O eleitor/cidadão foi, mais uma vez, brindado com um debate não apenas de baixo nível propositivo, com ofensas, fake news e, neste caso, agressão física, com uma cadeirada desferida por José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB). Uma parte da audiência lamentou a cena e outros torcem para o quanto pior, melhor.
Há, inicialmente, que se repudiar todo o tipo de violência, toda a agressão, seja verbal, simbólica e, principalmente, física. A política existe, em larga medida, para que os conflitos gerados no bojo de nossa sociedade sejam resolvidos por meio do diálogo, dentro das instituições e à luz das leis, da legalidade, no Estado Democrático de Direito. A violência e a coerção física legítima são monopólios do Estado e usada em situações muito específicas. Na democracia, devem prevalecer, como gostava de asseverar Florestan Fernandes, a força das ideias e não as ideias da força.
O episódio da cadeirada – entendido sob a perspectiva da racionalidade – nos levaria à uma conclusão lógica: além do processo criminal por agressão, Datena deveria ser expulso do partido e se retirar da disputa eleitoral. Não seria surpresa, contudo, se, nas novas rodadas de pesquisa de intenção de voto, Datena crescesse e Marçal possa recuperasse a força que perdeu nas últimas semanas. Novamente, Marçal, um provocador profissional, conseguiu o que queria: cortes para suas redes sociais e, quem sabe, uma diminuição de sua rejeição, que já ultrapassou a de Boulos.
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