados nas redes sociais e na imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo e relator do Projeto de Lei Antifacção (PL 3.057/2023), Guilherme Derrite (PL-SP), foi visto jantando com o ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ), condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2017, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), investigado em inquéritos relacionados a desvios de recursos públicos. O episódio, ocorrido na noite de quarta-feira (12 de novembro de 2025), acontece em um momento delicado para o projeto, que visa combater o crime organizado e a violência urbana, e que sofreu seu segundo adiamento na semana.
O jantar, descrito como discreto e realizado no restaurante Manuelzinho, em Brasília – conhecido por suas mesas reservadas e pratos portugueses –, durou cerca de três horas. Os três chegaram pouco antes das 22h e saíram por volta da meia-noite de quinta-feira (13). No menu, destacaram-se uma garrafa de Vinha Grande, da Casa Ferreirinha, um vinho do Douro pedido em quantidade suficiente para uma segunda rodada, acompanhado de bacalhau. A conversa, mantida em tom baixo para maior privacidade, girou em torno do PL Antifacção, mas também tocou em outros temas políticos, segundo relatos de testemunhas. Equipes de segurança dos deputados aguardavam do lado de fora, e a conta foi quitada antes da despedida, com Derrite partindo de carro oficial sem interagir com a imprensa.
O contexto do encontro é crucial. Horas antes, na quarta-feira, a votação do PL Antifacção foi adiada na Câmara dos Deputados após falta de acordo entre o PL, partido de Derrite, e o PT, além de pressões de governadores alinhados à direita. Na terça-feira (11), o relator havia apresentado uma nova versão do texto, a quarta em poucas semanas, aproximando-o das demandas do governo federal e reduzindo elementos mais duros propostos inicialmente pela oposição. Essa mudança gerou críticas de setores conservadores, que acusam Derrite de ceder a interesses do Planalto.
O projeto, apresentado pelo governo Lula para fortalecer o combate ao crime organizado, é visto como um ativo político para Derrite, que se licenciou do cargo de deputado para assumir a relatoria e planeja candidatura ao Senado por São Paulo em 2026. Para o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), aliado de Jair Bolsonaro, o PL representa uma bandeira contra a violência, mas também uma plataforma para sua ambição presidencial em 2026, em eventual disputa contra o presidente Lula.
Eduardo Cunha, cassado em 2016 e cumprindo pena em regime semiaberto desde 2021, é figura controversa no cenário político. Condenado a 15 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato, ele mantém influência nos bastidores do Centrão, atuando como consultor informal em articulações legislativas. Arthur Lira, que presidiu a Câmara entre 2021 e 2023, enfrenta investigações no STF por supostos desvios em contratos de saúde em Alagoas e é conhecido por sua habilidade em negociações que moldam pautas sensíveis. Nenhum dos três comentou publicamente o conteúdo exato da reunião, mas Derrite, ao ser abordado por jornalistas sobre uma possível consultoria de Cunha e Lira para a aprovação do PL, limitou-se a responder: “Não vou falar nada”.
A repercussão nas redes sociais foi imediata e polarizada. No X (antigo Twitter), postagens criticaram o encontro como uma “PEC da Bandidagem 2.0”, com chamadas para a troca de relator e defesa da Polícia Federal, alegando que o projeto enfraqueceria instituições de segurança. Usuários como a comunicadora digital Beta Bastos descreveram o jantar como “nada inocente”, destacando-o como símbolo de decisões tomadas “entre garfadas de bacalhau” em vez de no plenário. O jornalista Guilherme Amado, autor da reportagem original no PlatôBR, compartilhou o texto, gerando mais de 1.900 curtidas e centenas de reposts em poucas horas. Vídeos no YouTube, como o do canal Boletim Copolla, questionam a “mudança de parecer” de Derrite logo após o jantar, sugerindo influências externas.
Especialistas em segurança pública, consultados por veículos como o Estado de Minas, apontam que o PL Antifacção, apesar das controvérsias, poderia alocar recursos adicionais para inteligência policial e cooperação interestadual, mas as emendas recentes – como a fragmentação orçamentária e redução de verbas para a PF – têm sido criticadas por diluir seu impacto. O Diário do Centro do Mundo destacou a pressão de governadores da direita, como Tarcísio, para endurecer o texto, em contraste com as negociações de Derrite.
Até o momento, não há indícios de irregularidades no jantar em si, mas o episódio reforça o debate sobre transparência nas articulações políticas no Congresso Nacional.
Palavras-chave: PL Antifacção, Guilherme Derrite, Eduardo Cunha, Arthur Lira, crime organizado, segurança pública, Câmara dos Deputados, política brasileira, Tarcísio de Freitas, Centrão.
O que você acha desse encontro? Ele compromete a credibilidade do PL Antifacção ou é apenas mais uma articulação normal em Brasília? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe este artigo para debatermos juntos o futuro da segurança no Brasil!
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