Detento mata policial penal e foge fardado do hospital Luxemburgo em Belo Horizonte
Caso expõe fragilidades na segurança de escoltas hospitalares e levanta debate sobre condições de trabalho dos policiais penais
Na madrugada de domingo, 3 de agosto de 2025, um grave incidente chocou Belo Horizonte, Minas Gerais. Um detento de 24 anos, internado no Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul da capital mineira, matou o policial penal Euler Oliveira Pereira Rocha, de 42 anos, que o escoltava.
Após o crime, o suspeito roubou a arma e a farda do agente, fugindo do local em um carro de aplicativo, mas foi capturado horas depois pela Polícia Militar. O caso, que resultou na morte de um servidor público experiente, levanta questionamentos sobre a segurança nas escoltas hospitalares e as condições de trabalho dos policiais penais no estado.
O detento, identificado como Shaylon Cristian Ferreira Moreira, estava internado desde 27 de julho para tratamento médico no Hospital Luxemburgo, sob custódia da Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde ingressou em 14 de julho.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), o preso, com passagens pelo sistema prisional desde 2018, responde a inquéritos por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio, sendo considerado de alta periculosidade.
De acordo com informações da Polícia Militar, o crime ocorreu quando o detento pediu para ir ao banheiro. Durante o trajeto, ele entrou em luta corporal com Euler Rocha, conseguiu desarmá-lo e disparou dois tiros, atingindo-o na nuca e no tórax. Apesar dos esforços da equipe médica do hospital, que acionou o protocolo de emergência Código Azul, o policial penal não resistiu aos ferimentos.
Após o assassinato, Shaylon vestiu a farda da vítima, pegou uma bolsa com três pistolas, munições e carregadores, e saiu calmamente pela portaria principal do hospital, como mostram imagens das câmeras de segurança divulgadas por veículos como O Tempo e G1.
O suspeito enganou uma mulher nas proximidades do hospital, alegando que sua mãe precisava de ajuda, e conseguiu que ela chamasse um carro de aplicativo. Durante a fuga, a Polícia Militar, por meio do 22º Batalhão, montou um cerco na região e interceptou o veículo. O motorista do aplicativo relatou que o detento o instruiu a não parar, mas ele acatou a abordagem policial.
Com um ferimento na testa, Shaylon foi encaminhado ao Hospital João XXIII, também em Belo Horizonte, sob escolta, onde permanece à disposição da Justiça. A Polícia Civil ratificou a prisão em flagrante por homicídio qualificado e segue investigando o caso para esclarecer todos os detalhes.
Euler Rocha, que atuava como policial penal desde 2009, foi velado e sepultado na segunda-feira, 4 de agosto, no Cemitério Nossa Senhora da Piedade, em Justinópolis, Ribeirão das Neves. O velório começou às 9h, e o enterro ocorreu por volta das 11h.
O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG) emitiu uma nota de pesar, destacando a dedicação do servidor à segurança e à justiça. “A memória de Euler permanecerá viva entre aqueles que, como ele, dedicam suas vidas à segurança e à justiça”, declarou o sindicato, que também criticou as condições precárias das escoltas hospitalares.
O presidente do Sindppen-MG, Jean Otoni, apontou a falta de estrutura básica, como locais adequados para os agentes guardarem pertences ou descansarem, e a ausência de rodízio nas escoltas, prática comum em outras corporações.
A Sejusp lamentou a morte do servidor e informou que instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o ocorrido, enquanto a Polícia Civil conduz as investigações criminais. Um ponto de preocupação é o desaparecimento do segundo policial penal que acompanhava a escolta, já que o protocolo exige que o trabalho seja realizado em dupla.
A Corregedoria de Polícia Penal abriu uma investigação para localizar o agente, com temores de que ele possa estar morto, embora não haja informações confirmadas sobre seu paradeiro até o momento. O Hospital Luxemburgo, por meio de nota, lamentou o ocorrido e reforçou que seguiu todos os protocolos de segurança, destacando que nenhum civil ingressou armado nas dependências da unidade.
A instituição afirmou que colaborou integralmente com as autoridades e tentou reanimar o policial penal, sem sucesso. A imprensa local, como o portal BHAZ, relatou que uma funcionária do hospital ouviu gritos de “perdeu, perdeu” antes dos disparos e foi impedida de entrar no quarto pelo detento, que alegou estar tudo sob controle.
A cena, descrita como chocante, foi confirmada por imagens de câmeras de segurança que mostram o suspeito deixando o hospital com a farda de Euler. O caso gerou comoção e indignação nas redes sociais. Usuários no X, questionaram a segurança no hospital, apontando a facilidade com que o detento deixou o local sem ser interceptado. “E ninguém do hospital viu nada?? Que isso?!?”, escreveu um perfil, em postagem que reflete o sentimento de revolta de parte da população.
Outros veículos, como a Band Jornalismo e o SBT News, destacaram a gravidade do incidente e a rapidez da Polícia Militar em recapturar o fugitivo.O assassinato de Euler Rocha expõe fragilidades no sistema de escoltas hospitalares em Minas Gerais e reacende o debate sobre a segurança pública no estado.
A Penitenciária José Martinho Drumond, onde o detento estava custodiado, registrou 20 homicídios em 2025, o maior número entre os presídios mineiros, segundo o portal SBT News. Esse contexto reforça a necessidade de revisão dos protocolos de segurança e melhores condições de trabalho para os policiais penais, que enfrentam longas jornadas em ambientes de alto risco.
A investigação segue em curso, com três frentes independentes: uma conduzida pela Polícia Civil, outra pela Sejusp e uma terceira pela Corregedoria de Polícia Penal. A sociedade mineira aguarda respostas sobre as circunstâncias do crime e medidas para evitar que tragédias como essa se repitam.
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