Dias Toffoli em jato ligado a suspeito de lavagem para o PCC: detalhes da viagem revelam conexões sensíveis
Revelações sobre deslocamentos em jatos particulares expõem interseções entre o Judiciário e investigações de fraudes e crime organizado, reacendendo debates sobre transparência e imparcialidade
Em um contexto de crescente escrutínio sobre a conduta de autoridades públicas, novas reportagens independentes trouxeram à tona detalhes sobre viagens realizadas pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em aeronaves particulares. As informações, baseadas em relatos de pilotos, diários de bordo e documentos oficiais, apontam para conexões com figuras investigadas por lavagem de dinheiro e fraudes financeiras, sem que haja, até o momento, indícios de irregularidades comprovadas nas viagens em si. Todas as afirmações aqui apresentadas foram verificadas por meio de fontes jornalísticas confiáveis, como o portal ICL Notícias, com datas e fatos cruzados para garantir precisão.
A primeira revelação veio à público em reportagem exclusiva do ICL Notícias, publicada em 10 de dezembro de 2025, que detalha uma viagem realizada pelo ministro em 22 de setembro de 2024. Nesse domingo, Dias Toffoli embarcou no jato de prefixo PR-SMG, operado pela empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), com destino a Ourinhos, no interior de São Paulo. De lá, prosseguiu de helicóptero até o resort de luxo Tayayá, em Ribeirão Claro, no Paraná — empreendimento que, segundo registros societários acessados pela reportagem, já contou com parentes do ministro entre seus sócios formais. Por volta das 18h, o ministro retornou a Ourinhos e seguiu no mesmo jato até São Paulo, completando duas pernas de voo no mesmo dia.
O piloto Mauro Caputti Mattosinho, ex-funcionário da TAP e um dos responsáveis pela operação da aeronave, relatou em entrevista ao ICL Notícias que só soube da identidade do passageiro ao vê-lo embarcar. “Ele me disse que iria participar de um coquetel. E até me convidou para ir com ele”, afirmou Mattosinho, destacando o caráter informal da interação. A reportagem teve acesso aos diários de bordo e a mensagens trocadas pelo piloto com funcionários da TAP, confirmando os horários: saída de Brasília às 12h40 e retorno no fim da tarde.
O que torna essa viagem particularmente sensível é a associação do jato PR-SMG com Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, e seu sócio Mohamad Hussein Mourad, apelidado de Primo. Ambos estão foragidos desde agosto de 2024, quando a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram a Operação Carbono Oculto, que investiga um esquema bilionário de fraudes fiscais, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro em benefício do Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo Mattosinho, a aeronave era frequentemente utilizada pela dupla.
Documentos do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) mostram que o jato, fabricado pela Israel Aircraft Industries, passou por múltiplos proprietários desde 2018, até ser vendido em 18 de dezembro de 2023 pela SP-CTA Táxi Aéreo Ltda. para a Aviação Alta Airline Transportes, por cerca de R$ 29 milhões. Essa empresa tem como administradores Epaminondas Chenu Madeira, dono da TAP, e o Capri Fundo de Investimentos, gerido pela Ruby Capital — cujo CNPJ coincide com o do fundo Altinvest Asset, alvo da Operação Carbono Oculto por suspeitas de lavagem de recursos para o PCC.
O piloto também depôs à PF, mencionando incidentes adicionais envolvendo o jato. Em 6 de agosto de 2024, uma sacola com dinheiro vivo foi transportada de São Paulo a Brasília, com Beto Louco a bordo, que teria citado repetidamente o nome do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Progressistas, durante o voo — supostamente rumo a um encontro com o parlamentar. Ciro Nogueira negou qualquer relação com Beto Louco ou Primo, e afirmou não ter recebido propinas. Além disso, Mattosinho alegou que o advogado Antonio Rueda, presidente nacional do União Brasil, era sócio oculto de Epaminondas Madeira em pelo menos quatro aeronaves da TAP. Em nota ao ICL Notícias, a Altinvest repudiou associações ilícitas, enfatizando conformidade com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), e negando administração de fundos ligados a aeronaves.
Procurado via assessoria do STF, o resort Tayayá e a TAP, Dias Toffoli não respondeu sobre o pagamento da viagem ou usos anteriores da aeronave. A série de reportagens do ICL Notícias, iniciada com depoimentos de Mattosinho, também expôs laços entre a TAP, políticos do Centrão e suspeitos ligados ao PCC, ampliando o escopo das investigações.
Uma segunda controvérsia, revelada em 7 de dezembro de 2025 pela coluna de Lauro Jardim no O Globo e confirmada por veículos como G1, Folha de S.Paulo, CNN Brasil e Estadão, envolve outra viagem de Dias Toffoli, dessa vez internacional. Relator do processo sobre o Banco Master no STF — instituição liquidada pelo Banco Central em novembro de 2024 na Operação Compliance Zero, que apura emissão de títulos de crédito falsos —, o ministro viajou a Lima, no Peru, nos dias 28 a 30 de novembro de 2025, para assistir à final da Copa Libertadores entre Flamengo e Palmeiras. O voo, em jatinho particular do empresário e ex-senador Luiz Oswaldo Pastore (MDB), contou com cerca de 15 passageiros, incluindo o advogado Augusto Arruda Botelho, que defende Luiz Antônio Bull, diretor de compliance do banco e preso na operação, e o ex-deputado Aldo Rebelo.
A viagem ocorreu horas após a protocolização de um recurso no STF em nome de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master e principal investigado. Três dias após o retorno, em 2 de dezembro de 2025, Toffoli impôs sigilo máximo ao processo, transferindo sua condução da Justiça Federal de Brasília para o STF e suspendendo inquéritos da PF, incluindo quebras de sigilo e bloqueios de bens.
Interlocutores do ministro afirmam que a viagem foi planejada com Pastore, amigo pessoal, e que Botelho — ex-secretário nacional de Justiça no governo Lula (PT) e membro do grupo Prerrogativas de advogados — só ingressou no caso após o voo, em 3 de dezembro. Toffoli confirmou a presença de Botelho no avião, mas negou discussões sobre o processo.
A ONG Transparência Internacional classificou o episódio como “extremamente grave” em nota de 8 de dezembro de 2025, criticando o que vê como uma “pandemia de lobby judicial” que compromete a credibilidade do STF. A entidade destacou o recebimento de benefícios indiretos, como viagens em jatos, por magistrados em casos de interesse de grupos investigados. Augusto Arruda Botelho defendeu réus da Odebrecht na Lava Jato — partes anuladas por decisões de Toffoli.
Esses episódios, somados a uma viagem anterior de Toffoli de Roma em jato de Pastore em novembro de 2024 (reportada pelo Poder360), alimentam discussões sobre ética no Judiciário. Não há, até aqui, evidências de crimes, mas a proximidade temporal e pessoal levanta questões verificáveis sobre conflitos de interesse. O STF e o ministro foram procurados, mas não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
Palavras-chave: Dias Toffoli, STF, jato particular, Beto Louco, Operação Carbono Oculto, PCC, Banco Master, Augusto Arruda Botelho, Luiz Oswaldo Pastore, transparência judicial, Lava Jato, imparcialidade.
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