Derrota de Mariana compromete futuro político de Hildon Chaves e mostra que amplo apoio não vence eleição
Candidata do União Brasil apostou em amplo arco de alianças, na máquina e ignorou propostas concretas e problemas crônicos da capital
O pleito municipal em Porto Velho mostrou que não existe eleição ganha, e nada garante a vitória, nem mesmo quando o candidato conta com apoio de governo, prefeitura, Câmara e Assembleia Legislativa, como foi o caso de Mariana Carvalho (União Brasil).
Apontada como favorita desde o ano passado, com amplo apoio da máquina municipal, tendo o prefeito Hildon Chaves como principal e mais ativo cabo eleitoral, e vencendo o primeiro turno com 111.329 votos, contra 64.125 de Léo Moraes, amargou uma derrota de virada no segundo turno, quando o candidato do Podemos alcançou 135.118, enquanto Mariana obteve 105.406.
Teorias sobre a derrota de Mariana não faltam, mas alguns pontos precisam ser levados em consideração. No primeiro turno, Mariana praticamente não apareceu. O candidato parecia ser Hildon Chaves, estava em todos os programas, entrevistas, reuniões, enquanto Mariana parecia ser coadjuvante de seu próprio show. No segundo turno, quando Mariana reagiu e decidiu assumir o comando de sua campanha, já era tarde. Apontei essa mudança em análise pós debate da TV Rondônia.
Outro ponto a ser observado foi a amplitude do arco de alianças formado por Mariana Carvalho. Qualquer insciente sabe que nas relações políticas, só entra quem ganha ou tem promessa de ganho. E isso, na cabeça do eleitor, é sinônimo de loteamento, e o barco de Mariana que já estava lotado no primeiro turno, encheu ainda mais no segundo com apoios declarados de Benedito Alves e Célio Lopes. O resultado: afundou.
Hildon fica isolado
A derrota de Mariana também influencia diretamente no futuro político de Hildon Chaves, que deixa o comando da prefeitura no dia 31 de dezembro deste ano. De olho no governo em 2026, Chaves chegou a assumir a presidência da Associação Rondoniense de Municípios (Arom) para tentar ampliar sua área de influência nos demais municípios do Estado.
Sem Mariana na prefeitura, Chaves fica sem uma base política para 2026. Além disso, outros players estarão em campo, como o próprio vice-governador Sérgio Gonçalves, Adaílton Fúria, Marcos Rogério, Lúcio Mosquini e possivelmente Maurício Carvalho, que coordenou a campanha da irmã que, e saiu do processo, assim como Léo Moraes, como vencedor, e eu já havia apontado isso anteriormente.
Também será preciso considerar para onde vai Léo Moraes em 2026. Durante a campanha, ele afirmou que vai cumprir o mandato e ainda ser reeleito, firmando um compromisso de administrar a cidade. Porém, Léo já mostrou que é bom de campanha e seu apoio tem peso real. Em 2020, a candidata apoiada por ele, Cristiane Lopes foi para o segundo turno contra Hildon Chaves que quase foi derrotado pela novata. Em 2022, Marcos Rocha só venceu Marcos Rogério por conta do apoio de Moraes, que comprovadamente consegue transferir votos.
Bolsonaro pífio
Jair Bolsonaro, ao que tudo indica, só consegue eleger seus filhos. Esteve em Porto Velho pedindo votos para Mariana Carvalho, discursou, esbravejou mas terminou prejudicando mais que ajudando. Durante seu mandato como presidente, não ajudou o Estado em absolutamente nada, e isso foi um fator preponderante para a derrocada do bolsonarismo em Rondônia.
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Análise de Pontos e Contrapontos: Eleições Municipais em Porto Velho
Introdução
O artigo analisa as implicações da derrota de Mariana Carvalho nas eleições municipais de Porto Velho e seus impactos no cenário político local.
Derrota de Mariana Carvalho
Pontos Positivos
Teve amplo apoio da máquina municipal
Venceu o primeiro turno com 111.329 votos
Contava com apoio do governo, prefeitura, Câmara e Assembleia Legislativa
Formou amplas alianças políticas
Pontos Negativos
Dependência excessiva da figura de Hildon Chaves no primeiro turno
Assumiu protagonismo tarde demais na campanha
Excesso de alianças pode ter passado impressão negativa ao eleitor
Perdeu votos no segundo turno (105.406 votos)
Impacto Político para Hildon Chaves
Pontos Positivos
Presidência da Associação Rondoniense de Municípios (AROM)
Tentativa de ampliar influência nos municípios
Experiência como prefeito
Pontos Negativos
Perda de base política para 2026
Isolamento político após derrota de Mariana
Concorrência forte de outros players políticos
Desempenho de Léo Moraes
Pontos Positivos
Vitória expressiva no segundo turno (135.118 votos)
Histórico de transferência efetiva de votos
Compromisso declarado com a administração municipal
Capacidade comprovada de fazer campanhas efetivas
Pontos Negativos
Incerteza sobre suas ambições para 2026
Possível conflito entre compromisso municipal e aspirações estaduais
Influência de Bolsonaro
Pontos Positivos
Presença física na campanha
Tentativa de mobilização da base bolsonarista
Pontos Negativos
Impacto negativo na campanha de Mariana
Ausência de realizações significativas para o estado durante seu mandato
Enfraquecimento do bolsonarismo em Rondônia
Conclusão
A análise demonstra que o cenário político em Porto Velho é complexo e multifacetado, onde apoio institucional e alianças políticas não garantem necessariamente sucesso eleitoral. A vitória de Léo Moraes representa uma reconfiguração significativa do poder local, com implicações diretas para as futuras disputas políticas em Rondônia.